Novas ideias, novos produtos, novos mercados: conheça a inovação radical

Postado em 29 de jan de 2024
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Inovar é vital para toda empresa. No curto prazo, a melhor opção é apostar na inovação incremental, em que são implementadas mudanças graduais em um produto, serviço ou processo. Já no longo prazo o indicado é investir na inovação radical. 

Esse tipo de inovação garante não só a sobrevivência, mas a relevância e o crescimento de uma organização no setor em que atua. Saiba mais sobre a inovação radical a seguir: 

 

O que é inovação radical 

A inovação radical refere-se a mudanças em produtos, serviços ou processos que causam um impacto significativo no mercado ou em atividades econômicas, muitas vezes levando à criação de novos mercados. Ela geralmente envolve a introdução de algo completamente novo e inimitável, em vez de simplesmente melhorar ou aprimorar o que já existe.

Para os consumidores, uma inovação radical oferece uma proposição de valor que altera hábitos e comportamentos dos consumidores, além de trazer mais satisfação aos clientes e redefinir as expectativas de mercado. 

No entanto, o alto investimento necessário para a inovação radical faz com que ela se concentre em grandes organizações, que têm mais recursos tecnológicos, financeiros e humanos disponíveis. Mesmo assim, a maioria das empresas foca nas inovações incrementais, como a extensão de linha de produtos existentes, melhoramentos de processos e redução de custos.

Benefícios da inovação radical 

Os benefícios para as empresas que desenvolvem a inovação radical são gerados no longo prazo, sendo os principais: 

  • Maior satisfação dos consumidores. 
  • Liderança de mercado. 
  • Maior competitividade. 
  • Redução de custos. 
  • Criação de novos negócios. 
  • Melhor desempenho organizacional. 

A relação entre inovação radical e destruição criativa 

A inovação radical está frequentemente ligada ao conceito de destruição criativa, introduzido pelo economista Joseph Schumpeter (1883-1950) em 1942.

A destruição criativa se caracteriza pela criação e consolidação de produtos e métodos inovadores que levam ao desaparecimento de produtos e métodos antigos. Ela é vista como um processo vital ao progresso econômico, à renovação de mercados e à sobrevivência das empresas. 

Para Schumpeter, o protagonista desse processo é o empreendedor, que busca inovação constantemente. Ele sabe como usar novas tecnologias na produção, o que torna as técnicas tradicionais obsoletas.

E a inovação radical é fundamental para que a destruição criativa ocorra. Lembra de quando os disquetes foram substituídos pelos CDs? E os pen-drives pelos serviços de armazenamento em nuvem? Nesses casos, uma tecnologia foi substituída por outra, gerando um novo mercado e alterando o comportamento dos usuários. 

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Diferença entre inovação radical e inovação incremental 

A principal diferença entre inovação incremental e radical está no escopo e no impacto das mudanças. Enquanto a primeira se concentra em melhorias graduais e evolutivas, a segunda resulta em transformações significativas e disruptivas, muitas vezes resultando em produtos ou serviços completamente novos.

A inovação radical se baseia em uma novidade tecnológica ou mercadológica tão grande que leva à criação de um novo mercado, que pode acarretar a descontinuidade de um outro mercado pré-existente. 

Diferença entre inovação radical e inovação disruptiva 

Embora os termos às vezes sejam usados de forma intercambiável, há uma distinção entre inovação radical e inovação disruptiva

A inovação disruptiva é um tipo específico de inovação radical, caracterizado por um processo que resulta em um produto ou serviço mais barato do que o que já existe para atender um público antes ignorado pela concorrência, criando assim um novo mercado. Quem elaborou o conceito foi o professor da Harvard Business School Clayton Christensen, em artigo publicado em 1995.

Segundo Christensen, para uma inovação ser considerada disruptiva de fato, ela deve acontecer em um mercado subatendido por empresas estabelecidas ou em mercados até então inexistentes. Nos mercados subatendidos, as empresas não têm interesse em investirem recursos em oportunidades limitadas, com margens de lucro consideradas mais baixas ou produtos/serviços inferiores que acreditam que não serão usados pelos consumidores.  

No caso dos mercados inexistentes, negócios bem estabelecidos não enxergam que está surgindo uma demanda nova, assim empresas principiantes têm tempo e espaço para otimizarem produtos/serviços que se mostrarão disruptivos. Elas primeiro focam em públicos não atendidos pela concorrência para, em seguida, trabalhar com clientes mais rentáveis. 

Em resumo, nem toda inovação radical é necessariamente disruptiva, mas a inovação disruptiva sempre envolve uma mudança radical. 

Exemplos de inovação radical 

Desde o início da industrialização e do capitalismo, foram implementadas inúmeras inovações radicais que revolucionaram o mercado: a máquina de fiar a vapor, a máquina fotográfica, o avião... 

Provavelmente você tenha lembrado de mais exemplos de inovação radical durante a leitura, mas aqui vamos citar quatro cases do início do século 21 que provavelmente afetaram a forma como você acessa e se comporta na internet hoje: 

Google Search 

Primeira versão do Google lançada em 1997. Reprodução/Wayback MachinePrimeira versão do Google lançada em 1997. Reprodução/Wayback Machine

O Google Search surgiu em janeiro de 1996, como um projeto de pesquisa de Larry Page e Sergey Brin, quando ambos eram estudantes de doutorado na Universidade de Stanford, na Califórnia, Estados Unidos. A ideia inicial era desenvolver um mecanismo de busca que classificasse os resultados de acordo com a relevância dos links entre as páginas da web. 

O primeiro site do Google foi lançado em 15 de setembro de 1997, com o domínio google.com. A empresa foi fundada em 4 de setembro de 1998, e desde então se tornou o principal mecanismo de busca do mundo, com bilhões de usuários em todo o mundo. 

É considerado uma inovação radical por propor um funcionamento completamente diferente dos motores de busca da web de então. Enquanto os outros agregadores de link funcionavam como uma espécie de “lista telefônica” de sites, o Google se destacou pelo uso de algoritmos para classificar os resultados de pesquisa a partir da qualidade da página. 

Outro diferencial do buscador era a indexação. Na concorrência, toda página nova era cadastrada manualmente no índice de pesquisa. A Google foi a primeira a automatizar esse processo, aumentando assim o número de páginas disponíveis para consulta do usuário, de acordo com sua intenção de busca. 

iPhone 

Primeiro iPhone que revolucionou a indústria de celulares. Carl Berkeley from Riverside California, CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons.Primeiro iPhone que revolucionou a indústria de celulares. Carl Berkeley from Riverside California, CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons

Lançado em 2007, o iPhone revolucionou a indústria de celulares ao popularizar a tela sensível ao toque. Já eram realizados experimentos na indústria neste sentido, mas foi Steve Jobs quem tomou a iniciativa de levar a tecnologia ao público final. 

O iPhone revolucionou a indústria de smartphones, tornando-se o padrão para outros fabricantes. Além da tela sensível ao toque, o dispositivo inaugurou o conceito de loja de aplicativos, em que o usuário poderia baixar apps de terceiros para o dispositivo.  

AirBnB 

Aplicativo do AirBnB. freestocks-photos/PixabayAplicativo do AirBnB. freestocks-photos/Pixabay

A história do Airbnb começou em 2007, quando dois designers gráficos, Brian Chesky e Joe Gebbia, estavam procurando uma maneira de pagar o aluguel de seu apartamento em São Francisco. Eles tiveram a ideia de alugar colchões de ar em seu apartamento para designers que estavam na cidade para a conferência Industrial Design Society of America. Eles criaram um site chamado Airbed & Breakfast para promover seu serviço. 

O site foi um sucesso imediato e mudou a forma como as pessoas viajam. É considerado um exemplo de inovação radical por ter criado um novo mercado para acomodações de curta duração. Antes, as pessoas que viajavam tinham basicamente duas opções: hotéis ou hostels. O Airbnb criou uma terceira opção, a de se hospedar na casa de alguém, o que abriu um novo mercado para quem busca hospedagens mais acessíveis. 

Isso de uma forma totalmente online, em uma plataforma onde é possível verificar as avaliações de anfitriões e hóspedes, a qualidade da acomodação e a experiência que outras pessoas tiveram ao alugar o imóvel. 

Spotify 

inovacao-radical-spotifyAplicativo do Spotify. Tom Majric/Pixabay

Criado por Daniel Ek, o Spotify tinha como proposta inicial oferecer um serviço de streaming que fosse mais conveniente e acessível do que baixar músicas ilegalmente. O Spotify começou a operar na Suécia em 2008 e rapidamente se expandiu para outros países. 

O Spotify foi uma inovação radical na indústria da música. O serviço ajudou a reduzir a pirataria, além de tornar CDs e tocadores de MP3 obsoletos. Isso graças à biblioteca com milhões de músicas e podcasts, acessível a todas as pessoas que têm conexão com a internet.  

A personalização é outra marca do Spotify. Os usuários podem criar suas próprias playlists e descobrir novas músicas por meio de recomendações baseadas no histórico de reproduções. 

Esperamos que este conteúdo sirva de inspiração para propor ideias que promovam a inovação radical onde você trabalha. Bora inovar?   

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Olívia Baldissera

Por Olívia Baldissera

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Jornalista e historiadora. É analista de conteúdo do Blog do EAD.