6 livros que ajudam na redação do Enem

Postado em 4 de abr de 2022
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Para se sair bem na redação do Enem, é muito importante dominar o texto dissertativo-argumentativo e ter uma boa escrita – coesa e sem grandes problemas gramaticais. 

Contudo, nenhuma dessas habilidades vai ajudá-lo se você não tiver repertório sociocultural para construir seus argumentos e ideias. 

A pobreza de conteúdo é um dos problemas que mais aparecem nas redações do Enem. 

Muitos estudantes focam em entender e construir uma boa estrutura para a redação e esquecem de dar atenção ao conteúdo do texto – e ele é tão importante quanto! 

Isso provoca um déficit no poder argumentativo do texto, o que leva a prejuízos na nota. Por isso, é essencial ter um repertório de referências para utilizar na redação. 

A literatura pode ser uma grande aliada nesse sentido. Afinal, existem livros que refletem sobre diferentes temáticas e que podem ser utilizados para construir e aprimorar a argumentação. 

Neste artigo, vamos falar sobre 6 livros que ajudam na redação no Enem. Confira quais são e como usá-los na redação. 

Confira:

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O que são alusões literárias 

Alusões literárias são uma forma de fazer referência ou citação a um autor ou obra da literatura. Na redação, elas servem para exemplificar, fazer comparações, ampliar a discussão e trazer explicações sobre o tema que está sendo discutido. 

Mas por que utilizar esse recurso em seu texto?

A prova de redação do Enem é extremamente interdisciplinar. 

Além de dominar a língua portuguesa e as técnicas de construção de um texto, é essencial que o candidato também transpareça conhecimento sobre o tema proposto e suas consequências no mundo atual. 

Para isso, é indispensável ter um bom repertório sociocultural. E uma das formas de mostrar essas referências é fazendo alusões, que podem ser históricas, filosóficas ou literárias. 

Assim como as históricas e filosóficas, as alusões literárias agregam mais profundidade e complexidade no desenvolvimento da redação.

Por isso, aliada às técnicas, a alusão literária é um excelente recurso para alcançar uma boa nota. 

🔵Leia também: Como é a correção da redação do Enem? E quem são os corretores?

Como desenvolver seu repertório para a redação do Enem 

Agora que você já sabe o que são alusões literárias e como elas podem ajudar na sua redação, você pode estar se perguntando: mas como eu crio mais repertório cultural para me preparar para a redação?

Essa é uma pergunta importante e, abaixo, trazemos algumas dicas que podem ajudá-lo nesse sentido:

1. Assista documentários, filmes e séries

Quem não gosta de passar o tempo vendo filmes, séries e documentários nas plataformas de streaming, não é mesmo? Saiba que essas produções que você gosta também podem se relacionar com algum assunto discutido na redação.

Sabe aquela série famosa que todo mundo está comentando? Será que ela não possui algum traço de realidade que pode ser usado na sua redação? Ou aquele filme que você assistiu diversas vezes: será que ele não explicita alguma tendência da sociedade?

Com um olhar mais atento, você vai perceber que muito do que você assiste pode ser usado para ampliar seu repertório para a redação. 

2. Leia muito

Uma das melhores formas de aumentar a quantidade de repertório sociocultural é lendo muito: livros, notícias, reportagens, entrevistas, etc.

Além de ajudar a consolidar seu repertório para a redação, ler também permite que você amplie seus conhecimentos sobre outras áreas, que podem até mesmo ser usados nas outras provas do Enem.

3. Converse com as pessoas

Falar com pessoas que possuem pensamentos diferentes ou assistir debates é uma ótima maneira de conseguir repertório para a redação. 

Dessa forma, você tem contato com outros pontos de vista e também amplia sua capacidade de argumentação. Vale conversar com os colegas, a família e os amigos sobre diversos assuntos da atualidade. 

4. Exercite sua capacidade crítica

Procure observar todas as informações que você recebe do mundo com olhar crítico. Seja um observador e reflita sempre sobre tudo, seja um post do Instagram ou uma notícia do jornal da TV.

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Os livros que vão ajudar na escrita da sua redação

Agora que você entende a importância de ter um bom repertório para a redação do Enem, apresentamos uma lista de livros para ampliar suas referências e melhorar sua argumentação. Confira: 

“A Revolução dos Bichos”, de George Orwell 

Verdadeiro clássico moderno, concebido por um dos mais influentes escritores do século XX, A revolução dos bichos é uma fábula sobre o poder. 

Ela narra a insurreição dos animais de uma granja contra seus donos. Progressivamente, porém, a revolução degenera numa tirania ainda mais opressiva que a dos humanos.

O livro pode parecer uma simples fábula infantil em uma leitura distraída, mas ele possui uma forte mensagem contra o totalitarismo. 

O livro foi escrito em plena Segunda Guerra Mundial e publicado em 1945. Ele satiriza ferozmente a ditadura stalinista numa época em que os soviéticos ainda eram aliados do Ocidente na luta contra o eixo nazifascista.

Na redação, o livro pode ser utilizado como referência para falar sobre manipulação, poder, opressão.

“A Peste”, de Albert Camus 

Lançado em 1947, o livro narra as mudanças na vida dos cidadãos de Oran após o surgimento de uma peste que, transmitida por uma infinidade de ratos, vai aniquilando a população. 

Para além da representação da epidemia, a narrativa é vista na atualidade como uma alegoria da morte em massa ocasionada pela Segunda Guerra Mundial.

Narrado do ponto de vista de um médico envolvido nos esforços para conter a doença, o texto de Albert Camus ressalta também a solidariedade, a solidão, a morte e outros temas fundamentais para a compreensão dos dilemas do homem moderno.

Além disso, com a pandemia da Covid-19, a história ganha traços de atualidade e também permite reflexão sobre o momento atual da sociedade. 

“A Metamorfose”, de Franz Kafka 

Nesta obra, Kafka narra a história Gregor Samsa, que abandona as suas vontades e desejos para sustentar a família e pagar a dívida dos pais. Numa certa manhã, contudo, Gregor acorda metamorfoseado num inseto monstruoso, o que passa a atrapalhar suas relações pessoais e profissionais. 

Nos primeiros momentos, o livro descreve as dificuldades iniciais de Gregor na nova forma. Uma ironia presente neste trecho do livro é que Gregor não se preocupa com sua transformação, mas sim com o fato de estar atrasado para o trabalho.

Essa obra é um retrato bastante fiel do ser humano moderno e de sua condição, mostrando como o homem é um ser frágil e a hostilidade da sociedade.

Ao longo da narrativa, Gregor passa a ser um indivíduo excluído do sistema de relações humanas, o que permite importantes reflexões sobre a marginalização e exclusão social que muitas pessoas vivem fora do universo ficcional. 

“Quarto de Despejo”, de Carolina Maria de Jesus

Quarto de despejo é um livro autobiográfico de Carolina Maria de Jesus, que foi publicado em 1960. No livro, a autora relata sua vivência como moradora da favela, mãe e catadora de papel. 

O livro reproduz o diário de Carolina, em que ela narra o seu dia a dia nas comunidades pobres da cidade de São Paulo, mais precisamente na antiga Favela do Canindé, atual Estádio do Canindé. 

Em seu relato, ela descreve a dor, o sofrimento, a fome e as angústias que passa nesse período. 

O livro permite importante reflexão sobre questões como exclusão social, vulnerabilidade social e falta de políticas públicas. 

“Sociedade do Cansaço”, de Byung-Chul Han 

Neste livro, Byung-Chul Han mostra que a sociedade disciplinar e repressora do século XX descrita por Michel Foucault perde espaço para uma nova forma de organização coercitiva: a violência neuronal. 

Segundo o autor, as pessoas se cobram cada vez mais para apresentar resultados – tornando elas mesmas vigilantes e carrascas de suas ações. Em uma época onde poderíamos trabalhar menos e ganhar mais, a ideologia da positividade opera uma inversão perversa: nos submetemos a trabalhar mais e a receber menos. 

Essa onda do 'eu consigo' e do 'yes, we can' tem gerado um aumento significativo de doenças como depressão, transtornos de personalidade, síndromes como hiperatividade e burnout. 

Este livro transcende o campo filosófico e nos ajudar a compreender os novos problemas do século XXI.

“Olhos d’Água”, de Conceição Evaristo 

Em Olhos D’água, Conceição Evaristo constrói uma série de narrativas, composta por 15 diferentes contos. Eles relatam a história de mulheres e homens negros que sofreram e sofrem os mais diferentes tipos de violência e depreciação na sociedade. 

Contudo, desde o primeiro conto que leva o mesmo título do livro, percebemos que a autora vai além de uma construção vinculada apenas ao sofrimento – ela conduz o leitor a um aspecto da ancestralidade e identidade afro-brasileira que perpassa, e em alguns momentos até acalenta, a dura realidade de seus personagens.

O livro permite importante reflexão sobre o racismo presente na sociedade e a desigualdade social.

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Redação Blog do EAD

Por Redação Blog do EAD

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