Como entrar em uma faculdade pública?

Postado em 23 de out de 2020
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Você planeja estudar em uma faculdade pública?

Fatores como economia com as mensalidades, reconhecimento e prestígio atraem milhões de estudantes para o processo seletivo dessas instituições, todos os anos.

Não por acaso, ingressar em uma universidade pública exige dedicação, preparação e foco, desde a etapa de escolha do curso e inscrição em vestibulares.

Mas as provas não são as únicas formas de entrar nesse tipo de faculdade – é o que vamos explicar a seguir. Acompanhe:

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O que é uma faculdade pública?

Faculdade pública é uma instituição de Ensino Superior que é mantida por meio de recursos públicos, como o dinheiro arrecadado com impostos.

No Brasil, essas entidades existem por obediência à Constituição Federal de 1988, que determina que a educação é um direito social.

Essa garantia foi detalhada no artigo 205 da Constituição, que afirma:

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Já o artigo 206 estabelece os princípios para o ensino no país, indicando a coexistência de instituições públicas e privadas de ensino e a gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais.

Quais são as faculdades públicas?

As universidades públicas podem ser federais, estaduais ou municipais, estando presentes nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal.

Dados do Censo da Educação Superior (Censup) mostram que, em 2017, havia 296 instituições públicas de Ensino Superior no país, sendo 109 federais, 124 estaduais e 63 municipais.

Juntas, elas ofereciam um total de 823.843 vagas em cursos de graduação, sendo 688.767 na modalidade presencial e 135.076 voltadas à educação a distância (EAD).

Segundo o Índice Geral de Cursos (IGC), divulgado pelo Ministério da Educação (MEC), em 2018, 13 IES federais conquistaram a nota máxima da avaliação (5).

São elas:

  • Universidade Federal de Lavras (MG)
  • Universidade Federal de Viçosa (MG)
  • Universidade Federal de Minas Gerais (MG)
  • Universidade Federal do Paraná (PR)
  • Instituto Militar de Engenharia (RJ)
  • Universidade Federal do Rio de Janeiro (RJ)
  • Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (RS)
  • Universidade Federal do Rio Grande do Sul (RS)
  • Universidade Federal de Santa Catarina (SC)
  • Fundação Universidade Federal do Abc (SP)
  • Universidade Federal de São Carlos (SP)
  • Universidade Federal de São Paulo (SP)
  • Instituto Tecnológico de Aeronáutica (SP)

Faculdade, universidade e centro universitário

É comum utilizar essas três expressões como sinônimos, mas elas definem tipos diferentes de instituições de Ensino Superior.

De acordo com o Decreto nº 5.773/06, todas as entidades nessa área são credenciadas, em um primeiro momento, como faculdades.

Elas solicitam autorização ao MEC para funcionar e, caso desejem se expandir no futuro, precisarão comprovar um padrão satisfatório de qualidade e cumprir outras exigências.

No caso das faculdades, elas costumam ser focadas em uma ou poucas áreas do saber e não possuem autonomia para criar programas de ensino e novos cursos de graduação.

Contudo, seu corpo docente deve ter, pelo menos, pós-graduação lato sensu.

Quando se expande, a faculdade pode se tornar um centro universitário ou uma universidade.

Os centros universitários atuam em diversos segmentos e têm autorização para elaborar, lançar e extinguir cursos e programas de educação superior.

Para obter esse credenciamento junto ao MEC, é necessário que cumpram, pelo menos, duas regras:

  • Um terço ou mais do corpo docente precisa ter mestrado ou doutorado
  • Manter, no mínimo, um quinto de seus professores contratados em regime de tempo integral.

Já as universidades não apenas se dedicam ao processo de ensino e aprendizagem, como também a projetos de pesquisa e extensão (apoio à sociedade).

Conforme detalha o site oficial do MEC, as universidades se caracterizam por:

  • Produção intelectual institucionalizada 
  • Um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado
  • Um terço do corpo docente em regime de tempo integral.

🔵Leia também: Os cursos mais procurados pelos brasileiros no Ensino Superior

Como entrar em uma faculdade pública?

Garantir uma vaga nas principais faculdades públicas pode ser difícil e trabalhoso, principalmente por causa da alta concorrência.

Como muitos candidatos disputam uma mesma oportunidade, as médias e notas de corte podem ser elevadas.

Assim, é comum que os aprovados nas primeiras posições dediquem meses ou até anos aos estudos, seja na escola regular ou em cursinhos especializados.

Essa preparação ajuda tanto na aquisição e memorização de conteúdos importantes, quanto na familiarização com as provas aplicadas.

Outro ponto importante é exercitar a mente, a fim de facilitar a concentração no momento dos testes, que costumam durar horas.

Vestibulares como a Fuvest, porta de entrada para a Universidade de São Paulo (USP), são compostos por duas etapas diferentes, cada uma com suas particularidades.

A dica, então, é não se limitar ao vestibular e participar de outros processos para ingressar na faculdade pública.

A seguir, comentamos os principais.

Enem e Sisu

O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) é uma ferramenta do governo que conecta alunos interessados a uma série de IES públicas.

A dinâmica é extremamente simples, pois utiliza a nota do estudante no último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), dispensando a realização de uma prova para cada universidade e curso desejado.

Além de ter realizado o Enem no ano anterior, quem utiliza o Sisu não pode ter zerado em nenhuma das disciplinas do teste, nem na redação.

Cumprindo esses critérios, basta ter finalizado o Ensino Médio até a data de matrícula na faculdade e realizar a inscrição no sistema, acessando o Portal Único de Acesso ao Ensino Superior do MEC.

Vestibular tradicional

Apesar de reunir muitas faculdades públicas, o Sisu ainda não conta com a adesão de todas elas.

Nesses casos, uma das saídas para o aluno é encarar o vestibular tradicional, que pode, ou não, ter a nota aumentada a partir da pontuação no Enem.

Em geral, o vestibular é realizado em duas fases: a primeira avalia os conhecimentos gerais e a segunda é mais específica, com questões dissertativas sobre matérias relacionadas ao curso selecionado pelo candidato.

🔵Leia também: Entenda a diferença entre vestibular e Enem

Programa de Avaliação Seriada (PAS)

O PAS é uma alternativa ao vestibular convencional que permite uma avaliação mais ampla sobre o desempenho do aluno durante o Ensino Médio.

Ao final de cada ano, ele realiza um teste sobre os conhecimentos difundidos ao longo do período. Ou seja, o conteúdo fica distribuído entre três provas.

Segundo as preferências da IES, o programa pode atribuir pesos distintos às avaliações e somar os pontos para compor a nota final.

Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Universidade Estadual de Goiás (UEG) e Universidade de Pernambuco (UPE) são algumas IES públicas que aderiram ao PAS.

Política de cotas

Desde 2012, universidades federais e institutos federais de educação, ciência e tecnologia reservam metade do total de vagas para estudantes que tenham cursado o Ensino Médio em escolas públicas.

Os outros 50% são disputados por todos os candidatos que não se enquadrem nesse critério.

A política de cotas para o Ensino Superior também considera a renda da família do aluno e quantidade de candidatos que se declaram pretos, pardos e indígenas para o preenchimento das vagas.

Quais as vantagens e desvantagens de estudar em uma faculdade pública?

A ausência de gastos com mensalidade é uma das vantagens mais evidentes de se estudar em uma faculdade pública.

Essas entidades têm maior dedicação ao campo de pesquisa, o que pode ser benéfico, especialmente, se você considera seguir carreira nessa área.

O corpo docente tende a ser bastante qualificado, o que confere credibilidade e reconhecimento dos cursos no mercado de trabalho.

Por outro lado, graduandos de IES públicas podem sofrer com greves, instalações obsoletas e falta de materiais importantes, devido a cortes nos investimentos destinados a essas entidades.

Dificuldades para ingressar e cursos em tempo integral são outras desvantagens que complicam o acesso às instituições públicas.

🔵Leia também: Afinal, qual a faculdade mais curta?

O que diferencia uma faculdade pública da privada?

Enquanto a faculdade privada é mantida e administrada por uma organização ou empresa, a pública é gerida pelo governo.

Afinal, qual das duas escolher?

Essa é uma escolha complexa, que deve considerar seus objetivos e recursos no momento.

Apesar de não incluir a mensalidade, ingressar em uma faculdade pública pode exigir que você se mude para uma cidade distante, implicando em custos de moradia, alimentação e transporte, sem contar todo o remanejamento da sua rotina.

A qualidade do curso, materiais e instalações também devem pesar na sua escolha, principalmente se a graduação for na área de ciências e tecnologia.

Por fim, leve em conta sua disponibilidade para prestar vestibular por mais de uma vez, caso seja preciso.

Redação Blog do EAD

Por Redação Blog do EAD

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