A importância da coesão referencial e sequencial [Redação do Enem]

Postado em 8 de jun de 2022
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Você já ouviu falar em coesão referencial e sequencial? Se você vai fazer o Enem, esse é um assunto que não pode faltar na sua lista de estudos da redação.

Para você ficar craque no assunto, vamos te explicar a importância da coesão referencial e sequencial e exemplos desses recursos para produzir um ótimo texto.

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O que é coesão textual

Podemos resumir a coesão textual como um recurso da Língua Portuguesa que cria vínculos entre as palavras, as orações e entre diferentes partes de qualquer gênero textual.

Esses recursos dispõem de dois tipos de coesão no texto: a coesão referencial e a coesão sequencial.

Ambos os modelos são de essencial importância para a construção de um bom texto, que deve passar as informações necessárias e ser claro e coeso ao leitor da introdução até o final.

Dessa forma, saber bem sobre coesão referencial e coesão sequencial te coloca na frente na hora de produzir sua redação do Enem ou em qualquer outro vestibular do Brasil. Por isso, vale a pena gravar os conceitos que falaremos a seguir.

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A coesão referencial

A coesão referencial é responsável por criar um sistema de relações entre as palavras e expressões de um texto, permitindo ao leitor identificar os termos a que se referem.

O termo chamado de referente é o que indica a entidade ou situação a que quem fala se refere. De forma mais prática, a coesão referencial é usada como um substituto de termos, evitando, assim, repetições ou uma construção confusa de um texto.

Para o conceito ficar mais claro, leia a frase abaixo:

  • Clara estava muito chateada naquele dia. Ela não podia sair de casa por conta do resfriado.

Usando a frase acima como exemplo, notamos que o termo referente é “Clara”, pois o nome é substituído por “ela” para não repetir a palavra “Ana” e fazer a frase fluir melhor.

Sempre que o referente é retomado no texto, é possível usar palavras para orientar os leitores, indicando se devem voltar atrás para recuperar algo que foi escrito ou se devem procurar a informação mais adiante no texto.

É possível encontrar a coesão referencial com algumas figuras de construção ou sintaxe, tais como as anáforas, catáforas e elipses, e as correferências não anafóricas (contiguidades, reiterações).

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Tipos de coesão referencial e exemplos de cada um deles

Existem 6 tipos de coesão referencial:

  1. Anáfora
  2. Catáfora
  3. Substituição
  4. Repetição ou Reiteração
  5. Contiguidade
  6. Elipse

Vamos falar detalhadamente sobre cada um desses tipos a seguir.

1. Coesão referencial de Anáfora

A anáfora retoma o referente usando elementos coesivos, tais como: artigos, advérbios, pronomes e numerais.

Um exemplo:

  • Fernanda estava muito feliz e agradecida. Ela tinha tudo o que precisava para viver bem!

Nesse caso, o pronome “Ela” retoma o substantivo próprio “Fernanda”.

2. Coesão referencial de Catáfora

Diferentemente da anáfora, a catáfora antecipa o referente. Ou seja, o referente é encontrado somente depois do termo coesivo. É comum que a catáfora seja empregada por meio de pronomes demonstrativos e indefinidos.

Confira o exemplo:

  • Patrícia olhou-a e disse: Bruna, guarde esses brinquedos!

Veja que o pronome oblíquo “a” introduz o substantivo próprio “Bruna”, que só aparece depois.

3. Coesão referencial de Substituição

Esse modelo ocorre quando há utilização de algum termo com valor coesivo correspondente ao de outro elemento do texto.

Veja o exemplo:

  • O cachorro se escondeu no porão. O nosso amigo de quatro patas não gostava de tomar banho, por isso fugia!

O substantivo “cachorro” é retomado posteriormente pelo termo “amigo de quatro patas”. Com isso, evitou-se a repetição desnecessária da palavra.

4. Coesão referencial de Repetição ou Reiteração

Esse caso diz respeito a uma maneira de dar ênfase em algum termo e, com isso, mantém-se o sistema de referências no interior do texto.

Note o exemplo:

  • Juscelino Kubitschek esteve nos Estados Unidos recentemente. Kubitschek espera que a relação entre os países melhore.

A repetição do nome do ex-presidente brasileiro serve para reforçar sua ação.

5. Coesão Referencial de Contiguidade

A chamada contiguidade é vista quando existe o uso de termos que são do mesmo campo semântico.

Exemplo:

  • À medida que o rio se afunila entre os paredões cada vez mais verticais, a correnteza vai ganhando velocidade e companhia de uma espuma branca, originada pelo choque violento das águas contras as pedras. O bote responde de imediato ao turbilhão, chacoalhando sem intervalos. O corpo esquenta, o coração bate mais forte. Uns 3 metros acima de nossas cabeças, onde termina o cânion, a selva toma conta. […]

    MEDAGLIA, Thiago. Terra. São Paulo, ano 14 n. 177, jan. 2007, p. 82. (Fragmento).

Note que os substantivos em negrito criam no fragmento um campo semântico relacionado a rio. Conforme cada um desses substantivos é usado, retoma o assunto central e faz com que o texto progrida.

6. Coesão referencial de Elipse

A elipse serve para omitir um ou mais termos da oração, que são facilmente identificáveis pelo leitor. Ou seja, não há necessidade de repetição visto que o leitor já sabe sobre o que o autor está falando.

Confira o exemplo:

  • “Eu canto porque o instante existe
    e a minha vida está completa.
    Não sou alegre nem sou triste:
    sou poeta.”

    (Trecho do poema ‘Motivo’ de Cecília Meireles)

No trecho do poema, acontece a omissão do pronome “eu” no terceiro verso. Com isso, essa omissão é justificada pelo fato de o leitor conseguir entender a quem o autor se refere.

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A coesão sequencial

Agora que já falamos sobre a coesão referencial, vamos falar um pouco sobre a sequencial.

Este modelo cria nos textos as condições para sua progressão, garantindo a articulação entre as partes do escrito para estabelecer relações entre as informações utilizando, por exemplo, flexões de tempo e de modo dos verbos, e também as conjunções. Com isso, o autor evita a falta de coesão textual.

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Tipos de coesão sequencial

Podemos elencar 8 tipos de coesão sequencial. São eles:

  1. Adição e inclusão
  2. Oposição
  3. Afirmação e igualdade
  4. Exclusão
  5. Enumeração
  6. Explicação
  7. Conclusão
  8. Continuação

Veja exemplos de termos que se encaixam em cada uma das oito definições, além de uma frase em que é possível empregá-los:

1. Adição e inclusão

Além disso; também; vale lembrar; pois; outrossim; agora; de modo geral; por iguais razões; inclusive; até; é certo que; é inegável; em outras palavras; além desse fator…

Exemplo:

  • Ela sabe que você adora flores. Além disso, mandou entregar um buquê lindo para você!

2. Oposição

Embora; não obstante; entretanto; mas; no entanto; porém; ao contrário; diferentemente; por outro lado…

Exemplo:

  • Pedro adora guloseimas, no entanto, só pode comer em datas comemorativas.

3. Afirmação e igualdade

Felizmente; infelizmente; obviamente; na verdade; realmente; de igual forma; do mesmo modo que; nesse sentido; semelhantemente…

Exemplo:

  • Um ônibus bateu na traseira de outro veículo. Felizmente, ninguém se machucou.

4. Exclusão

Somente; só; sequer; senão; exceto; excluindo; tão somente; apenas…

Exemplo:

  • Todos foram à praia, exceto Marina.

5. Enumeração

Em primeiro lugar; a princípio…

Exemplo:

  • A casa precisa, em primeiro lugar, de uma boa limpeza.

6. Explicação

Como se nota; com efeito; como vimos; portanto; pois; é óbvio que; isto é; por exemplo; a saber; de fato; aliás…

Exemplo:

  • Ela é o tipo de profissional hands on, isto é, que coloca a mão na massa e tem proatividade.

7. Conclusão

Em suma; por conseguinte; um última análise; por fim; concluindo; finalmente; por tudo isso; em síntese, posto isso; assim; consequentemente…

Exemplo:

  • Por fim, concluímos que as análises colhidas não foram suficientes.

8. Continuação

Em seguida; depois; no geral; em termos gerais; por sua vez; outrossim…

Exemplo:

  • Fomos ao zoológico e, em seguida, ao restaurante.

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Saber sobre coesão referencial e sequencial te ajuda a se dar bem na redação do Enem!

Agora que você já sabe como funciona a coesão referencial e sequencial, não deixe de reforçar o conceito com a ajuda de mapas mentais ou resumos que englobem os tipos de coesão, suas principais aplicações e, até mesmo, os exemplos apresentados.

Ter esse conteúdo na ponta da língua (e da caneta esferográfica preta) vai te destacar entre os candidatos do Enem, pois te deixará ainda mais preparado para produzir um texto dissertativo-argumentativo de qualidade, além de auxiliar na resolução das questões de Linguagens e suas Tecnologias.

Por isso, não dê bobeira! Estude bem este e outros conteúdos que vão te ajudar a tirar uma nota boa na redação do Enem. Com isso, é sucesso garantido. Bons estudos!

Redação Blog do EAD

Por Redação Blog do EAD

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