O que é crônica: características, tipos, como fazer e exemplos

Redação Blog do EAD • 13 de junho de 2024

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    Será que você sabe o que é crônica mesmo ou confunde o gênero com outros tipos de texto?

    A crônica é um gênero textual muito presente em jornais, revistas, portais de internet e blogs. Esse tipo de texto se destaca por abordar aspectos do cotidiano.

    Ou seja, questões comuns do nosso dia a dia. Neste artigo, você vai descobrir tudo o que precisa saber sobre a crônica.

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    Quais as características da crônica?

     

    Como você viu, a crônica é um gênero textual que se caracteriza, na temática, por abordar questões do cotidiano. Ela se situa entre o jornalismo e a literatura.

     

    Além da temática que falamos acima, a crônica também se caracteriza por:

    • Textos curtos e de fácil compreensão
    • Linguagem simples e descontraída
    • Poucos (ou nenhum) personagens nas histórias
    • Análise crítica sobre contextos e circunstâncias 
    • Humor crítico, irônico e sarcástico
    • Linha cronológica estabelecida.

    Para que serve uma crônica?

    Embora as crônicas retratem acontecimentos do dia a dia, elas não têm a finalidade exclusiva de informar. O objetivo da narrativa é, na verdade, provocar uma reflexão sobre o assunto abordado.

    Os cronistas costumam identificar aspectos que, muitas vezes, passam despercebidos pelo restante da sociedade, mas que merecem observação e análise.

    Quais são os tipos de crônicas?

    Além de ser um gênero entre vários, a crônica também pode ser dividida em diferentes tipos. Conheça as características de cada um deles:

    1. Crônica descritiva : é tipificada pela descrição dos elementos na narrativa. Ou seja, é um texto que expõe os detalhes de objetos, lugares, personagens e demais partes.
    2. Crônica narrativa : esse tipo de crônica é marcado pela narração em primeira ou terceira pessoa do singular. Ele costuma conter humor, ação e crítica.
    3. Crônica dissertativa : pode ser escrita em primeira ou terceira pessoa do plural. Ela traz à tona o ponto de vista do autor sobre o assunto em foco.
    4. Crônica humorística : humor, ironia e sarcasmo são os componentes da crônica humorística. Diferentes abordagens e estratégias podem ser adotadas nesse tipo de texto para tratar dos temas que impactam a sociedade de forma cômica.
    5. Crônica lírica : no gênero lírico, a expressão de emoções é predominante. A crônica lírica, portanto, evidencia o sentimentalismo.
    6. Crônica poética : utiliza versos poéticos em sua composição. Dessa forma, além de traços de poesia, também contém sentimentos e emoções.
    7. Crônica narrativo-descritiva : esse tipo de crônica combina a narrativa e a descritiva.
    8. Crônica jornalística : a crônica jornalística tem um viés do texto jornalístico no que diz respeito à veiculação de notícias e fatos. Dessa forma, busca abordar acontecimentos atuais, do mesmo dia ou semana, por exemplo.
    9. Crônica histórica : ao contrário da crônica jornalística, que destaca eventos recentes, a crônica histórica relembra episódios passados.
    10. Crônica-ensaio : diferente das demais crônicas, esta é difícil de prever pelo nome. A crônica-ensaio tece críticas ao que acontece nas relações sociais e de poder.
    11. Crônica filosófica : carrega uma reflexão sobre determinado assunto.
     

    Como fazer uma crônica?

    Para fazer uma crônica , você deve, primeiramente, definir o tipo que será usado. Isso porque o texto deve acompanhar as características do formato.

    Mas, no geral, as crônicas seguem um roteiro básico, que contém:

    • Introdução rápida
    • Descrição do fato/tema abordado
    • A grande sacada do cronista.

    Você precisa, portanto, seguir essa estrutura usando o tema da sua escolha. Abaixo, veja algumas dicas úteis de como construir  para ajudar a construir uma boa crônica.

    1. Procure escolher temas contemporâneos, a não ser que sua crônica seja histórica
    2. Pesquise sobre o assunto antes de escrever para formar a sua opinião
    3. Expresse e defenda o seu ponto de vista
    4. Evite incluir personagens na narrativa
    5. Mantenha o pé no chão e não fantasie demais. A crônica não é um conto!
    6. Respeite o tamanho da crônica
    7. Seja claro e objetivo
    8. Tenha atenção com a gramática
    9. Revise a sua crônica.

    Exemplos de crônicas

    Confira três crônicas de grandes cronistas brasileiros:

    Furto de Flor, de Carlos Drummond de Andrade

    Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava, e eu furtei a flor.

    Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água. Logo senti que ela não estava feliz. O copo destina-se a beber, e flor não é para ser bebida

    Passei-a para o vaso, e notei que ela me agradecia, revelando melhor sua delicada composição. Quantas novidades há numa flor, se a contemplarmos bem.

    Sendo autor do furto, eu assumira a obrigação de conservá-la. Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por sua vida. Não adiantava restituí-la no jardim. Nem apelar para o médico de flores. Eu a furtara, eu a via morrer.

    Já murcha, e com a cor particular da morte, peguei-a docemente e fui depositá-la no jardim onde desabrochara. O porteiro estava atento e repreendeu-me.

    O Vestido Branco, de Clarice Lispector

    Acordei de madrugada desejando ter um vestido branco. E seria de gaze. Era um desejo intenso e lúcido. Acho que era a minha inocência que nunca parou. Alguns, bem sei, já até me disseram, me acham perigosa. Mas também sou inocente. 

    A vontade de me vestir de branco foi o que sempre me salvou. Sei, e talvez só eu e alguns saibam, que se tenho perigo tenho também uma pureza. E ela só é perigosa para quem tem perigo dentro de si. 

    A pureza de quem falo é límpida: até as coisas ruins a gente aceita. E têm um gosto de vestido branco de gaze. Talvez eu nunca venha a tê-lo, mas é como se tivesse, de tal modo se aprende a viver com o que tanto falta. 

    Também quero um vestido preto porque me deixa mais clara e faz a minha pureza sobressair. É mesmo pureza? O que é primitivo é pureza. O que é espontâneo é pureza. O que é ruim é pureza? Não sei, sei que às vezes a raiz do que é ruim é uma pureza que não pôde ser.

    Acordei de madrugada com tanta intensidade por um vestido branco de gaze, que abri meu guarda-roupa. Tinha um branco, de pano grosso e decote arredondado. Grossura é pureza? Uma coisa sei: amor, por mais violento, é.

    O Gavião, de Rubem Braga

    Gente olhando para o céu: não é mais disco voador. Disco voador perdeu o cartaz com tanto satélite beirando o sol e a lua. Olhamos todos para o céu em busca de algo mais sensacional e comovente – o gavião malvado, que mata pombas.

    O centro da cidade do Rio de Janeiro retorna assim à contemplação de um drama bem antigo, e há o partido das pombas e o partido do gavião. Os pombistas ou pombeiros (qualquer palavra é melhor que “columbófilo”) querem matar o gavião. Os amigos deste dizem que ele não é malvado tal; na verdade come a sua pombinha com a mesma inocência com que a pomba come seu grão de milho.

    Não tomarei partido; admiro a túrgida inocência das pombas e também o lance magnífico em que o gavião se despenca sobre uma delas. Comer pombas é, como diria Saint-Exupéry, “a verdade do gavião”, mas matar um gavião no ar com um belo tiro pode também ser a verdade do caçador.

    Que o gavião mate a pomba e o homem mate alegremente o gavião; ao homem, se não houver outro bicho que o mate, pode lhe suceder que ele encontre seu gavião em outro homem.

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    Principais cronistas do Brasil

    Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector e Rubem Braga, autores dos textos acima, figuram na lista dos principais cronistas do Brasil.

    Veja também outros nomes e conheça o estilo literário de cada um deles:

    1. Machado de Assis

    Machado de Assis (Rio de Janeiro, 21 de junho de 1839 - Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1908) escreveu diversos gêneros literários.

    Obteve grande destaque nas crônicas, contando sobre as sessões parlamentares. Depois, passou a falar sobre o cotidiano da cidade do Rio de Janeiro. Publicou mais de 600 crônicas.

    2. Clarice Lispector

    Clarice Lispector , nascida Chaya Pinkhasovna Lispector (Chechelnyk, Ucrânia, 10 de dezembro de 1920 - Rio de Janeiro, 9 de dezembro de 1977), possuía um estilo intimista.

    Ela introduziu características novas à literatura nacional e marcou o Modernismo. Suas crônicas eram conhecidas por descrições psicológicas e epifanias.

    3. Cecília Meireles

    Cecília Benevides de Carvalho Meireles (Rio de Janeiro, 7 de novembro de 1901 – Rio de Janeiro, 9 de novembro de 1964) é outro grande nome do Modernismo .

    Ela ficou bastante conhecida por suas poesias simbolistas, e trouxe o mesmo tom dos poemas para as crônicas. A morte, o amor, o eterno e o efêmero foram os temas mais retratados.

    4. Nelson Rodrigues

    Nelson Falcão Rodrigues (Recife, 23 de agosto de 1912 - Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 1980) é o autor de “ A Vida como Ela é ”, uma série de contos que foi transmitida em televisão.

    O cronista abordava a realidade sem rodeios, apostando, inclusive, no erotismo.

    5. Carlos Drummond de Andrade

    Carlos Drummond de Andrade (Itabira, 31 de outubro de 1902 - Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987) foi um dos maiores escritores brasileiros.

    Pode-se dizer que o estilo do cronista era libertino e sarcástico. 

    6. Vinicius de Moraes

    Vinicius de Moraes , nascido Marcus Vinicius de Moraes ( R io de Janeiro, 19 de outubro de 1913 - Rio de Janeiro, 9 de julho de 1980) fazia crônicas para sobreviver.

    Seus textos traziam leveza, senso de humor e lirismo.

    7. Lima Barreto

    Afonso Henriques de Lima Barreto , mais conhecido como Lima Barreto (Rio de Janeiro, 13 de maio de 1881 - 1 de novembro de 1922), foi um crítico cronista da República Velha no Brasil.

    Além do estilo bastante coloquial, suas crônicas eram populares por retratar, principalmente, o tema da exclusão social.

    8. João do Rio

    João do Rio , pseudônimo de João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto (Rio de Janeiro, 5 de agosto de 1881 - 23 de junho de 1921), ajudou a fundar a crônica moderna.

    Seus textos abordavam a paisagem urbana carioca com representações dos diferentes grupos sociais do Rio de Janeiro.

    9. Paulo Mendes de Campos

    Paulo Mendes Campos (Belo Horizonte, 28 de fevereiro de 1922 - Rio de Janeiro, 1 de julho de 1991) foi um dos grandes cronistas da sua geração.

    Ao trazer poesia para os temas cotidianos, ele atribuiu delicadeza e atemporalidade ao gênero.

    10. Rubem Braga

    Rubem Braga (Cachoeiro de Itapemirim, 12 de janeiro de 1913 - Rio de Janeiro, 19 de dezembro de 1990) dedicou-se exclusivamente às crônicas.

    Seu estilo marcado por ironia, lirismo e humor contribui para que ele se tornasse um dos maiores cronistas brasileiros.

    E, então, conseguiu tirar suas dúvidas?

    Se você vai fazer o Enem ou prestar vestibular , o gênero da crônica pode ser cobrado nos exames. Por isso, não deixe de salvar este conteúdo para estudar!

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