Como estimular a produtividade, de acordo com a neurociência

Postado em 12 de abr de 2024
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Você já deve ter passado por um dia em que sentiu que não rendeu muito. Isso acontecer de vez em quando é normal, afinal, somos seres humanos. 

Mas quando dias assim acontecem com mais frequência, é o momento de buscar estratégias que te ajudem a estimular a produtividade. É o que você vai encontrar a seguir.

 

4 estratégias para estimular a produtividade  

Existem algumas táticas simples que estimulam a produtividade, mas que precisam ser feitas com constância para gerarem resultados.

Conheça 4 delas que têm embasamento na neurociência: 

1. Divida uma tarefa complexa em tarefas menores 

Essa primeira estratégia é uma forma de evitar a procrastinação, que explicaremos como acontece na última seção deste guia. 

Ter um objetivo bem definido estimula a produtividade, já que gera uma sensação de recompensa ao ser alcançado que nos incentiva a realizar uma tarefa até o final.

Mas às vezes esse objetivo não é muito específico ou parece muito distante da nossa realidade, o que dificulta ter a motivação necessária para concretizá-lo. 

É o que muitas vezes acontece com tarefas complexas, seja no trabalho ou nos estudos. Para evitar a procrastinação, divida-as em tarefas menores, com metas específicas. Assim, a recompensa ao realizá-las parecerá mais próxima, dando uma injeção de motivação para terminar cada uma delas. 

2. Crie hábitos 

Os hábitos são um padrão de comportamento quase automatizado que ajuda o nosso cérebro a poupar energia. Eles são fundamentais para a produtividade, pois evitam que tenhamos condutas que prejudiquem o andamento de nossas entregas.

Alguns exemplos de bons hábitos que contribuem diretamente com a produtividade: deixar o smartphone na gaveta ou na mochila enquanto trabalha, dormir mais cedo, fazer pequenas pausas ao longo do dia... 

Criar hábitos que estimulem a produtividade é um processo, cuja duração varia de pessoa para pessoa. O tempo para um comportamento se tornar um padrão de ação também depende da complexidade da atividade. Quanto mais complexa, maior será o tempo necessário para se tornar um hábito. 

E existem estratégias que ajudam na consolidação de novos comportamentos. Uma que tem evidências na neurociência é o controle de hábitos, uma ferramenta de registro das vezes em que agimos da forma desejada. Ele permite a visualização do progresso ou de recaídas recorrentes, permitindo assim uma adaptação nos planos.

O controle de hábitos pode ser feito com papel e caneta ou no celular – na loja de aplicativos do seu dispositivo você encontra várias opções gratuitas.  

Outra estratégia é alterar o ambiente, ou seja, excluir elementos que funcionem como gatilhos que te impedem de realizar a ação que você gostaria que virasse um hábito.

Se o seu objetivo for passar menos tempo nas redes sociais, por minarem o seu foco, não deixe o celular sobre a mesa de trabalho. Ou instale uma extensão no seu navegador que bloqueia o acesso ao Instagram ou X (antigo Twitter) por um determinado período de tempo.

3. Trabalhe em blocos de tempo 

Quando ficamos muito tempo concentrados em uma atividade, é esperado que o nosso cérebro se canse e percamos o foco. Por isso a importância de incluir pequenas pausas ao longo do dia, para o nosso cérebro se recuperar e retomarmos a tarefa com mais disposição. 

Organize o seu dia de trabalho em blocos. Em alguns, você passará um determinado número de minutos se dedicando a uma tarefa. Em outros, você incluirá alguma recompensa por ter conseguido manter o foco na atividade – o ideal é que essa recompensa seja algo bem diferente do que você estava fazendo, como assistir a um vídeo no TikTok ou tomar um café. 

O Método Pomodoro é um exemplo de ferramenta para trabalhar em blocos de tempo. Mas vale lembrar que o tempo padrão de 25 minutos de atividade ininterrupta não funciona para todo mundo. O período em que conseguimos focar em uma tarefa é muito individual, por isso vale adaptar o método à sua realidade.

4. Esqueça a ideia de que “quanto mais horas trabalhadas, maior é a produtividade” 

Permanecer horas ininterruptas trabalhando é desgastante, prejudica a qualidade das entregas e ainda impacta a saúde mental. Então não caia no mito de que “quanto mais horas trabalhadas, maior é a produtividade”.

Na verdade, a produtividade depende do autocuidado. Afinal, para produzir com qualidade, precisamos estar bem física e emocionalmente. 

Então nada de deixar de se exercitar, de comer ou de passar um tempo com a família e amigos para trabalhar. Ah! E o mais importante: tenha um sono de qualidade. 

É quando dormimos que os nossos cérebros trabalham para restaurar o funcionamento do corpo, além de reforçar memórias e consolidar o aprendizado. O cérebro também faz uma espécie de “limpeza” de substâncias que se acumularam no órgão durante o dia, como a adenosina.

A adenosina é um neurotransmissor com efeitos calmantes e inibitórios, responsável pela sensação de sono. Quando não dormimos direito, a adenosina se acumula em nosso organismo e reduz a capacidade dos nossos sistemas neurais de manter o foco. Ela também reduz a ação da dopamina, neurotransmissor que atua na atenção e no autocontrole. 

Em resumo, passar a noite trabalhando não ajuda em nada na sua produtividade. 

Mas como dormir bem? 

Uma técnica recomendada por psicólogos é a higiene do sono, que consiste em um conjunto de práticas como: 

  • Manter um horário regular para dormir, ou seja, ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias, inclusive nos finais de semana. 
  • Criar um ambiente propício ao sono, mantendo o quarto escuro, silencioso e em uma temperatura confortável. 
  • Evitar televisão e smartphones à noite, pois a luz azul emitida por esses dispositivos interfere no ciclo do sono. Desligue-os pelo menos uma hora antes de dormir. 
  • Praticar uma rotina relaxante antes de dormir, como tomar um banho quente, ler um livro ou ouvir música suave. 
  • Evitar cafeína, nicotina e álcool antes de dormir. 
  • Exercitar-se regularmente. 

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Mas, afinal, o que é ser produtivo?  

Ser produtivo significa ter uma performance alinhada às expectativas, usando o mínimo de recursos possível. Esses recursos podem ser dinheiro, mão-de-obra, materiais ou tempo. 

Lembrando que produtividade não significa fazer muitas coisas ao mesmo tempo, mas se dedicar ao que é mais importante para alcançar seus objetivos. 

Tampouco significa ter que fazer algo que seja considerado útil durante as 24 horas do dia. Reservar um tempo para fazer nada é essencial, ainda mais para não entrar em um ciclo de produtividade tóxica. 

A produtividade tóxica é caracterizada pela pressão de ser produtiva ou produtivo o tempo inteiro, durante e após o período de trabalho. As tarefas e obrigações são priorizadas em detrimento da saúde, do bem-estar psicológico e dos relacionamentos.

Ela não é uma patologia nem um diagnóstico, mas um comportamento que pode levar ao desenvolvimento de transtornos mentais como ansiedade, depressão e síndrome de burnout

Por que procrastinamos? 

Nós procrastinamos porque temos uma aversão natural a tarefas que exigem mais esforço mental, que geralmente envolvem mais riscos de errar e causam ansiedade.

Para vencer essa aversão, precisamos ter um objetivo muito claro que, ao ser alcançado, gere uma sensação de recompensa. Isso aumenta nossos níveis de dopamina, neurotransmissor responsável por funções cognitivas como atenção, memória e aprendizado – além de atuar na regulação do humor, na capacidade de sentir prazer e no controle motor. 

A dopamina é fundamental para gerar motivação, aumentando o foco e o autocontrole para finalizar as tarefas mais difíceis. 

Em outras palavras, para evitar a procrastinação é preciso manter a motivação e, para isso, precisamos definir objetivos. Quanto mais próximos eles estiverem de ser realizados, maior é o ânimo para concluir uma tarefa.

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Esperamos que este pequeno guia sobre como estimular a produtividade tenha sido útil. Tenha em mente que colocar as 4 estratégias sugeridas em prática exige paciência e persistência. E, se em algum dia, você não conseguir fazer uma delas, não se culpe. O importante é tentar novamente no dia seguinte.

Olívia Baldissera

Por Olívia Baldissera

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Jornalista e historiadora. É analista de conteúdo do Blog do EAD.