O que é nomofobia, o vício que pode prejudicar sua vida

Mariana Bortoletti • 13 de junho de 2024

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    Se você é uma pessoa que não consegue nem imaginar o que faria sem o seu celular, é preciso tomar cuidado porque isso pode ser um sinal de nomofobia.

    Conforme as tecnologias estão evoluindo e afetando a estrutura social, novos transtornos, como a nomofobia, surgem.

    Esse é um termo inglês que se refere ao medo que uma pessoa sente de ficar sem celular. A nomofobia pode trazer ansiedade, insônia, problemas de concentração, isolamento e pode até levar à depressão.

    Para ajudar você a entender melhor o que é a nomofobia e como lidar com ela, trouxemos este artigo para aprofundar o assunto.

    Confira:

    O que é a nomofobia?

    A nomofobia é o medo irracional de ficar sem o celular, o medo de ser incapaz de usar o telefone ou de ficar sem sinal de internet.

    A termo deriva do inglês (no + mobile + phobia = nomophobia, nomofobia em português) e foi criado pela YouGov , uma instituição de pesquisa sediada no Reino Unido.

    O instituto identificou que 88% dos britânicos entre 18 e 35 anos se sentiam ansiosos, nervosos e preocupados se ficassem separados de seus smartphones por 24 horas.

    E essa não é uma realidade apenas dos britânicos, ela se estende ao mundo inteiro.

    Na Coréia do Sul, pessoas de 18 a 37 anos relataram que sentem que smartphones são parte de sua identidade e uma extensão de seus corpos. Enquanto isso, os brasileiros passam em média 3h14m por dia conectados aos seus celulares.

    A nomofobia não seria uma fobia, mas um vício

    Por definição, uma fobia é um medo irracional de alguma coisa.

    Esse medo irracional é um desconforto que leva as pessoas a imaginarem os piores cenários envolvendo a tal coisa, além de trazer a sensação de pânico e terror.

    Nesse sentido, especialistas dizem que a nomofobia não é uma fobia, mas um vício.

    Para ser uma fobia, o medo sentido pelos nomofóbicos precisaria ser irracional. Porém, tudo o que eles temem poderia acontecer, por exemplo ficar sem bateria ou perder uma notícia.

    O vício, por sua vez, foca na obtenção de prazer de um indivíduo e na dependência.

    Isso faz com que ele se afaste dos amigos e da família, seja prejudicado no trabalho e mude o curso de suas ações. O vício também traz ansiedade e angústia.

    Assim, o medo que uma pessoa tem de ficar longe do celular pode ser comparado ao medo que um dependente químico sente ao pensar que não vai ter o prazer proporcionado pelo entorpecente.

    Os sinais de alerta da nomofobia

    Usar o celular para realizar tarefas do dia a dia faz parte da normalidade do mundo atual, já que os aplicativos permitem que façamos coisas diversas, desde compras de mercado até trabalhar.

    Porém, identifica-se a nomofobia quando a relação de uma pessoa com seu smartphone é de dependência. Você se torna um nomofóbico quando, ao ficar longe do seu celular, começa a apresentar sintomas físicos e mentais que se parecem com a abstinência de drogas.

    Por isso, preste atenção aos seguintes sinais de alerta:

    • Nunca desliga o telefone porque não consegue;
    • Sempre verifica se tem novas mensagens, e-mails ou se perdeu alguma ligação;
    • Abre as redes sociais o tempo inteiro para verificar notificações;
    • Fica irritado quando está em um local sem wi-fi ou quando os dados móveis não funcionam;
    • Sempre leva o celular para o banheiro com você;
    • Se fica muito sem usar o celular, sente que algo está errado;
    • Faz várias pausas durante o trabalho para verificar notificações no celular;
    • Acorda no meio da noite para mexer no celular;
    • Se sente incompleto quando sai de casa e esquece o telefone;
    • Leva o carregador para todos os lugares porque tem medo de ficar sem bateria.

    É importante saber distinguir sinais de nomofobia do uso normal do celular, então pense nesses sinais de alerta como extremos.

    Os prejuízos da nomofobia para sua vida

    Como dissemos, a definição da nomofobia é a ansiedade de ficar sem o celular e isso acaba tendo efeitos físicos e mentais bastante perigosos. Especialistas dizem que, em casos extremos, e ssa ansiedade pode levar à depressão.

    Os sinais psicológicos englobam a ansiedade e angústia, mas os sinais físicos podem afetar a saúde dos olhos, atrapalhar o sono e provocar fadiga.

    Na prática, existem graus variados de prejuízos para a saúde, então nem sempre será possível identificar, mas podemos citar os mais comuns:

    1. Problemas de concentração

    Uma das justificativas de ter o celular sempre por perto é ser multitarefa.

    E apesar de a sociedade estar convencida de que ser multitarefa nos permite fazer mais com o nosso tempo, a verdade é que o cérebro não está estruturado para fazer duas coisas ao mesmo tempo.

    Por isso, usar o celular enquanto assiste televisão, por exemplo, não otimiza o seu tempo, apenas faz com que você perca a concentração em ambas as tarefas.

    Você acaba não dando a atenção necessária para as duas tarefas que se propõe a fazer e isso traz uma queda de produtividade, menos assertividade e dificuldade de concentração.

    2. Ansiedade

    Grande parte da necessidade de estar conectado e sempre presente online é o medo de estar perdendo algo importante, também chamado de FOMO (fear of missing out).

    Essa é uma ansiedade comum em uma sociedade conectada e dependente de redes sociais.

    De repente, estamos carregados de sentimentos angustiantes de que nossos amigos estão fazendo planos sem nós, que perdemos o meme mais recente ou que seremos os últimos a saber sobre uma notícia importante.

    3. Insônia

    Esse é um problema físico comum a quem fica muito tempo no celular, isso porque os smartphones estão cheios de informações estimulantes e isso deixa o cérebro animado, sem vontade de dormir, mesmo que você esteja cansado fisicamente.

    Além disso, os smartphones e dispositivos no geral emitem a chamada “luz azul”, que impacta a córnea e pode causar dores de cabeça, cansaço visual e envelhecimento precoce da retina.

    A luz azul dos dispositivos é formada pela luz turquesa e luz violeta , sendo que a última é aquela que prejudica o sono. Isso porque ela bloqueia a produção de melatonina.

    4. Dificuldade de se conectar

    Mais um dos sintomas psicológicos e sociais, a nomofobia pode causar uma dificuldade de conexão de um indivíduo com outros indivíduos.

    A ansiedade de estar sempre conectado tira a atenção de uma pessoa da conversa que estiver tendo e leva para o aparelho.

    Nesse cenário, conversas entre amigos ou familiares se tornam chatas e sem sentido, enquanto o bombardeio de informações nas redes sociais e aplicativos traz alegria.

    O que causa muitas pessoas começarem uma conversa presencial com alguém, mas logo em seguida já puxar o telefone para checar alguma coisa.

    Como lidar com a ansiedade de ficar afastado do celular

    A nomofobia não é uma doença em si, como podemos ver ao longo do artigo, mas uma espécie de vício movido pela ansiedade e pelo medo de ficar de fora de alguma novidade.

    Por isso, uma das maneiras de lidar com a nomofobia, ou seja, com a ansiedade de ficar longe do celular, é dissociando o smartphone de uma ideia positiva.

    Antes mesmo de tomar atitudes contra essa ansiedade, você precisa entender o que ela representa e como afeta negativamente o seu corpo e sua mente.

    Então, tendo essa ideia clara, você pode aplicar algumas dicas:

    • Desligue o celular quando estiver conversando com seus amigos e familiares ou quando quiser descansar e passar um tempo desconectado . E, claro, busque ter a força de vontade de não ligar o celular para poder se conectar novamente.
    • Equilibre o tempo que você passa tendo contato humano com o tempo usado no celular . Ou seja, se você identificou que ficou uma hora no celular, passe uma hora na companhia de algum amigo ou familiar. E não vale ser pelo whatsapp!
    • Quando for dormir, deixe o seu telefone a, pelo menos, 10 metros de distância da sua cama . Essa é uma tática interessante para evitar que você acesse o telefone durante a noite e ainda ajuda a levantar no horário certo de manhã.
    • Defina momentos do dia em que você vai ficar longe do seu celular , pode ser durante o horário de trabalho ou em algum período específico para realizar outras tarefas. A intenção é começar a se acostumar a ficar sem ele.
    • Não abra nenhum aplicativo, nem os de mensagens ou e-mails, durante 30 minutos depois de acordar e nem 30 minutos antes de dormir . Ajuda a manter o ciclo de sono.
    • E se precisar, baixe aplicativos que limitam o uso de tempo de determinados apps no seu celular . Esses aplicativos bloqueiam as atividades depois de um certo tempo.

    Essas são dicas que ajudam nomofóbicos a lidar com a ansiedade de ficar longe do celular.

    Porém, se você percebeu que apresenta nomofobia em níveis elevados, o caminho mais recomendado é buscar ajuda profissional.

    Um psicólogo vai ajudar você a investigar melhor a raiz desse problema e, também, a elaborar técnicas para encerrar a relação de dependência que você tem com o celular.

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    Por Mariana Bortoletti

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