Redação sobre redes sociais: pesquisas e dados para usar no seu texto

Postado em 23 de nov de 2021
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As redes sociais tornaram-se um hábito da atualidade. É quase impossível ficar um dia sem vê-las, ainda que rapidinho, não é mesmo?

Por causa desse comportamento, e pelas tantas possibilidades que elas trazem, é possível que você precise fazer uma redação sobre redes sociais no Enem.

Nesse caso, você estaria preparado para defender sua opinião com argumentos?

Neste artigo, trouxemos esclarecimentos sobre esse possível tema e alguns dados que podem ajudar a construir sua redação sobre redes sociais.

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Avaliação positiva é o objetivo

Uma redação sobre redes sociais bem pontuada é aquela que traz os dois lados da moeda e faz o leitor refletir sobre o tema.

O candidato precisa criar uma linha coerente de argumentação, prestar atenção à estrutura do texto, sem fugir do tema, e utilizar informações confiáveis. 

É importante lembrar que a habilidade de produzir uma boa redação não se adquire da noite para o dia.

Você precisa desenvolver o hábito da leitura, treinar a interpretação de textos e praticar bastante as técnicas específicas para a produção do modelo argumentativo.

O Enem sempre traz assuntos bem atuais para serem desenvolvidos na prova, como mudanças climáticas, direitos humanos e desigualdade social, então estar por dentro das atualidades é um caminho importante.

🔵Leia também: Temas de redação para o Enem e vestibular: como se preparar?

A presença brasileira nas redes sociais

Você sabia que o Brasil é o terceiro país do mundo que mais passa tempo conectado?

Segundo dados da WeAreSocial em parceria com a Hootsuite, o brasileiro passa 3 horas e 47 minutos na internet, ficando atrás apenas dos filipinos e sul-africanos.

Dentro desse período, grande parte do tempo é utilizado nas redes sociais. Entre as mais acessadas pelos brasileiros estão o WhatsApp, YouTube e Instagram.

Sobre os motivos de acessarem as redes sociais, os respondentes se dividiram principalmente entre se manterem atualizados (36,5%), conferir conteúdos engraçados (35%) e passar o tempo (34,4%).

A pesquisa também mostra que a faixa etária que mais acessa as redes sociais são jovens entre 16 e 24 anos, que podem passar cerca de 8 horas diárias conectados.

E embora estes dados mostrem que estar conectado e acessando as redes sociais é uma realidade brasileira, é importante notar que esta não é a realidade de todos.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) mostra que, pelo menos, 10% das casas brasileiras ainda não tem acesso à internet.

🔵Leia também: Como é a correção da redação do Enem? E quem são os corretores?

O impacto das redes sociais na saúde mental

Se, por um lado, as redes sociais possibilitam muitas atividades positivas, criando novos espaços para negócios e oportunidades de comunicação, elas também podem impactar de forma não tão positiva.

O uso excessivo das redes sociais já é considerado um dos fatores de causa de distúrbios do sono e desenvolvimento de depressão em ansiedade.

Devido à quantidade de informações e novidades facilmente disponíveis nas redes sociais, a síndrome de FOMO ganhou força. Ela traz a sensação de que, se o indivíduo não estiver conectado, perderá informações importantes.

E isso pode levar à depressão e ansiedade. O que também pode acabar levando uma pessoa a esses dois distúrbios é a interrupção do ciclo de sono.

A luz emitida pelos smartphones é prejudicial para a produção de melanina. Então, ao unir esse fator físico ao fator psicológico do FOMO, a receita é de perda.

Um fato interessante é que, talvez por estarem se tornando mais cientes deste impacto negativo, muitas pessoas estão se tornando mais desapegadas em relação às redes sociais e à vida conectada.

Por exemplo, uma pesquisa britânica mostrou que 51% dos adolescentes do país afirmaram que se sentiriam muito mais felizes se as redes sociais não existissem.

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As redes sociais e a desinformação

Quando o assunto é redes sociais, é impossível não falarmos sobre fake news.

As fake news são notícias falsas ou imprecisas, informações não verdadeiras que circulam na internet e nas redes sociais sem verificação.

Existem dois tipos de fake news: aquelas criadas para enganar pessoas e aquelas que são apenas desinformações passadas para frente.

Existem pesquisas que apontam que 43,8% dos membros de um grupo de Facebook apenas compartilharam notícias que reforçaram informações distorcidas.

Durante a pandemia de Covid-19 foi muito comum acompanhar notícias falsas espalhadas por aplicativos de mensagens ou compartilhadas nas redes sociais como fontes verdadeiras e confiáveis.

Inclusive, a mesma pesquisa citada acima mostrou que 81,8% das mensagens do grupo de Facebook eram desinformações sobre as vacinas contra o coronavírus.

E o impacto que essa desinformação tem é bastante prejudicial.

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Redações que abordaram redes sociais e conquistaram nota 1000 no Enem 

Agora que você já viu algumas pesquisas e dados interessantes que podem ajudar na hora de escrever sua redação sobre redes sociais, vamos conferir alguns exemplos.

Até este momento, o Enem ainda não teve uma redação cujo tema fosse as redes sociais. Porém, o exame já contou com temáticas que envolviam a tecnologia e as redações nota 1000 destas edições podem ajudar a entender como tratar o tema.

Por exemplo, em 2018, o tema da redação foi “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”.

Na ocasião, os candidatos trouxeram citações à livros e séries de TV, como Black Mirror e 1984, dados sobre o acesso à internet no país, reflexões sobre educação e traziam o investimento do governo em fiscalização como intervenção.

Um deles foi Pedro Assaad, então com 21 anos. Veja como ele usou as redes sociais para tratar sobre o tema da manipulação do comportamento do usuário, defendendo a tese de que elas podem prejudicar a democracia:

As primeiras duas décadas do século XXI, no Brasil e no mundo globalizado, foram marcadas por consideráveis avanços científicos, dentre os quais destacam-se as tecnologias de informação e comunicação (TICs). Nesse sentido, tal panorama promoveu a ampliação do acesso ao conhecimento, por intermédio das redes sociais e mídias virtuais. Em contrapartida, nota-se que essa realidade impôs novos desafios às sociedades contemporâneas, como a possibilidade de manipulação comportamental via dados digitais. Desse modo, torna-se premente analisar os principais impactos dessa problemática: a perda da autonomia de pensamento e a sabotagem dos processos políticos democráticos.
Em primeira análise, é lícito postular que a informação é um bem de valor social, o qual é responsável por modular a cosmovisão antropológica pessoal e influenciar os processos de decisão humana. Nesse raciocínio, as notícias e acontecimentos que chegam a um indivíduo exercem forte poder sobre tal, estimulando ou suprimindo sentimentos como empatia, medo e insegurança. É factual, portanto, que a capacidade de selecionar - via algoritmos - as reportagens e artigos que serão vistos por determinado público constitui ameaça à liberdade de pensamento crítico. Evidenciando o supracitado, há o livro " Rápido e devagar: duas formas de pensar", do especialista comportamental Daniel Khaneman, no qual esse expõe e comprova - por meio de décadas de experimentos socioculturais - a incisiva influência dos meios de comunicação no julgamento humano. Torna-se clara, por dedução analítica, a potencial relação negativa entre a manipulação digital por dados e a autonomia psicológica e racional da população.
Ademais, é preciso compreender tal fenômeno patológico como um atentado às instituições democráticas. Isso porque a perspectiva de mundo dos indivíduos coordena suas escolhas em eleições e plebiscitos públicos. Dessa maneira, o povo tende a agir segundo o conceito de menoridade, do filósofo iluminista Immanuel Kant, no qual as decisões pessoais são tomadas pelo intelecto e influência de outro. Evidencia-se, assim, que o domínio da seletividade de informações nas redes sociais, como Facebook e Twitter, pode representar uma sabotagem ao Estado Democrático.
Em suma, a manipulação comportamental pelo uso de dados é um complexo desafio hodierno e precisa ser combatida. Dessarte, as instituições escolares - responsáveis por estimular o pensamento crítico na população - devem buscar fortalecer a capacidade de julgamento e posicionamento racional nos jovens. Isso pode ser feito por meio de palestras, aulas e distribuição de materiais didáticos sobre a filosofia criticista e sociologia, visando aprimorar o raciocínio autônomo livre de influências. Em paralelo, as grandes redes sociais, interessadas na plenitude de seus usuários, precisam restringir o uso indevido de dados privilegiados. Tal ação é viável por intermédio da restrição do acesso, por parte de entidades políticas, aos algoritmos e informações privadas de preferências pessoais, objetivando proteger a privacidade do indivíduo e o exercício da democracia plena. Desse modo, atenuar-se-á, em médio e longo prazo, o impacto nocivo do controle comportamental moderno, e a sociedade alcançará o estágio da maioridade Kantiana.

Confira esta e outras redações nota 1000 da edição citada no site do G1.

Então, depois de conferir este conteúdo, você está se sentindo mais segurança para fazer uma redação sobre redes sociais no Enem?

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Redação Blog do EAD

Por Redação Blog do EAD

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