Síndrome de burnout: o que é, estágios e quando buscar ajuda

Postado em 3 de dez de 2021
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Você sabe o que é síndrome de burnout? 

Atualmente, é infelizmente comum que muitos profissionais convivam com altos níveis de estresse e pressão em seu trabalho. Sendo assim, muitas vezes, o estado constante de estresse e ansiedade podem levar a um quadro de esgotamento do profissional. É aí que surge a síndrome de burnout.

Essa condição é caracterizada pelo desgaste físico e mental de um indivíduo. Geralmente, ela surge devido ao acúmulo de estresse no trabalho.

Neste artigo, trazemos mais informações sobre a síndrome de burnout, explicando os principais estágios e como preveni-la.

❌ Importante: este texto não oferece um diagnóstico nem substitui tratamento com um profissional especializado, como psicólogo ou psiquiatra. 

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O que é a síndrome de burnout, segundo o CID 11 

A síndrome de burnout foi oficializada recentemente pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma síndrome crônica. Em função disso, a OMS incluiu o burnout na nova Classificação Internacional de Doenças (CID-11), que deve entrar em vigor em 1º de janeiro de 2022.

De acordo com a CID-11, Burnout é:

Uma síndrome conceituada como resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso. É caracterizada por três dimensões: 

Sentimentos de exaustão ou esgotamento de energia; 

Aumento do distanciamento mental do próprio trabalho ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao próprio trabalho; 

Redução da eficácia profissional.”

Segundo dados do ISMA-BR (International Stress Management Association), a síndrome acomete 32% da população com sintomas de estresse na atualidade. 

Muitas vezes, essa síndrome pode levar ao afastamento do trabalho, além de causar problemas de saúde como úlceras, diabetes e aumento no colesterol.

Esse transtorno se caracteriza por um estado de estresse devastador, extremo, superior à capacidade pessoal de lidar com questões do dia a dia de modo eficiente, e é relacionado exclusivamente ao trabalho.

A síndrome de Burnout costuma acometer pessoas muito exigentes consigo mesmas e que têm dificuldade para equilibrar as demandas profissionais com a vida pessoal

Contudo, é importante enfatizar que a síndrome não afeta os profissionais do dia para a noite. Pode levar anos para a pessoa desenvolver e atingir o pico de estresse.

Esse distúrbio foi mencionado na literatura médica pela primeira vez em 1974, pelo psicólogo norte-americano Herbert Freudenberger

O pesquisador foi um dos primeiros a descobrir os sintomas de esgotamento profissional e a levar a cabo um amplo estudo sobre a síndrome de burnout. Assim, nasceram vários estudos sobre o assunto.

Depressão, esgotamento físico e mental, sentimento de incapacidade e até pensamentos suicidas são alguns dos indícios da síndrome de burnout.

Diferença entre estresse e síndrome de burnout

Estresse é uma reação fisiológica automática do corpo a circunstâncias que exigem ajustes comportamentais. Já o burnout, é uma síndrome resultante de um estado de estresse crônico, estando necessariamente relacionado ao trabalho. 

Dessa forma, a principal diferença entre estresse e síndrome de burnout está na intensidade e nas causas da sensação de esgotamento.

O estresse pode acontecer em diversas situações, por razões diversas. Normalmente, ele acontece esporadicamente. Já a síndrome de burnout é um distúrbio, caracterizado por estresse crônico, ou seja, muito frequente. Além disso, o burnout está estritamente relacionado ao trabalho, já o estresse pode ter diversas fontes. 

As fases da síndrome de burnout 

Os psicólogos Herbert Freudenberger e Gail North criaram uma lista com os 12 estágios da síndrome de burnout.

Esses estágios não devem ser vistos unicamente como fases, mas sim como sintomas. Algumas pessoas passam por todos, mas outras não. Confira quais são:

  1. Compulsão em demonstrar seu próprio valor 

Necessidade de demonstrar constantemente e de forma excessiva domínio sobre o que você faz, buscando sempre excelência e retorno positivo dos outros.

  1. Incapacidade de se desligar do trabalho 

Checar e-mails e mensagens antes de dormir, estar constantemente pensando nas demandas de trabalho (mesmo em momentos de lazer) e trabalhar aos finais de semana (sem que seja pedido pela chefia) são alguns dos sinais. 

  1. Negação das próprias necessidades

Bom sono, alimentação adequada e tempo para o lazer tornam-se secundários. E essa atitude é vista como um sacrifício em nome de um bem maior. 

  1. Fuga de conflitos 

A pessoa percebe que há algo errado, mas evita enfrentar a situação. Os primeiros sintomas físicos podem surgir. 

  1. Reinterpretação de valores pessoais 

A família, os momentos de descanso, os hobbies, passam a ser vistos como coisas sem importância. A autoestima é medida apenas pelos resultados no trabalho

  1. Negação de problemas 

A pessoa se torna intolerante. Enxerga os colegas de trabalho como preguiçosos, incompetentes, indisciplinados. Pode haver aumento da agressividade e sarcasmo. 

  1. Distanciamento da vida social 

A vida social passa a ser restrita ou, até mesmo, inexistente. O trabalho é feito de maneira automática. A necessidade de relaxar pode levar ao uso de drogas ou álcool. 

  1. Mudanças estranhas de comportamento 

A pessoa torna-se muito diferente do que costumava ser. Quem era alegre e dinâmico torna-se apático e medroso. As alterações são óbvias e podem ser notadas pela família e amigos. 

  1. Despersonalização 

Não é possível enxergar o próprio valor nem necessidades, bem como das pessoas ao seu redor.

  1. Vazio interno 

Para amenizar o desconforto, muitos recorrem às drogas, álcool, ou compulsões como comer e fazer sexo. 

  1. Depressão 

O futuro parece incerto, a vida perde o sentido. É comum o sentimento de estar perdido, cheio de incertezas e exausto. 

  1. Síndrome de Burnout (ou esgotamento) 

Há um colapso mental e físico. Quem chegou até aqui precisa de ajuda médica imediata.

🔵Leia também: Direito à desconexão: o desafio de conciliar vida pessoal e trabalho

Quais os profissionais mais afetados pela síndrome de burnout

A síndrome de burnout ocorre com mais frequência em profissionais que têm que lidar com pressão e responsabilidade constante, como professores, profissionais de saúde e cuidadores, por exemplo.

Esses profissionais acabam se esforçando muito com o trabalho e, várias vezes, se esquecem dos momentos de descontração e relaxamento. 

É como se a mente dessas pessoas estivesse alerta o tempo todo, fazendo com que se sintam exaustas.

 

Teste para saber suas chances de ter uma síndrome de burnout 

O portal Veja Saúde elaborou um pequeno teste para saber se um profissional pode estar passando ou está próximo de vivenciar a síndrome de burnout. 

A avaliação foi produzida com base nos conceitos de Ana Maria Rossi, psicóloga e presidente da International Stress Management Association no Brasil (Isma-BR).

Como funciona: atribua a nota 1 se a frase se aplica raramente à sua vida, 2 se acontece às vezes ou 3 se ocorre frequentemente. Ao final das 12 etapas, faça a soma e confira o resultado logo na sequência.

  • Minha rotina tem mais custos do que benefícios
  • Mesmo quando estou de férias, me sinto cansado e desmotivado
  • Tenho pouco controle sobre o ritmo e o cronograma do meu trabalho
  • Sinto-me sobrecarregado mesmo quando não estou trabalhando
  • Tenho faltado ao trabalho porque me sinto doente
  • Considero meu desempenho profissional insatisfatório
  • Tenho me isolado de meus amigos e familiares
  • Executo tarefas incompatíveis com meus valores
  • Sou responsável por projetos sem ter recursos para executá-los
  • Uso medicamentos e/ou bebidas alcoólicas para relaxar 
  • Minha vida sexual se tornou mais uma tarefa a cumprir
  • Sinto que estou em um beco sem saída 

Resultados

  • Até 14 pontos: Parabéns! Você é do tipo que sabe delegar responsabilidades, estabelecer metas realistas e recusar exigências absurdas. Continue assim. Sua saúde mental agradece.
  • De 15 a 26 pontos: Atenção! O burnout está virando a esquina. Que tal reavaliar suas expectativas? Se o custo é mais alto que o benefício, o esgotamento é uma questão de tempo. 
  • Acima de 26 pontos: Cuidado! Você está a um passo do burnout. Procure conversar a respeito com colegas ou familiares. Se o estresse ocupacional chegou a níveis intensos, não postergue uma visita ao médico

É importante lembrar que esse teste não substitui de maneira alguma a avaliação de um profissional da saúde!

Como prevenir a síndrome de burnout 

Você sabia que é possível prevenir a síndrome de burnout? Para não chegar nesse estado de esgotamento, é essencial ter uma rotina equilibrada, sabendo a hora de priorizar o trabalho e sua vida pessoal.

Abaixo, trazemos algumas dicas que podem ajudar

Defina pequenos objetivos na vida profissional e pessoal

Definir objetivos, sejam de curto ou longo prazo, dão mais sentido e motivação para cumprir as tarefas diárias e podem ajudar a controlar o estresse causado pela sensação de incerteza.

Tenha momentos de lazer com amigos e familiares

Não abra mão de momentos com a família e amigos. Esses momentos de lazer trazem felicidade e relaxamento, sendo primordiais para evitar situações de esgotamento no trabalho. 

Faça atividades que "fujam" à rotina diária

A rotina de trabalho pode ser monótona e pesada para alguns profissionais. Por isso, é essencial encontrar atividades que fujam dessa rotina diária, como passear, comer num restaurante ou ir ao cinema.

Evite o contato com pessoas "negativas" 

Evite se relacionar com pessoas que estejam constantemente reclamando dos outros e do trabalho. Essas ideias negativas podem ter efeito sobre você e sobre a forma como você encara seu trabalho. 

Esteja com sua saúde mental em dia

Se você já não está bem emocionalmente, uma rotina de trabalho estressante pode agravar o problema, levando ao burnout. Por isso, é essencial procurar ajuda médica caso você esteja se sentindo muito ansioso, desmotivado ou estressado no dia a dia. 

Cuidar da sua saúde mental é essencial para ter uma rotina equilibrada e saber como lidar com as emoções. 

Além das dicas anteriores, vale sempre reforçar a importância de fazer exercício físico, por pelo menos 30 minutos por dia, se alimentar bem e ter boas noites de sono. Tudo isso contribui para que você se mantenha saudável e previna a síndrome de burnout.

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Quando buscar ajuda profissional 

Ao notar o aparecimento dos sintomas ou atitudes que prejudiquem o seu rendimento e bem-estar, não hesite em procurar ajuda profissional. É essencial buscar ajuda especializada para não chegar ao nível máximo de exaustão.

Portadores de burnout têm direito a licença médica?

Sim. Pela legislação atual, portadores de burnout têm esse direito e, em casos considerados graves, até à aposentadoria por invalidez.

Conclusão 

Neste artigo, falamos sobre síndrome de burnout, explicando o que é, os principais estágios e como prevenir.

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Redação Blog do EAD

Por Redação Blog do EAD

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