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O que você escreveria em uma redação sobre racismo no Enem?
Esse é um tema bem abrangente, então, você pode ter diversas abordagens.
Contudo, é importante entender o problema de forma global: O que é o racismo? Quais são suas consequências? Como ele aparece na sociedade?
Neste artigo, buscamos apresentar uma perspectiva geral sobre o assunto e mostrar como o tema pode aparecer na redação do Enem. Confira!
Aqui você vai ver:
Racismo estrutural é uma forma de organização da sociedade que beneficia uma etnia específica ao passo que oprime e explora outra.
No caso do Brasil, devido ao processo histórico de colonização e escravidão que durou mais de três séculos, a população branca é privilegiada e a negra é desmerecida.
Trata-se de um processo sutil e complexo, que muitas vezes pode passar despercebido pela maioria, criando, inclusive, a perspectiva falsa de que “não existe racismo no Brasil”.
No entanto, basta analisar a diferença de representações sociais entre a população branca e negra para observar que, na verdade, está bem explícito.
A seguir, confira alguns dados que comprovam esse fato:
Mesmo com a implementação de medidas, como a Lei das Cotas, para reduzir essa disparidade entre brancos e negros na sociedade brasileira, a questão do racismo estrutural ainda é muito evidente e precisa melhorar bastante.
Em 1984, a Lei nº 7716 foi regularizada e tornou o racismo crime inafiançável. Segundo a legislação:
“Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.”
Algumas situações de racismo a qual a lei pode ser aplicada são:
A pena pode chegar a cinco anos e multa.
O discussão em torno do racismo está sempre presente no Brasil. Como o problema aparece de diversas formas na sociedade, esse é também um tema que o Enem sempre gosta de trazer como pauta.
Inclusive, racismo foi o tema da redação da reaplicação do Enem 2016: “Caminhos para combater o racismo no Brasil”.
Embora já tenha aparecido uma vez, existem diversas outras maneiras dessa pauta aparecer na redação do Enem. Confira algumas:
Criada em 2012, a Lei de Cotas determina que universidades e instituições de ensino federais reservem metade das vagas para estudantes que fizeram todo o ensino médio em escolas públicas e consigam a nota necessária para ingressar na instituição escolhida.
Dentro dessa legislação, as cotas raciais viraram uma subcota, dentro dessa reserva de vagas para alunos de escolas públicas. A porcentagem para pretos, pardos e indígenas não é fixa – varia de acordo com a quantidade de habitantes desses grupos no estado onde se localiza a instituição de ensino.
Em 2022, a Lei de Cotas completa dez anos, o que faz com que o tema seja uma boa aposta para a redação do Enem.
De acordo com dados do IBGE, a média de ganhos de pretos e pardos equivale a 57,7% da renda de brancos. Os dados foram levantados com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) , entre 2012 e 2020.
A diferença salarial entre pretos, pardos e brancos é mais um dos dados que escara o racismo e a desigualdade no Brasil.
Além disso, quando fazemos um recorte de gênero na questão da diferença salarial o abismo é ainda maior.
Segundo a consultoria Gestão Kairós , mulheres negras ocupam somente 3% dos cargos de liderança nas empresas.
Frente a todos esses dados, essas temáticas são também boas apostas para a redação do Enem.
Conforme o Mapa da Violência (2016), dos 30 mil jovens entre 15 e 29 anos que morrem por ano, 77% deles são negros.
Infelizmente, é comum assistir casos de violência policial e abuso de poder, principalmente em favelas, contra pessoas pretas, que apenas pela sua cor são consideradas suspeitas.
Essa é outro debate que tem grandes chances de aparecer no Enem.
Quantos personagens principais negros da ficção você pode listar?
Mesmo mais da metade da população sendo negra, a maioria das pessoas que ocupam grandes cargos na televisão, empresas, política e outros setores da sociedade ainda são brancas — menos de 5% dos colaboradores negros têm cargos de gerência ou diretoria, por exemplo.
Sendo assim, a representatividade é outra pauta que está em debate na sociedade.
🔵 Leia também: O que zera a redação do Enem?
Você pode começar sua redação sobre racismo de diversas formas, desde que, ao longo dela, tenha três elementos fundamentais:
A seguir, confira algumas formas de começar seu texto:
Traga algum contexto histórico relacionado ao racismo, como:
Cite alguma lei relacionada a desigualdade racial ou racismo.
Você pode utilizar a Lei Nº 7.716, que “define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor” ou a própria Constituição Federal de 88 , que diz no parágrafo 5º:
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”
Infelizmente, saem notícias diárias de casos de racismo na mídia. Você pode citar algum caso e relacionar com o assunto.
Traga algum dado relacionado ao racismo — já trouxemos vários ao longo deste artigo.
Existem diversas produções que abordam o tema. Confira alguns que você pode usar:
Sim, você também pode utilizar citações de músicas que falem do racismo na sua redação como repertório cultural! Confira algumas:
Faça um paralelo entre outro tempo ou lugar e traga para o Brasil de hoje.
Por exemplo, os Estados Unidos são conhecidos pela questão do racismo bem evidente e você pode fazer um gancho com o Brasil, mostrando que o problema também está bem presente aqui.
Traga alguma frase emblemática de uma personalidade famosa ou estudioso, como essa do Nelson Mandela:
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.”
O texto abaixo é de Desirée Macarroni Abbade, então com 18 anos, do Rio de Janeiro. Ela foi um dos 77 candidatos que alcançaram a nota 1000 na redação do Enem de 2016 , cujo tema foi “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”:
Profecia futurística
Em meados do século passado, o escritor austríaco Stefan Zweig mudou-se para o Brasil devido à perseguição nazista na Europa. Bem recebido e impressionado com o potencial da nova casa, Zweig escreveu um livro cujo título é até hoje repetido: “Brasil, país do futuro”. Entretanto, quando se observa a deficiência das medidas na luta contra a intolerância religiosa no Brasil, percebe-se que a profecia não saiu do papel. Nesse sentido, é preciso entender suas verdadeiras causas para solucionar esse problema.
A princípio, é possível perceber que essa circunstância deve-se a questões políticas-estruturais. Isso se deve ao fato de que, a partir da impunidade em relação a atos que manifestem discriminação religiosa, o seu combate é minimizado e subaproveitado, já que não há interferência para mudar tal situação. Tal conjuntura é ainda intensificada pela insuficiente laicidade do Estado, uma vez que interfere em decisões políticas e sociais, como aprovação de leis e exclusão social. Prova disso, é, infelizmente, a existência de uma “bancada evangélica” no poder público brasileiro. Dessa forma, atitudes agressivas e segregacionistas devido ao preconceito religioso continuam a acontecer, pondo em xeque o direito de liberdade religiosa, o que evidencia falhas nos elementos contra a intolerância religiosa brasileira.
Outrossim, vale ressaltar que essa situação é corroborada por fatores socioculturais. Durante a formação do Estado brasileiro, a escravidão se fez presente em parte significativa do processo; e com ela vieram as discriminações e intolerâncias culturais, derivadas de ideologias como superioridade do homem branco e darwinismo social. Lamentavelmente, tal perspectiva é vista até hoje no território brasileiro. Bom exemplo disso são os índices que indicam que os indivíduos seguidores e pertencentes das religiões afro-brasileiras são os mais afetados. Dentro dessa lógica, nota-se que a dificuldade de prevenção e combate ao desprezo e preconceito religioso mostra-se fruto de heranças coloniais discriminatórias, as quais negligenciam tanto o direito à vida quanto o direito de liberdade de expressão e religião.
Torna-se evidente, portanto, que os caminhos para a luta contra a intolerância religiosa no Brasil apresentam entraves que necessitam ser revertidos. Logo, é necessário que o governo investigue casos de impunidade por meio de fiscalizações no cumprimento de leis, abertura de mais canais de denúncia e postos policiais. Além disso, é preciso que o poder público busque ser o mais imparcial (religiosamente) possível, a partir de acordos pré-definidos sobre o que deve, ou não, ser debatido na esfera política e disseminado para a população. Ademais, as instituições de ensino, em parceria com a mídia e ONGs, podem fomentar o pensamento crítico por intermédio de pesquisas, projetos, trabalhos, debates e campanhas publicitárias esclarecedoras. Com essas medidas, talvez, a profecia de Zweig torne-se realidade no presente.
Repare como a candidata aborda de maneira indireta o racismo no terceiro parágrafo, ao afirmar que a intolerância religiosa deriva das ideologias da superioridade do homem branco e do darwinismo social. Ela usou outro problema social como argumento para defender o seu ponto de vista.
Por Redação Blog do EAD
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