De volta à sala de aula: aumenta número de idosos no Ensino Superior

Mariana Bortoletti • 13 de junho de 2024

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    Você sabia que existem 27 mil idosos no ensino superior brasileiro? E que esta faixa de idade é a que mais cresceu em número de matrículas no país inteiro entre 2015 e 2019?  

    Estes números aparecem no Censo de Educação Superior , uma pesquisa que busca entender o panorama da educação superior no país.

    Segundo o estudo, a porcentagem de brasileiros com mais de 59 anos matriculados em um curso de graduação é a que mais cresceu, representando um aumento de 48%.

    Para fins de comparação, o crescimento de matrículas entre pessoas com menos de 59 anos representou apenas 7%.  

    E este número é também impressionante quando pensamos nas matrículas em cursos EAD.  

    A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE mostra que o número de pessoas com mais de 65 anos em cursos de graduação EAD aumentou 27% de um ano ao outro.  

    O que estes dados mostram é uma realidade que está se tornando cada vez mais comum: a inda cheios de vitalidade e com vontade de realizar seus sonhos, os idosos brasileiros estão buscando conquistar seus diplomas de graduação.  

    anner para baixar modelo pronto de currículo ao clicar.

    O cenário que temos hoje no país  

     

    Para Maria Lúcia Vieira, gerente da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE, em entrevista à Revista Ensino Superior , o aumento do número de idosos na graduação é fruto do envelhecimento da população, um fenômeno mundial.  

     

    Esse fenômeno é causado especialmente pelo aumento da expectativa e qualidade de vida e pela baixa taxa de fecundidade.  

     

    Hoje, casais têm cada vez menos filhos e, com uma população que vive bastante, nos deparamos com um país em que  o número de idosos supera o de crianças até 9 anos .  

     

     

     Segundo projeções do IBGE , o número de idosos no Brasil vai triplicar até 2060, o que traz desafios especialmente nos campos previdenciário e de políticas públicas.  

     

    Devido a tudo isso, a realidade que temos hoje é de pessoas que chegam à terceira idade em plena forma intelectual e dispostas a buscarem seu primeiro diploma ou segunda graduação.  

    E essa disposição é ótima porque existem muitos benefícios em não deixar de estudar.

    Os benefícios de não parar de estudar  

    Os benefícios de continuar estudando na terceira idade abarcam principalmente o estímulo da mente e a socialização.

     

    De acordo com o psiquiatra e neurocientista, Rogério Panizzutti, em entrevista ao Extra , fazer uma faculdade é uma maneira de aumentar a reserva cognitiva, o que ajuda a ter menos chances de desenvolver doenças como o Alzheimer, por exemplo.  

     

    Rose Soares, gerontologista, concorda com Rogério na mesma entrevista . Para ela, o desenvolvimento intelectual é uma ferramenta importante para lidar com o processo de envelhecimento.  

    Então, continuar estudando e buscar um diploma de graduação na terceira idade não ajuda apenas a realizar um sonho, mas diminui as chances de adoecer.  

    Confira os principais benefícios de não parar de estudar:  

    • Previne doenças : quando o cérebro é estimulado a aprender informações novas, ele tem menos chances de desenvolver doenças. Ou seja, você fica saudável intelectualmente.  
    • Melhora a socialização : pode até ser difícil no início, mas conviver com pessoas diferentes traz trocas benéficas e amplia suas amizades.  
    • Aumenta a autoestima : estudar algo que você sempre quis traz felicidade e realização, o que ajuda a aumentar a autoestima e dá motivação.  
    • Promove a independência : por conta do aumento de autoestima e autoconfiança, você começa a se sentir mais independente.  
    • Dá um novo sentido à vida : é comum chegar à terceira idade com muitas incertezas porque a vida agora será diferente. Por isso, estudar pode fazer com que você encontre novos sentidos.

    Barreiras que os idosos encontram no ensino superior  

    E embora a experiência dos idosos no ensino superior traga muito benefícios, também existem algumas barreiras a transpor, especialmente por conta do etarismo.  

    O etarismo é o preconceito e a discriminação contra uma pessoa devido à sua idade. Esse fenômeno também pode ser chamado de idadismo e ageísmo.  

    Infelizmente, o etarismo não é raro de acontecer e nós podemos praticá-lo sem nem mesmo perceber.  

    Segundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) , uma a cada duas pessoas no mundo já emitiu falas etaristas intencionalmente ou não.  

    É o caso de frases como “você está velho demais para isso” ou “lugar de velho é em casa”. Dentro da sala de aula, o etarismo pode aparecer no isolamento.  

    Em entrevista ao Extra , Dona Aurelina Cavalcanti Vieira, de 65 anos, estudante de Serviço Social, relatou que quando havia trabalhos em grupo, seus colegas nunca queriam fazer com ela.  

    Além disso, a dificuldade enfrentada para utilizar as novas tecnologias também pode ser uma fonte de discriminação que mexe com a saúde mental dos idosos.

    Para o UOL , a psicóloga Juliana Yokomizo disse que o etarismo pode levar ao isolamento, ao sentimento de desamparo, causar baixa autoestima e, até, levar o idoso à depressão.  

    A profissional alerta, também, que com a saúde mental prejudicada, o idoso pode apresentar problemas físicos que podem levá-lo ao óbito precoce.  

    Por isso, é importante tomar cuidado e entender que estas barreiras podem ser apenas desafios iniciais.  

    Como disse a gerontologista, Rose Soares, ao Extra , ser um idoso no ensino superior é um desafio que vai fazer a pessoa se sentir um estranho no ninho, então é preciso estar preparado para isso.

    Mas este desafio não é nada que não seja superado com determinação e o apoio da família.  

    Até mesmo os desafios com a tecnologia podem ser superados rapidamente, como afirma Simone Telles, em entrevista à Revista Ensino Superior .  

    Ela acredita que, embora não sejam tão versados nas tecnologias atuais, os idosos têm exatamente o que é preciso para concluir uma graduação no momento atual: foco e saber trabalhar com metas e objetivos.

    Ou seja, os desafios existem, mas eles podem ser transpostos.

    Acesso ao Ensino Superior é direito garantido pelo Estatuto do Idoso  

    Sabia que dentro do Estatuto do Idoso existe um capítulo que fala exclusivamente sobre o direito à educação na terceira idade? Pois é!  

    O Estatuto do Idoso é como é conhecida a principal lei voltada para a população idosa, a Lei 10741.  

    Ela foi aprovada em 1º de outubro de 2003 e trouxe, de forma inédita, princípios de proteção à terceira idade. A partir dessa lei, é possível punir quem discrimina, negligencia e comete qualquer tipo de violência contra idosos.  

    Dentro da Lei 10741 , existe um capítulo que trata com exclusividade de temas como a educação, cultura, esporte e lazer. Este capítulo cita o direito ao desconto de 50% em eventos culturais e a participação de pessoas idosas em comemorações e atividades culturais.  

    Além disso, o direito que os idosos têm em acessar o ensino superior está presente no Artigo 21, que diz :  

    O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à educação, adequando currículos, metodologias e material didático aos programas educacionais a ele destinados.  

    Isso significa que os cursos oferecidos por instituições de diversos níveis (fundamental, médio, técnico e superior) devem estar preparados para receber alunos da terceira idade.  

    Em 2017, este capítulo do Estatuto do Idoso recebeu alterações e inclusões pela Lei 13535 , resultando no Artigo 25 e em um parágrafo único. Confira:  

    • Artigo 25 : As instituições de educação superior ofertarão às pessoas idosas, na perspectiva da educação ao longo da vida, cursos e programas de extensão, presenciais ou a distância, constituídos por atividades formais e não formais.  
    • Parágrafo Único : O poder público apoiará a criação de universidade aberta para as pessoas idosas e incentivará a publicação de livros e periódicos, de conteúdo e padrão editorial adequados ao idoso, que facilitem a leitura, considerada a natural redução da capacidade visual.  

    Ou seja, o seu acesso à educação está assegurado por lei. Portanto, caso encontre alguma dificuldade de fazer sua matrícula, procure seus direitos.

    Conclusão  

    Como vimos ao longo deste artigo, a presença dos idosos no ensino superior é uma realidade que, felizmente, está apenas aumentando e se popularizando.  

    Existe uma lei que garante o acesso e existe a vontade e disponibilidade da terceira idade de integrar as instituições de ensino.  

    Vimos também que existem algumas dificuldades, como o etarismo, porém podemos confiar que com determinação e desmistificando o preconceito, esse desafio será vencido.  

    Aproveitamos este espaço para trazer também a informação de que você pode contar com descontos, bolsas de estudo e programas de incentivo que ajudam os idosos a ingressarem no ensino superior com descontos e benefícios.  

    Entre em contato com sua instituição de ensino de preferência e conquiste seu diploma de graduação!

    Por Mariana Bortoletti

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    Uma mulher usando fones de ouvido está sorrindo em um fundo azul.

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