O que se entende por filosofia moderna? [Filosofia no Enem]

Redação Blog do EAD • 13 de junho de 2024

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    Você sabia que um dos principais conteúdos da prova de Ciências Humanas do Enem é filosofia moderna?

    A prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias reúne questões de história, geografia, sociologia e filosofia . Em média, pelo menos 15 das 45 questões que compõem a prova são especificamente de filosofia. 

    Essas questões passam por diversos campos dos estudos filosóficos, mas um dos principais é a filosofia moderna. 

    Esse assunto aparece em todas as edições do Enem e ganha um número considerável de questões, merecendo, assim, sua atenção na hora dos estudos. 

    Quer saber mais sobre filosofia moderna no Enem? Continue conosco e entenda tudo sobre o assunto!

    Aqui você vai conferir:

     

    O que caracteriza a filosofia moderna

    A filosofia é dividida em fases a partir das semelhanças que os filósofos possuem entre si. Um destes períodos é a filosofia moderna.

    A filosofia moderna começou no século XV, quando teve início a Idade Moderna. 

    Esse período marca a transição do pensamento medieval, fundamentado na fé e nas relações entre os homens e Deus, para o pensamento antropocêntrico (homem no centro do mundo). 

    É nessa fase que a humanidade se torna o grande objeto de estudos.    

    O   racionalismo   e o   empirismo   , principais correntes de pensamento construídas no período, demonstram essa mudança. Ambas visam dar respostas sobre a origem do conhecimento humano. O primeiro associando à razão humana e o segundo, baseado na experiência.

    Esse período da história da humanidade reúne diversas descobertas científicas, especialmente nos campos da astronomia, ciências naturais, matemática e física. Esse avanço científico foi o principal fator para a mudança do pensamento teocêntrico para antropocêntrico.

    Abaixo, listamos alguns conceitos-chave para compreender a filosofia moderna: 

    1. Antropocentrismo e Humanismo
    2. Cientificismo
    3. Valorização da natureza
    4. Racionalismo (razão)
    5. Empirismo (experiências)
    6. Liberdade e idealismo
    7. Renascimento e iluminismo
    8. Filosofia laica (não religiosa)
    🔵 Leia também:  O que mais cai em filosofia no Enem? Temas, filósofos e questões

    Os filósofos modernos que mais aparecem nas questões do Enem 

    A seguir, apresentamos os principais pensadores da filosofia moderna. Confira:

    1. René Descartes 

    René Descartes   foi um filósofo e matemático francês. Ele foi o criador do pensamento cartesiano — sistema filosófico que deu origem à filosofia moderna.

    Sua principal obra é   O Discurso sobre o Método   , de 1637: um tratado filosófico e matemático que lançou as bases do racionalismo como a única fonte de conhecimento.

    É neste livro que se encontra uma das frases mais famosas do filósofo: “Penso, logo existo”. Nessa obra, o pensador expõe quatro regras para se chegar ao conhecimento:

    1. Nada é verdadeiro até que venha a ser reconhecido como tal.
    2. Os problemas precisam ser analisados e resolvidos sistematicamente.
    3. As considerações devem partir do mais simples para o mais complexo.
    4. O processo deve ser revisto do começo ao fim para que nada importante seja omitido.

    A filosofia de Descartes propôs um método nunca acreditasse no falso e que fosse totalmente fundamentada na verdade. Ele sugeriu uma nova visão da natureza, que anulava o significado moral e religioso da época. 

    Sua crença é de que ciência deveria ser prática e não especulativa como acontecia na época.

    2. Nicolau Maquiavel 

    Nicolau Maquiavel   foi um filósofo político, historiador, estadista e escritor italiano. Interessado pelos problemas de seu tempo, Maquiavel participou ativamente da política, aprofundando seus estudos na área. 

    É reconhecido como fundador do pensamento e da ciência política moderna, pelo fato de ter escrito sobre o Estado e o governo como realmente são, e não como deveriam ser.

    A obra “O Príncipe”, escrita em 1513, e publicada postumamente em 1532, é sua obra-prima.

    O livro é um manual sobre a arte de governar e foi inspirado no estilo político de César Bórgia, um dos mais ambiciosos comandantes italianos.

    Indignado com a decadência política e moral da Itália, o autor dirige conselhos a um príncipe imaginário, com o único objetivo de unificar a Itália e criar uma nação moderna e poderosa.

    Para Maquiavel, o importante era realizar o desejo projetado, mesmo sob qualquer forma de governo – monarquia ou república, e por qualquer meio, inclusive pelo uso violência e opressão.

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    3. Francis Bacon 

    Francis Bacon   foi um filósofo, político inglês e um dos fundadores do método indutivo de investigação científica — o qual estava baseado no empirismo.

    Ele criou um modelo de investigação baseado na observação precisa e minuciosa dos fenômenos naturais.

    Seu objetivo com esse método era combater os erros provocados pelas crenças nos “ídolos”. Segundo o pensador, essa metodologia estaria dividida em quatro etapas:

    1. Coleta de informações a partir da observação rigorosa da natureza;
    2. Reunião, organização sistemática e racional dos dados recolhidos;
    3. Formulação de hipóteses segundo a análise dos dados recolhidos;
    4. Comprovação das hipóteses a partir de experimentações.

    Seus estudos contribuíram para a história da ciência moderna.

    4. Thomas Hobbes 

    foi um filósofo, teórico político e matemático inglês. Sua principal obra é
     
    Leviatã
    .

    Sua filosofia é dividida em duas vertentes: o campo da Filosofia teorética e da Filosofia prática. 

    No campo teorético, Hobbes era um empirista, defendendo que não há qualquer tipo de representação mental anterior à experiência. 

    Contudo, a grande produção filosófica do pensador está ligada à Filosofia prática, ou seja, à Filosofia política. No campo político, o pensador defendeu:

    1. O estado de natureza humano como momento de inaptidão natural para a vida social;
    2. A sociedade como uma composição complexa de “átomos”, que são os indivíduos;
    3. O contrato social como formação da comunidade humana que retira o homem de seu estado de natureza;
    4. A necessidade da monarquia para estabelecer a ordem entre as pessoas.
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    5. Adam Smith

    Adam Smith   foi um economista e filósofo social escocês. 

     No século XVIII, a economia não era um assunto específico, fazia parte da “Filosofia Moral”. Adam Smith foi o primeiro filósofo a reconhecer que as ações de mercado mereciam um estudo cuidadoso. 

    É por isso, inclusive, que o filósofo é conhecido como o Pai da Economia Moderna.

    Ele é o mais importante teórico do liberalismo econômico do século XVIII. Sua principal obra, "A Riqueza das Nações", é referência para os economistas até os dias de hoje.

    Conceitos como mão invisível, divisão do trabalho, mercantilismo e fisiocracia são essenciais para entender seu pensamento.  

    6. John Locke 

    John Locke   foi um filósofo inglês e é um dos nomes mais importantes do empirismo. Locke afirmava que o conhecimento era proveniente da experiência, tanto de origem externa, nas sensações, quanto nas internas, através das reflexões.

    No campo da política, o pensador defendia a liberdade intelectual e a tolerância. 

    Ele foi precursor de muitas ideias liberais, que só floresceram durante o iluminismo francês no século XVII. Locke criticou a teoria de direito divino dos reis, formulada pelo filósofo Thomas Hobbes.

    7. Montesquieu 

    Montesquieu   foi um dos mais importantes filósofos e pensadores do iluminismo francês, ao lado de Voltaire e Rousseau. 

    Ele foi um dos principais intelectuais iluministas que sustentaram teoricamente a   Revolução Francesa   , que aconteceria em 1789, 34 anos após a sua morte.

    A principal contribuição do filósofo foi a ideia de tripartição dos poderes do Estado. Ou seja, a separação dos poderes estatais, sistematizados em três tipos: executivo, legislativo e judiciário.

    8. Voltaire 

    François Marie Arouet, mais conhecido pelo pseudônimo   Voltaire   , foi outro filósofo importante do iluminismo. 

    Os ideais de Voltaire estavam bem alinhados com os de outros iluministas franceses, mas com alguma ênfase na questão da liberdade. 

    Ele acreditava que o ser humano deveria ser livre para expressar sua vida criativa, sem interferências de cunho moral e religioso. Ele também era contra o absolutismo e a favor da separação entre Igreja e Estado.

    O pensador foi um dos primeiros defensores da ideia de Estado Laico.

    Voltaire também era absolutamente a favor da liberdade de imprensa e da liberdade de expressão, além da liberdade religiosa e da tolerância.

    9. Jean-Jacques Rousseau

    Jean-Jacques Rousseau   foi um filósofo e escritor franco-suíço. 

    Ele foi um dos grandes intelectuais do iluminismo francês, sendo considerado também um precursor do socialismo e do romantismo.

    No campo da filosofia, a ideia de contrato social é um dos principais assuntos de debate. 

    Rousseau se baseia no pressuposto de que o estado de natureza humana é bom e a formação do pacto social (tal como foi estabelecido até então) o corrompe.

    10. Immanuel Kant 

    Immanuel Kant   foi um filósofo alemão com influência iluminista.

    Ele buscou explicar os tipos de juízos e conhecimento desenvolvendo um “exame crítico da razão”. 

    A filosofia kantiana buscou criar uma ética cujos princípios não se baseassem na religião e, sim, em um conhecimento fundamentado na sensibilidade e no entendimento.

    Questões do Enem de filosofia moderna para praticar 

    Agora que você já entende o que é filosofia moderna e conhece seus principais representantes, vamos descobrir como esse assunto é abordado no Enem?

    Confira algumas questões de edições passadas do Enem sobre filosofia moderna:

    1 - (Enem 2019) TEXTO I

    Duas coisas enchem o ânimo de admiração e veneração sempre crescentes: o céu estrelado sobre mim e a lei moral em mim.

    KANT, I. Critica da razão prática. Lisboa: Edições 7

    TEXTO II

    Duas coisas admiro: a dura lei cobrindo-me e o estrelado céu dentro de mim.

    FONTELA, O. Kant (relido). In: Poesia completa. São Paulo, Hedra, 2015.

    A releitura realizada pela poeta inverte as seguintes ideias centrais do pensamento kantiano:

    1. Possibilidade da liberdade e obrigação de ação.
    2. A prioridade do juízo e importância da natureza.
    3. Necessidade da boa vontade e crítica da metafísica
    4. Prescindibilidade do empírico e autoridade da razão.
    5. Interioridade da norma e fenomenalidade do mundo.

    Gabarito: E

    2 - (Enem PPL 2019) TEXTO I

    Eu queria movimento e não um curso calmo da existência. Queria excitação e perigo e a oportunidade de sacrificar-me por meu amor. Sentia em mim uma superabundância de energia que não encontrava escoadouro em nossa vida.

    TOLSTÓI, L. Felicidade familiar. Apud KRAKAUER, J. Na natureza selvagem. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.

    TEXTO II

    Meu lema me obrigava, mais que a qualquer outro homem, a um enunciado mais exato da verdade; não sendo suficiente que eu lhe sacrificasse em tudo o meu interesse e as minhas simpatias, era preciso sacrificar-lhe também minha fraqueza e minha natureza tímida. Era preciso ter a coragem e a força de ser sempre verdadeiro em todas as ocasiões.

    ROUSSEAU, J.-J. Os devaneios do caminhante solitário. Porto Alegre: L&PM, 2009.

    Os textos de Tolstói e Rousseau retratam ideais da existência humana e defendem uma experiência

    1. Lógico-racional, focada na objetividade, clareza e imparcialidade.
    2. Místico-religiosa, ligada à sacralidade, elevação e espiritualidade.
    3. Sociopolítica, constituída por integração, solidariedade e organização.
    4. Naturalista-científica, marcada pela experimentação, análise e explicação.
    5. Estético-romântica, caracterizada por sinceridade, vitalidade e impulsividade.

    Gabarito: E

    3 - (Enem 2016)

    TEXTO I

    Até aqui expus a natureza do homem (cujo orgulho e outras paixões o obrigaram a submeter-se ao governo), juntamente com o grande poder do seu governante, o qual comparei com o Leviatã, tirando essa comparação dos dois últimos versículos do capítulo 41 de Jó, onde Deus, após ter estabelecido o grande poder do Leviatã, lhe chamou Rei dos Soberbos. Não há nada na Terra, disse ele, que se lhe possa comparar. 

    HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

    TEXTO II

    Eu asseguro, tranquilamente, que o governo civil é a solução adequada para as inconveniências do estado de natureza, que devem certamente ser grandes quando os homens podem ser juízes em causa própria, pois é fácil imaginar que um homem tão injusto a ponto de lesar o irmão dificilmente será justo para condenar a si mesmo pela mesma ofensa.

    LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Petrópolis: Vozes, 1994.

    Thomas Hobbes e John Locke, importantes teóricos contratualistas, discutiram aspectos ligados à natureza humana e ao Estado. Thomas Hobbes, diferentemente de John Locke, entende o estado de natureza como um(a)

    1. Condição de guerra de todos contra todos, miséria universal, insegurança e medo da morte violenta.
    2. Organização pré-social e pré-política em que o homem nasce com os direitos naturais: vida, liberdade, igualdade e propriedade.
    3. Capricho típico da menoridade, que deve ser eliminado pela exigência moral, para que o homem possa constituir o Estado civil.
    4. Situação em que os homens nascem como detentores de livre-arbítrio, mas são feridos em sua livre decisão pelo pecado original.
    5. Estado de felicidade, saúde e liberdade que é destruído pela civilização, que perturba as relações sociais e violenta a humanidade.

    Gabarito: A

    4 - (Enem 2019) TEXTO I

    Considero apropriado deter-me algum tempo na contemplação deste Deus todo perfeito, ponderar totalmente à vontade seus maravilhosos atributos, considerar, admirar e adorar a incomparável beleza dessa imensa luz.

    DESCARTES, R. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1980

    TEXTO II

    Qual será a forma mais razoável de entender como é o mundo? Existirá alguma boa razão para acreditar que o mundo foi criado por uma divindade todo-poderosa?

    Não podemos dizer que a crença em Deus é “apenas” uma questão de fé.

    RACHELS, J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.

    Os textos abordam um questionamento da construção da modernidade que defende um modelo

    1. Centrado na razão humana.
    2. Baseado na explicação mitológica.
    3. Fundamentado na ordenação imanentista.
    4. Focado na legitimação contratualista
    5. Configurado na percepção etnocêntrica

    Por Redação Blog do EAD

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