Tipos de inovação: quantos você conhece?

Postado em 15 de jan de 2024
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Desde que o conceito de inovação começou a ser desenvolvido, no começo do século 20, pesquisadores e entidades internacionais elaboraram diversas classificações para esse processo vital das organizações, sejam públicas ou privadas.  

Conheça as características dos principais tipos de inovação a seguir: 

 

O conceito de inovação 

Não existe uma única forma de defini-la, mas, de forma geral, podemos entender inovação como o ato de criação de algo novo (palpável ou imaterial) que se diferencia de padrões pré-existentes, seja em modelos de negócios, processos, serviços ou produtos.

Quem popularizou o termo “inovação” na Economia foi Joseph Schumpeter (1883-1950), no livro "Teoria do Desenvolvimento Econômico" (1912). Para Schumpeter, inovação é mais do que algo novo que pode ser comercializado, é o mecanismo que faz o capitalismo se desenvolver. Ela cria uma ruptura no sistema econômico, o que altera padrões de produção e cria diferenciação para as empresas. Na perspectiva schumpeteriana, quanto maior o porte da empresa, maior o potencial e intensidade da inovação.

Já para Peter Drucker (1909-2005), pai da Administração moderna, a inovação é qualquer transformação no potencial de algo já existente em um recurso que gere riqueza. 

Atualmente, a definição mais amplamente utilizada é a do Manual de Oslo, publicação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que orienta e padroniza métodos de averiguação de inovação. O documento foi publicado pela primeira vez em 1990 e, hoje, está na 4ª edição.

De acordo com o Manual de Oslo,

Inovação é 'um produto ou processo novo ou aprimorado (ou uma combinação dos dois) que difere significativamente dos produtos ou processos anteriores da empresa e que tenha sido introduzido no mercado ou colocado em uso pela empresa'. 

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5 tipos de inovação, de acordo com Schumpeter 

Joseph Schumpeter também foi pioneiro ao descrever diferentes tipos de inovação. Eles estão ligados a geração de novas ideias: 

  1. Lançamento de um novo produto 
  2. Descoberta de novos métodos de produção 
  3. Abertura de novos mercados no país ou no exterior 
  4. Conquista de novas fontes de suprimento de insumos 
  5. Instalação de novas formas de organização do mercado 

No livro “Business Cycles” (1939), o economista apresentou mais dois tipos de inovação, a “incremental” e a “radical”:

Inovação incremental 

Um novo produto incorpora elementos que não existiam em sua versão anterior, sem que sejam alteradas as funções básicas desse produto pré-existente. As inovações incrementais preenchem continuamente o processo de mudança e não exigem grandes investimentos das empresas. 

Um exemplo são os smartphones, que passam por atualizações constantes. Estas podem ser quase imperceptíveis para os usuários, como correções de bugs ou adição de camadas de segurança, ou serem bastante chamativas, como câmeras que geram imagens com mais qualidade ou telas mais finas.  

Schumpeter usa a palavra “produto” para definir a inovação incremental, mas hoje entende-se que essa classificação também pode ser usada em serviços, processos e modelos de negócio. 

Inovação radical 

É a criação de um produto, serviço, processo ou modelo de negócio completamente novo, que pode levar ao desuso de um item que tinha uma função semelhante. Para Schumpeter, a inovação radical provoca grandes mudanças na sociedade. 

As câmeras digitais são um exemplo clássico. Ao serem lançadas no mercado nos anos 2000, acabaram com a indústria do filme e fizeram gigantes como a Kodak quebrarem. 

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4 tipos de inovação, de acordo com o Manual de Oslo 

Décadas depois, o Manual de Oslo definiu outras classificações, que consideram a inovação como um processo (atividades de inovação) ou como um resultado (inovação empresarial). 

As atividades de inovação abrangem iniciativas de desenvolvimento, financeiras e comerciais de uma organização que têm como objetivo a inovação. Já a inovação empresarial engloba produtos, serviços ou processos que diferem significativamente de suas versões anteriores e que já estão disponíveis no mercado. 

Considerando apenas o resultado, o Manual de Oslo descreve 4 tipos de inovação: 

Inovação de produto ou serviço 

Criação de um bem ou serviço novo ou significativamente melhorado, no que se refere às suas características ou usos previstos. Pode ser uma inovação radical ou incremental. 

Inovação de processo 

Mudanças nos processos produtivos ou logísticos, com o objetivo de melhorar a produtividade ou reduzir custos. Pode incluir novas práticas, métodos de trabalho e recursos tecnológicos. 

Inovação de marketing 

Implementação de novos ou significativamente melhorados métodos e estratégias de marketing, que não tenham sido usados anteriormente pela empresa. Pode ser um novo posicionamento de marca, uma nova forma de precificar o produto/serviço ou uma ação promocional. 

Inovação organizacional 

Adoção de novas práticas ou melhorias que beneficiam a gestão ou o modelo de negócio de uma organização. Envolve fluxo de trabalho, cultura organizacional e relacionamento com os colaboradores, clientes e fornecedores. 

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Outros tipos de inovação 

Além dos trabalhos de Joseph Schumpeter e do Manual de Oslo, existem outros tipos de inovação que foram desenvolvidos no decorrer dos séculos 20 e 21. Conheça alguns deles: 

Inovação sustentável 

Alinhado ao Pacto Global e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), o conceito de inovação sustentável abrange toda inovação que possibilite a redução do impacto da atividade humana no meio ambiente.

Isso envolve o trabalho em conjunto entre mercados, governos e sociedade para pensar em soluções que promovam uma produção mais limpa, redução de resíduos, redução de emissões de gases do efeito estufa, novos serviços que substituam ou reduzam o consumo de produtos e desenvolvimento de sistemas de mensuração e monitoramento. 

Inovação disruptiva 

A inovação disruptiva é um processo que resulta em um produto ou serviço mais barato do que o que já existe para atender um público antes ignorado pela concorrência, criando assim um novo mercado. Quem elaborou o conceito foi o professor da Harvard Business School Clayton Christensen, em artigo publicado em 1995.

Segundo Christensen, para uma inovação ser considerada disruptiva de fato, ela deve acontecer em um mercado subatendido por empresas estabelecidas ou em mercados até então inexistentes. Nos mercados subatendidos, as empresas não têm interesse em investirem recursos em oportunidades limitadas, com margens de lucro consideradas mais baixas ou produtos/serviços inferiores que acreditam que não serão usados pelos consumidores. 

No caso dos mercados inexistentes, negócios bem estabelecidos não enxergam que está surgindo uma demanda nova, assim empresas principiantes têm tempo e espaço para otimizarem produtos/serviços que se mostrarão disruptivos. Elas primeiro focam em públicos não atendidos pela concorrência para, em seguida, trabalhar com clientes mais rentáveis. 

Inovação aberta 

Também chamada de “open innovation”, a inovação aberta é uma abordagem de negócios que mobiliza fluxos de conhecimento internos e externos para acelerar a inovação. Ela estimula a colaboração entre empresas, startups, órgãos públicos, cientistas e consumidores para criar ou otimizar produtos. 

O termo foi cunhado pelo professor da Universidade de Berkeley (EUA) Henry Chesbrough em 2003, no livro “Open Innovation: the new imperative for creating and profiting from technology”.

Chesbrough define o paradigma do Open Innovation como: 

Inovação Aberta significa que ideias valiosas podem surgir dentro ou de fora de uma empresa, bem como ser apresentadas ao mercado como externas ou internas à organização. Esta abordagem situa as ideias e caminhos externos ao mercado no mesmo nível de importância que antes era reservado às ideias e caminhos internos, na era da Inovação Fechada.

Inovação fechada 

A inovação fechada, por sua vez, é um modelo de autossuficiência, centralizado, em que uma empresa cria, desenvolve e vende suas próprias ideias. Ela marcou a história das organizações no século 20, representada pela cultura do sigilo dos departamentos tradicionais de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

Esse modelo oferece vantagens e desvantagens. As vantagens da inovação fechada são o controle total do processo, garantia de posse de uma propriedade intelectual e confidencialidade em relação à concorrência. 

Como desvantagem, podemos citar recursos e expertise limitados à disposição, além de um maior investimento de recursos – já que eles serão arcados apenas pela empresa e não compartilhados com outros parceiros. 

Inovação ágil 

A inovação ágil é um modelo que se baseia nos princípios e práticas das metodologias ágeis, que visam a entregar produtos ou serviços de forma rápida, eficiente e eficaz. Dessa forma, a inovação é realizada de forma incremental e iterativa. 

Empresas que seguem a inovação ágil adotam 9 princípios no dia a dia:

  1. Defender a agilidade 
  2. Cultivar uma cultura ágil de experimentação 
  3. Pensar simples, agir rápido 
  4. Identificar a equipe certa 
  5. Determinar o enquadramento adequado para cada colaboração 
  6. Manter uma comunicação aberta e frequente 
  7. Adaptar os processos e quebrar as regras conforme necessário 
  8. Definir e mensurar o sucesso 
  9. Iterar e trabalhar de forma incremental 

Inovação frugal 

A inovação frugal é uma abordagem que promove a criação e adaptação de produtos e serviços para consumidores com pouco ou médio poder aquisitivo, que geralmente estão fora do raio de interesse de grandes empresas.

Um gerenciamento baseado nessa abordagem tem como ponto de partida as necessidades dos mercados emergentes para desenvolver soluções adequadas a contextos específicos, promovendo a inclusão de grupos sociais geralmente desatendidos. 

Basicamente, a inovação frugal prega fazer mais com menos, criando assim valor comercial e social com o mínimo de energia, capital e tempo. O termo começou a ser usada no final dos anos 2000 e ganhou destaque com uma reportagem de 2009 da revista The Economist, sendo usado para descrever o mercado indiano.

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E aí? Com qual tipo de inovação você mais se identificou? Esperamos que conhecer cada um deles te ajude a tirar suas ideias do papel!

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Olívia Baldissera

Por Olívia Baldissera

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Jornalista e historiadora. É analista de conteúdo do Blog do EAD.