O que é autogestão, uma das habilidades do futuro do trabalho

Mariana Bortoletti • 13 de junho de 2024

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A autogestão foi identificada com uma das habilidades mais desejadas no profissional do futuro. Porém, você sabe o que é autogestão e o que ela exige?  

O termo autogestão se refere à habilidade que um profissional tem de arcar com as responsabilidades de suas tarefas, fazer gestão de seu tempo e se comprometer com suas entregas.  

A autogestão já era realidade para alguns times, mas devido à pandemia de Covid-19, ela se tornou desejável em todos os profissionais e um traço essencial ao futuro do trabalho.  

Por isso, neste artigo nós vamos apresentar para você o que é autogestão, como você pode desenvolvê-la, quais são as vantagens para sua carreira e como ela se apresenta no mercado de trabalho.  

Você vai conferir:  

O que significa autogestão?  

O termo autogestão se refere ao aumento da autonomia de cada profissional.  

Nesse sentido, um profissional que tem autogestão planeja, executa e controla suas tarefas diárias, assumindo responsabilidade por elas e entregando resultados por conta própria.  

Devido à popularização do trabalho remoto nos últimos anos, a autogestão se tornou um atributo desejável no mercado de trabalho.  

Ela também pode ser definida como um modelo de gestão de equipes, onde tarefas são distribuídas entre colaboradores e eles as cumprem como e quando desejarem, sem a necessidade de cobrança e permissão de um gestor.  

Para que a autogestão funcione na gestão de equipes e como habilidade individual, é necessário que o profissional e a empresa se comprometam com o modelo.  

Dentro da autogestão, nós encontramos três conceitos: a autogestão pessoal, autogestão emocional e a autogestão empresarial.  

As duas primeiras se referem ao indivíduo, enquanto a terceira fala sobre as organizações.

O que é autogestão pessoal?

A autogestão pessoal é uma competência que se tornou um diferencial para o futuro do trabalho , como já falamos acima.  

É ela que permite que colaboradores assumam como vão lidar com suas tarefas e prazos de entrega.  

Na autogestão pessoal, o profissional ganha autonomia e liberdade, mas precisa ter algumas habilidades específicas para não se perder.  

Por exemplo, pessoas desorganizadas, inseguras e que não conseguem se comunicar bem provavelmente não conseguirão aproveitar todas as vantagens da autogestão.  

Nesses casos, o profissional precisa aprender a lidar com o desafio e ter aprendizado constante.  

O que é autogestão emocional?

Enquanto a autogestão pessoal fala sobre a capacidade de ter autonomia para lidar com entregas, a autogestão emocional se refere à capacidade de gerir sentimentos e habilidades.  

É uma competência que fala sobre conhecer limites e alcances , potencializar características positivas e criar métodos para superar desafios.  

Ter autogestão emocional ajuda a lidar com problemas como a gestão do tempo, tanto da vida profissional quanto pessoal, manter o foco e ter consciência de que sentimentos você está tendo.  

A autogestão e o futuro do trabalho  

O Instituto McKinsey entrevistou 18 mil profissionais de 15 países diferentes para identificar quais são as habilidades que o profissional do futuro deverá ter.  

E a autogestão aparece na lista como uma das soft skills.  

De acordo com o instituto, o profissional do futuro deverá agregar valor para além do que uma automação pode fazer, sendo capaz de operar no digital e se adaptar às novas tecnologias e a ambientes de trabalho diferentes.  

A pesquisa identificou 56 competências e atitudes que compõe o profissional do futuro.  

Elas foram divididas em quatro grupos (interpessoais, digitais, de autogestão e cognitivas) e nós vamos falar sobre elas em seis categorias. Confira:  

  • Pensamento crítico e analítico : como o profissional lida com problemas e informações no dia a dia, como encara situações desafiadoras e toma decisões baseadas em dados.    
  • Comunicação e colaboração : saber colaborar com os colegas, escutar ativamente, comunicar decisões com clareza e falar bem em público.    
  • Adaptabilidade : não ser resistente a mudanças e entender todos os aspectos do local onde se encontra, também buscar novas maneiras de fazer algo.    
  • Inteligência emocional : entender seus colegas e gestores antes de tirar uma conclusão, ter empatia e saber resolver conflitos.    
  • Autogestão : ter responsabilidade com entregas e fazer gestão de tempo, mas também tomar as rédeas de sua própria carreira.    
  • Fluência digital : utilizar bem as ferramentas digitais, mas também ter aprendizado constante, curiosidade e buscar por soluções inovadoras.  

Ou seja, fazer a gestão do seu próprio tempo, ter responsabilidade sobre suas funções e fazer a curadoria da sua própria carreira são habilidades essenciais para o profissional do futuro.  

Por que a autogestão é um diferencial para a carreira?  

Além de ser uma habilidade essencial para o profissional do futuro, porque ajuda a lidar com as mudanças do mercado de trabalho, a autogestão é um diferencial para a sua carreira porque traz criatividade, agilidade e melhora nos relacionamentos.  

Confira abaixo os principais benefícios de desenvolver a autogestão pessoal:  

Melhora da criatividade

Quando as decisões são tomadas de forma centralizada, existe pouco espaço para interpretação e criatividade.  

Porém, quando estamos agindo com autogestão, a responsabilidade de encontrar soluções é sua, portanto é um momento de treinar a criatividade e a capacidade de resolver problemas.  

Aumento na agilidade diária

Novamente, quando uma decisão depende de um superior, o processo pode se tornar mais lento e demorado.  

Mas quando quem toma as decisões é o profissional, de acordo com sua capacidade de resolver problemas, a decisão é mais ágil.  

E isso resulta em problemas não tomarem todo o tempo de trabalho de um dia.  

Melhora nos relacionamentos

A autogestão pessoal também traz a melhora nos relacionamentos interpessoais. Isso porque exige responsabilidade individual, inclusive nas relações.  

Ou seja, profissionais aprendem a sempre buscar relações ganha-ganha, que beneficiem todos os envolvidos.

Como desenvolver a autogestão pessoal com 11 hábitos  

Antes de começar sua jornada para compreender como desenvolver a autogestão pessoal, é importante entender que ela não é algo que você vai aprender e pronto.  

É preciso estar sempre aprendendo e, além disso, é preciso ter um ambiente propício para colocá-la em prática.  

Ou seja, aprender autogestão e tentar aplicar quando o seu ambiente de trabalho não proporciona isso é receita para dar errado.  

Entendendo esse fator, preste atenção às dicas abaixo:  

  1. Tenha clareza sobre suas responsabilidades no trabalho;  
  2. Invista em aprender comunicação interpessoal ;  
  3. Compreenda a missão da empresa e como você pode contribuir com ela;  
  4. Lembre-se de que você faz parte de um time;  
  5. Disponha-se a aprender dentro e fora da empresa;  
  6. Monitore seus resultados;  
  7. Defina objetivos pessoais e metas de curto e longo prazo;  
  8. Lembre-se que autogestão não é sinônimo de individualismo;  
  9. Aprenda a gerir o seu tempo e elencar prioridades;  
  10. Elabore planos de ação para tarefas;  
  11. Desenvolva a empatia.

O que é autogestão empresarial?  

Agora, vamos sair do campo da autogestão pessoal e emocional para entrar no campo da autogestão empresarial.  

Enquanto os outros dois tipos se referiam ao indivíduo, ao profissional, a autogestão empresarial se refere à organização e aos modelos de gestão de equipes.  

Trabalhar a autogestão empresarial fala sobre construir uma cultura dentro da organização que estimule a autonomia dos indivíduos.  

É um grande desafio, especialmente para empresas que já funcionam há muitos anos dentro do modelo tradicional de gestão, porém existem vantagens que não podem ser ignoradas, como melhora no desempenho, engajamento e capacidade de adaptação.

Autogestão X Gestão horizontal

Quando falamos sobre autogestão dentro de empresas, devido à novidade do termo, muitas pessoas podem confundir o conceito com o de gestão horizontal.  

Porém, os dois são bastante diferentes.  

A autogestão, como vimos, fala sobre a responsabilidade individual de cada colaborador e como ele faz a gestão de seu tempo e de suas tarefas.  

Já quando estamos falando sobre gestão horizontal, estamos nos referindo a uma prática que contrapõe a estrutura tradicional e hierárquica de comando.  

Em uma gestão horizontal, os cargos de gerentes e diretores perdem a importância e todos atuam com a mesma autoridade e poder de decisão.  

Os dois conceitos, de autogestão e gestão horizontal, podem ser combinados, mas não são o mesmo.  

3 exemplos de autogestão na prática

Para que você consiga entender melhor o que significa a autogestão para uma organização e seus colaboradores, trouxemos 3 exemplos abaixo do que seria a autogestão na prática. Confira:  

  • Exemplo 1: Times autônomos paralelos 

Nesse exemplo, os colaboradores são divididos em times de acordo com suas habilidades e funções e trabalham em paralelo para atingir seus objetivos.  

Um exemplo pode ser o de uma clínica médica, onde um médico e um recepcionista cumprem suas funções de maneira separada, mas para chegar a um mesmo objetivo.  

  • Exemplo 2: Rede de acordos individuais 

Nesse modelo, são os acordos entre os colaboradores que ditam como a equipe vai trabalhar.  

Seguindo o exemplo, o médico e o recepcionista poderiam conversar entre si para definir como será feito o cadastro dos pacientes, como eles serão passados para a sala de exame e quanto tempo durará a consulta.  

  • Exemplo 3: Círculos alinhados 

Nesse tipo, são definidas hierarquias de trabalho dentro das equipes e não hierarquias de pessoas. Isso significa que uma função pode ser mais relevante do que a outra, e não um cargo.  

E essa relevância é ditada pelo  core  do negócio. Como, no nosso exemplo, para a clínica médica, o médico tem uma função mais relevante do que o recepcionista.  

Isso não significa que o recepcionista não é importante, mas na hierarquia de trabalho diante do  core  do negócio, o médico é mais relevante.

3 vantagens da autogestão para as organizações (e 1 desvantagem)  

E não é só para os profissionais que a autogestão traz vantagens. As organizações também podem se aproveitar do conceito para melhorar o desempenho de equipes, seu engajamento e adaptação.  

Confira 3 vantagens (1 uma desvantagem) da autogestão empresarial abaixo:  

Melhor desempenho

Foi comprovado  através de uma pesquisa feita pela Ernest & Young que empresas autogeridas têm desempenho melhor do que empresas tradicionais.

No caso analisado na pesquisa, duas empresas de mesmo segmento e na mesma região tinham diferenças significativas de desemprenho.  

Mais engajamento

Uma empresa que utiliza da autogestão é capaz de fazer com que todos os seus colaboradores tenham sentimento de dono e senso de responsabilidade.

Isso aumenta o engajamento de colaboradores, mas também de diretores e gestores.  

Maior capacidade de adaptação

Uma equipe autogerida tem muito mais facilidade em se adaptar à novas realidades porque toma decisões com maior velocidade. Isso porque não é preciso esperar a decisão vir de cima, os profissionais são capazes de se adaptar.  

Não é uma transição simples

Implantar a autogestão em uma organização não é um processo simples, por isso essa é a maior desvantagem para as empresas.

A transição depende de tempo e energia, e também de processos claros. É importante entender que quanto maior a empresa, mais complexo será o processo.

5 mitos sobre a autogestão empresarial  

Como ainda é um termo novo, existem muitos mitos sobre autogestão, especialmente dentro das organizações.

Por isso, nós resolvemos trazer 7 deles abaixo e desmistificar. Confira:  

Mito 1: não existem líderes

Pelo contrário, na autogestão acredita-se que todos podem ser líderes em algum momento por conta de determinado conhecimento ou habilidade. Isso porque a imagem dos líderes de alto escalão são ultrapassadas nessa visão.

Dentro da autogestão existem líderes, mas eles ascendem naturalmente dentro do grande grupo.  

Mito 2: não existem regras, métricas e nem estrutura

Pelo contrário, quando trabalhamos com autogestão são as regras, métricas e estrutura que regem o nosso trabalho, dando diretrizes.  

O que pode acontecer é que essas regras, métricas e estruturas mudem de figura quando aplicadas na autogestão, sendo mais amplas.  

Mito 3: todos são iguais

Quando falamos sobre autogestão, estamos falando sobre a capacidade que um colaborador desenvolve de ter autonomia para realizar suas tarefas e responsabilidade sobre elas ou sobre o modelo de gestão.

Porém, isso não significa que todas as pessoas de um time terão o mesmo cargo e as mesmas tarefas. As pessoas não são iguais em um time justamente porque não possuem as mesmas competências e experiência.  

Mito 4: não é algo que as pessoas querem

É verdade que o ser humano costuma transferir muitas de suas responsabilidades.

Porém, quando estamos falando de autonomia, que está ligada à autogestão, a atitude de colaboradores muda.  

Ainda mais no cenário de pandemia que vivemos hoje, muitas pessoas anseiam por liberdade para criar e trabalhar. Então, este é mais um mito.  

Mito 5: ainda é experimental

Embora o termo ainda seja estranho à muitas pessoas, a verdade é que a autogestão já é uma realidade em muitas empresas e para muitos profissionais.  

Sempre será necessário testar e experimentar o que funciona para a realidade de uma organização, mas existem relatos e pesquisas que apontam que a autogestão é o caminho a se seguir.  

Conclusão  

Chegando ao final deste conteúdo, esperamos que você tenha entendido o que é a autogestão, como ela se desdobra em autogestão pessoal e autogestão emocional, quais são os benefícios de ter autogestão e como desenvolver essa habilidade do futuro.  

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Por Mariana Bortoletti

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Uma mulher usando fones de ouvido está sorrindo em um fundo azul.

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