Como evitar plágio no TCC

Postado em 27 de mai de 2023
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Foram meses de leitura, coleta de dados e escrita. Finalmente a primeira versão da sua monografia de conclusão de curso está pronta para sua orientadora revisar.

Você envia o texto por e-mail e, poucos dias depois, ela retorna com um puxão de orelha: sem querer, três parágrafos do capítulo de revisão bibliográfica estão muito parecidos com um artigo de um autor de prestígio. E o nome dele nem foi citado.

A professora alerta que, se os parágrafos não forem reescritos e a referência não for incluída, seu trabalho pode receber uma acusação de plágio da banca.

Ninguém quer encarar esse tipo de situação, né?

Por isso todo universitário que está na fase do TCC precisa conhecer as principais características do plágio acadêmico. Essa é a melhor maneira de evitá-lo.

É o que você vai ver a seguir, confira:

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O que caracteriza o plágio

No meio acadêmico, o plágio é toda cópia, parcial ou total, de um conteúdo já existente sem dar os créditos ao autor. Isso vale para textos, imagens e tabelas.

As universidades não têm uma regra padronizada de como lidar com plágios identificados em trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses. A prática mais comum é a reprovação na disciplina de TCC e a reescrita da monografia como pré-requisito para obter o diploma.

No entanto, o plágio é um crime previsto no Artigo 184 do Código Penal, que diz que a violação dos direitos de autor pode levar às penas de detenção de 3 meses a um ano ou de multa. O artigo considera a Lei 9.610 de 1998, que consolidou a proteção de direitos autorais no Brasil. A legislação protege obras científicas publicadas em meios impressos e online.

🔵Leia também: 13 passos práticos para um bom TCC

Tipos de plágio mais comuns em TCCs

Muitas vezes, estudantes correm o risco de cometer plágio por não seguir as regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para trabalhos acadêmicos. Preste atenção aos erros mais comuns:

1. Copiar um trecho sem indicar a citação

Fazer uma cópia fiel de parágrafos inteiros sem dar os créditos da autoria é considerado plágio.

A ABNT orienta como fazer esse tipo de transcrição, chamada de citação direta. O trecho que será usado integralmente no TCC deve ser colocado entre aspas duplas, seguido pela referência.

A citação direta pode ser curta ou longa. A curta deve ser feita em até 3 linhas no máximo e incluída ao longo do texto. Confira um exemplo:

Phasellus at dignissim elit, a tincidunt nunc. Cras ut feugiat erat, eu porta sapien. Aliquam quis scelerisque quam, nec bibendum velit. Praesent nibh tortor, bibendum eget tristique a, placerat id sapien. Integer et elit ante. Integer ut libero ex (SOBRENOME DO AUTOR et al., ANO, nº da página).

As citações diretas com mais de 3 linhas são consideradas longas, por isso devem ser escritas com fonte menor em comparação ao corpo do texto, sem aspas e com espaçamento simples entre as linhas.

Elas também devem estar em um parágrafo separado do texto por espaço duplo, sendo destacadas com recuo de 4 centímetros da margem esquerda.

Veja o exemplo:

SOBRENOME DO AUTOR (ANO) define determinado conceito como:

Nam in sem sem. Suspendisse a ullamcorper diam. Fusce nec vulputate mi, varius pulvinar orci. Mauris ut luctus lectus. Morbi egestas hendrerit dignissim. Nunc accumsan lacinia lacus, nec dictum lorem vulputate at. Aliquam luctus metus sed pellentesque efficitur. Phasellus aliquet velit et turpis pretium imperdiet. Vivamus nec hendrerit arcu. Nullam arcu mauris, feugiat a tincidunt quis, fermentum at metus. Aliquam ullamcorper, neque ut lacinia cursus, enim urna tempus mi, vel dignissim nisi eros non ligula.

2. Parafrasear um trecho sem indicar fonte

Paráfrase é uma forma de interpretação. Um novo texto é escrito a partir de outro pré-existente, mantendo o sentido original.

É uma estratégia bastante comum na escrita acadêmica e muito bem-vinda, desde que a fonte seja citada e o autor inclua ideias originais.

Na ABNT, a paráfrase é considerada uma citação indireta. Ela deve ser escrita da seguinte forma:

O Lorem Ipsum é um texto bastante utilizado para preencher espaços e, assim, avaliar a diagramação de uma página (SOBRENOME DO AUTOR et al., ANO, nº da página).

3. Mencionar dados sem citar a fonte

As pesquisas e instituições que apuraram as informações sempre devem ser mencionados. Um exemplo são as pesquisas de órgãos como o Ministério da Educação (MEC), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Organização Mundial da Saúde (OMS).

Se for usar dados levantados por essas entidades, elas precisam ser citadas. Lembrando que os dados podem ser quantitativos ou qualitativos.

4. Incluir elementos gráficos sem citar a fonte

Copiar imagens, tabelas e fotografias sem dizer quem é o autor também é considerado plágio.

Aqui no Blog do EAD, você encontra um manual de como referenciar imagens seguindo as regras da ABNT.

Em resumo, é preciso dizer quem é o autor, qual é o nome da imagem e em qual ano foi criada. Precisa dizer a quantidade, o tamanho dela em pixels, o link onde ela se encontra e a data em que você acessou essa referência.

Veja o modelo abaixo:

SOBRENOME DO AUTOR, nome do autor. Nome da imagem. Ano. X imagem. Largura x altura pixels. Disponível em: link. Acesso em: data.

5. Suprimir fontes secundárias

Sabe quando um autor cita outros autores em um artigo acadêmico?

O estudante pode usar esse tipo de informação no TCC, desde que indique que se trata de uma fonte secundária. Ou seja, que ele não leu a obra originalmente citada, mas um trabalho sobre ela.

A ABNT tem uma regra especialmente para essa situação: o apud. Prevista na NBR 10520, o apud é “uma citação feita sem ter tido acesso à fonte original da pesquisa”. Ele é usado da seguinte forma em citações:

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Praesent vel lorem neque. Curabitur et eros vitae arcu mattis ornare sit amet eu est (SOBRENOME DO AUTOR CITADO apud SOBRENOME DO AUTOR et al., ANO, nº da página).

O autor citado no apud também deve aparecer nas referências bibliográficas, ao final do TCC.

6. Fazer um mosaico de cópias

É tido como plágio combinar a transcrição de trechos de obras e autores diferentes em um mesmo texto, mesmo que algumas palavras sejam alteradas.

Lembre-se de que todo trecho transcrito deve ser usado no trabalho apenas como uma citação direta, seguindo a norma da ABNT.

7. Autoplágio

Sim, é possível plagiar a si mesmo no TCC.

Ele acontece quando o autor transcreve trechos de conteúdos produzidos por ele que já foram publicados em anais de eventos ou periódicos científicos – sem fazer a devida citação.

4 boas práticas para evitar o plágio no TCC

No meio acadêmico, tudo que é escrito ou ilustrado sem uma citação é visto como criação original do autor. Por isso a importância de explicitar as fontes consultadas no TCC, para diminuir os ricos de cometer plágio.

Confira abaixo 4 boas práticas para adotar durante a escrita do TCC:

1. Siga as normas da ABNT

As normas da ABNT para trabalhos acadêmicos reúnem todas as informações necessárias para fazer citações diretas e indiretas, dando os devidos créditos aos autores consultados durante sua pesquisa.

As principais são:

  • NBR 14724: indica a estrutura adequada para trabalhos acadêmicos, como tamanho das margens, fonte, paginação e indicativos de seção;
  • NBR 10520: indica como devem ser feitas as citações, incluindo o uso de notas de rodapé e o sistema de chamada;
  • NBR 6023: indica como as referências devem ser escritas no TCC, de acordo com o tipo de documento consultado;
  • NBR 6024: indica como as seções dos trabalhos acadêmicos devem ser numeradas;
  • NBR 6027: estabelece os critérios para a elaboração do sumário do TCC;
  • NBR 6028: reúne regras de apresentação para resumos, resenhas e recensões.

Você não precisa saber todas de cor nem adquirir a norma pelo site da ABNT. Pergunte na biblioteca da instituição em que você estuda se eles têm um documento para a formatação de TCCs de acordo com a ABNT.

2. Converse com seu orientador

A professora ou o professor que estiver orientando o seu TCC é um grande aliado nessas horas!

Pela experiência de participar de bancas e de orientações, eles vão saber te explicar por que determinadas formas de escrita podem caracterizar plágio. Eles também vão indicar possíveis erros no uso das normas da ABNT ao revisarem o seu texto.

Aproveite as reuniões de orientação para mostrar trechos dos seus capítulos que você achou que ficaram parecidos com as fontes consultadas.

3. Leia e releia o que você escreveu

Revisar o que foi escrito deve fazer parte da rotina da elaboração do TCC.

Não deixe para reler os capítulos semanas antes da banca. Assim que terminar de escrever um dos subcapítulos, revise-o antes de partir para o próximo.

Se durante a leitura surgir a dúvida “hmmm, será que esse trecho não tá muito parecido com o livro que eu consultei?”, é sinal de que o parágrafo deve ser reescrito com as suas próprias palavras.

4. Use programas de detecção de plágio

Além de contar com a sua própria revisão e com a do seu orientador, você pode usar programas de detecção de plágio. Conheça alguns que são gratuitos e fáceis de usar:

Se a sua monografia obtiver um índice de similaridade igual ou superior a 3%, quer dizer que alguns trechos precisam ser reescritos para não serem caracterizados como plágio.

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Olívia Baldissera

Por Olívia Baldissera

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Jornalista e historiadora. É analista de conteúdo do Blog do EAD.