Pedagogia Waldorf: como aliar desenvolvimento intelectual e emocional

Mariana Bortoletti • 13 de junho de 2024

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    Se você é um docente ou se interessa por educação, já deve ter ouvido falar na Pedagogia Waldorf.  

    Criada em 1919 na Alemanha pós-guerra, a escola Waldorf defende uma educação que trabalhe não só conteúdos, mas as habilidades sociais, motoras, cognitivas e emocionais de uma criança.  

    Por ser uma abordagem que atende à educação do futuro, a Pedagogia Waldorf tem ganhado muito destaque na formação pedagógica.  

    E por isso, neste artigo, vamos falar sobre o que é essa pedagogia, quais são seus princípios, como é o cenário no Brasil e como você pode se especializar para se tornar um educador da Pedagogia Waldorf.  

    Você vai conferir:  

    O que é a Pedagogia Waldorf?  

    Dentro da Pedagogia Waldorf, a humanidade é um conjunto harmônico que abrange três dimensões: física, anímica e espiritual.  

    Por isso, o foco é estimular o desenvolvimento equilibrado da personalidade da criança e do jovem, assim como promover a criatividade através de atividades livres e o pensamento crítico.  

    Na prática, isso significa que as escolas Waldorf não seguem a estrutura e hierarquia das escolas tradicionais.

    Os professores são mentores nessa abordagem, e as salas de aula não têm carteiras, mas espaços que lembram cozinhas e salas de estar.  

    Como metodologias de ensino, a Pedagogia Waldorf utiliza atividades ao ar livre, como cuidar do jardim e preparar o lanche, e aquelas que estimulam as capacidades motoras e sensoriais.  

    Isso porque toda a base da Pedagogia Waldorf está na experimentação.

    Como a pedagogia Waldorf surgiu?

    A Pedagogia Waldorf surgiu em 1919, na Alemanha. Rudolf Steiner, um filósofo austríaco, foi convidado para palestrar sobre educação e temas sociais em uma fábrica chamada Waldorf-Astoria.  

    Estimulados por suas ideias, os funcionários apresentaram o interesse de que seus filhos fossem educados segundo os princípios apresentados por ele.  

    Assim, começou a funcionar a primeira escola Waldorf no prédio da fábrica.  

    Depois de algum tempo, a escola foi transferida para outro prédio, saindo das dependências da fábrica, porém o nome foi conservado.  

    Hoje, no mundo, existem mais de 1092 escolas Waldorf e cerca de 1857 jardins de infância que seguem essa abordagem.  

    As escolas e jardins de infância estão distribuídos em 64 países, o que torna a Pedagogia Waldorf um dos maiores movimentos educacionais independentes do mundo.

    Os princípios da Pedagogia Waldorf 

    Como base, a Pedagogia Waldorf objetiva desenvolver a personalidade da criança e do adolescente de forma equilibrada e integrada, estimulando a clareza de raciocínio, equilíbrio emocional e iniciativa de ação.  

    E para chegar neste princípio, Rudolf Steiner retornou à ideia grega de que a vida humana se dividia em períodos de sete anos.  

    A partir dessa ideia, ele caracterizou os setênios da Pedagogia Waldorf, que, nos anos escolares, seriam divididos dessa forma:  

    • De 0 a 7 anos é desenvolvida a maturidade escolar;  
    • De 7 a 14 anos é desenvolvida a maturidade sexual;  
    • De 14 a 21 anos é desenvolvida a maturidade social.  

    Seguindo os setênios, as práticas, atividades, ferramentas de ensino e conteúdos são adaptados. Porém, todos seguem os princípios comuns:  

    • Desenvolvimento integral : a criança passa o turno integral na escola.  
    • Educação para o futuro : não se preocupando apenas em ensinar conteúdos para que o aluno passe no vestibular, mas habilidades para a vida.  
    • Cooperação e respeito mútuo : tirando o foco da competição e focando na boa relação entre as crianças.  
    • Integração com a natureza : com atividades ao ar livre, incentivando uma visão ampla e respeitosa sobre o meio ambiente.

    Como funciona a análise de desempenho do aluno

    Uma das maiores preocupações de quem não conhece a Pedagogia Waldorf é entender como funciona a análise de desempenho dos alunos.  

    Em uma escola tradicional, mede-se a evolução na aprendizagem através de trabalhos e provas e comprova-se essa evolução por meio de notas em um boletim.  

    Esse tipo de avaliação, entretanto, não acontece nas escolas Waldorf.  

    Em comparação com o sistema tradicional, a análise de desempenho das escolas Waldorf é considerada inconclusiva, já que o sistema de notas contraria o ideal dessa pedagogia.  

    Nos últimos anos, porém, as escolas Waldorf têm se adaptado para dar notas aos alunos, mesmo que a análise de desempenho não dependa delas.  

    Isso porque estão pensando em acostumar os alunos ao método de avaliação que eles encontrarão fora da Pedagogia Waldorf, como no ensino médio e na faculdade.  

    Quais são os benefícios da pedagogia Waldorf? 

    Dentro dessa abordagem, o aprender livre e pela experimentação é fundamental.  

    Dessa maneira, o maior benefício é a criança desenvolver de maneira ampla suas habilidades motoras e perceptivas, ganhar destreza, noção de tempo e espaço e inteligência emocional.  

    Além disso, existem outros benefícios. Confira:  

    • Participação da famíli a : a maior parte das escolas Waldorf são organizações sem fins lucrativos, mantidas pelos pais. Eles podem não se envolver com a administração da escola, mas precisam ser membros ativos da comunidade, já que a presença da família é essencial à proposta pedagógica. E isso é um grande benefício para a criança.  
    • Estímulo à criatividade : como você já deve ter percebido, a criatividade é um dos benefícios devido à abordagem do livre brincar, que se vale da imaginação e da fantasia infantil.  
    • Aulas personalizadas : o método de ensino usado na Pedagogia Waldorf não segue um padrão para todos os alunos porque é personalizado. Isso significa que as atividades têm como base os interesses e talentos de cada aluno.  
    • Limitação da tecnologia : dentro das escolas Waldorf, o acesso à tecnologia é limitado, especialmente na educação infantil. Isso porque a intenção é que a criança crie e experimente sem encontrar o conteúdo pronto na internet.  
    • Contato com a natureza : atividades ao ar livre são uma maneira de utilizar a natureza como ambiente de experimentação sensorial. As escolas Waldorf, nesse sentido, buscam despertar na criança a consciência de que vivemos e desfrutamos da natureza, por isso precisamos protegê-la.  
    • Vínculo com professores : seguindo os setênios, cada etapa de educação tem um tutor. Isso significa que o mesmo professor acompanha uma mesma turma de alunos por anos. E isso cria um vínculo forte entre mestre e aprendiz. Vale dizer que os professores estão em aprendizagem constante, sempre trazendo o melhor para os alunos.

    A pedagogia Waldorf no Brasil  

    A Pedagogia Waldorf chegou no Brasil em 1956 com a Escola Higienópolis, em São Paulo.  

    Hoje, já são cerca de 250 unidades distribuídas por todos os estados brasileiros que oferecem ensino fundamental, médio e jardim de infância.  

    88 dessas escolas são afiliadas à  Federação das Escolas Waldorf do Brasil (FEWB)  e mais de 170 estão em processo de filiação.  

    No Brasil, as escolas Waldorf não chegam a representar 0,2% do setor educacional. De acordo com o  Censo Escolar de Educação Básica  de 2018, o número total de escolas no Brasil é de 184,1 mil.  

    Porém, desde a função da FEWB, em 1998, o número de escolas Waldorf no Brasil aumentou em 200%. Ou seja, está se tornando cada vez mais popular.

    Como trabalhar em uma escola Waldorf  

    Mesmo se tratando de uma metodologia alternativa de ensino, o curso de pedagogia é o primeiro pré-requisito para atuar como professor em uma escola Waldorf.  

    É necessário também que o docente tenha especialização específica em Pedagogia Waldorf, já que isso deixa a atuação profissional mais direcionada.

    Além disso, estágios docentes em escolas Waldorf são grandes diferenciais.  

    O professor que quiser atuar com essa abordagem também precisa conhecer a Filosofia Antroposófica, uma ciência criada por Rudolf Steiner.  

    Ela é descrita como uma forma de olhar para a humanidade por três dimensões: física, psíquica e espiritual.  

    Ter interesse no ensino humanizado também é um requisito, já que toda a base da Pedagogia Waldorf está em olhar individualmente para cada aluno e compreendê-lo em totalidade.  

    Formação cultural e social também é um diferencial. Isso porque literatura, artes, música, poesia e cinema são recursos muito usados em sala de aula.  

    Por fim, um requisito é que o docente tenha gosto por aprender e tenha interesse em formação continuada.  

    Como um dos diferenciais da Pedagogia Waldorf é o tutor seguir com os alunos por toda uma etapa, o professor precisa estar sempre se atualizando e aprendendo metodologias novas.  

    A importância da formação continuada para o profissional da educação

    De maneira geral, a formação continuada é entendida, hoje, como uma necessidade para educadores.

    Isso porque o objetivo é oferecer um ensino de qualidade cada vez maior.  

    Um professor atualizado e em formação ininterrupta não se torna apenas alguém que transmite conteúdo, mas um facilitador, alguém preparado para ajudar os alunos a se tornarem agentes ativos em sua própria educação.  

    Além disso, também ajuda os docentes a se adaptarem às mudanças na tecnologia e no contexto educacional.  

    É comprovado que o educador que busca evolução constante consegue:  

    • Dar aulas muito mais dinâmicas e interessantes;  
    • Ter maior engajamentos dos alunos nas atividades;  
    • Detectar com maior facilidade as dificuldades de aprendizagem e criar estratégias para contorná-las.  

    E embora saibamos de todos os benefícios, e da necessidade, da formação continuada, a falta de tempo dos professores é um obstáculo.  

    Porém, existem cursos de aperfeiçoamento e pós-graduações 100% online que podem ajudar.

    As maiores vantagens dos cursos 100% online são a flexibilidade e o custo mais baixo.  

    Ou seja, o professor pode adequar a formação continuada na agenda como achar melhor, além de economizar tendo a mesma qualidade do ensino presencial.

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    Por Mariana Bortoletti

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