Gig Economy: o que é e as mudanças nas relações de trabalho

Postado em 8 de ago de 2023
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Você já ouviu falar de gig economy?

Esse conceito abarca formas alternativas de emprego, que vão desde a prestação de serviços por aplicativo até o trabalho de freelancers, por exemplo. Essas novas formas de trabalho surgiram, especialmente, pelo impacto da tecnologia na sociedade, o que tem revolucionado o mercado de trabalho. 

Em 2017, segundo pesquisa publicada na CNN , a gig economy já representava 34% da força de trabalho nos Estados Unidos e, em 2020, deveria atingir 43% do total. Ou seja, é uma tendência em ascensão.

Neste artigo, explicaremos o que é gig economy e as principais mudanças nas relações de trabalho. Confira e se atualize sobre as novas tendências do mercado de trabalho. 

Vamos ver a seguir:

 

 

O que é gig economy 

Gig economy é o termo utilizado para se referir a uma nova cultura e tendência de trabalho. Nesse contexto, temos trabalhadores temporários e sem vínculo empregatício (freelancers, autônomos) e empresas que contratam estes colaboradores independentes. O termo não é novo, mas se tornou tendência mundial na era digital, impulsionado por empresas como Uber e Amazon.

De acordo com o dicionário de Cambridge, gig economy é um arranjo alternativo de emprego, uma forma de trabalho em que as pessoas exercem uma atividade freelancer e recebem separadamente por cada projeto/serviço.

O conceito de gig economy engloba profissionais independentes, de plataforma online e temporários. Esses profissionais não possuem vínculos empregatícios formais e trabalham sob demanda. Ou seja, são contratados para trabalhos pontuais ou oferecem produtos e serviços digitais. 

A gig economy é fruto das transformações sociais e tecnológicas que vem acontecendo nos últimos anos.  

Nesse sentido, o emprego convencional, aquele trabalho com horário fixo e no escritório da empresa, está sendo substituído por relações mais fluidas. 

 

Gig economy, o processo de uberização e a economia informal 

Em 2020, o desemprego bateu número recorde no Brasil , atingindo 13,4 milhões de pessoas. A taxa média anual de desemprego foi de 13,5% em 2020. Ou seja, um cenário pessimista para quem busca empregos formais. 

Nesse sentido, as pessoas passaram a buscar alternativas de trabalho, seja para garantir alguma forma de sustento ou para complementar a renda. Entre essas alternativas, os trabalhos plataformizados — feitos por meio de aplicativos — são os mais procurados. Esse processo é chamado uberização do trabalho. 

O fenômeno da uberização consolidou empresas que agora intermedeiam a demanda de trabalhadores cada vez mais informais. Se, por um lado, isso fomenta o surgimento de novos empregos, por outro há também um processo de precarização da mão de obra — afinal, esses trabalhadores passam a não ter mais vínculos empregatícios.

Nesse modelo de trabalho, é possível ter uma multidão de trabalhadores informais gerenciados e controlados por alguns meios técnicos. O gerenciamento algorítmico, próprio dos apps que a gente conhece e usa diariamente, consegue processar uma enormidade de variáveis e controlar a forma como o trabalho é distribuído e precificado. Nessa dinâmica, se consolida a figura do trabalhador sob demanda, sem vínculos empregatícios.

O próprio nome varia da empresa Uber, na qual os motoristas possuem essa liberdade e atuam de acordo com a demanda dos clientes, se aceitarem a corrida (ou o trabalho).  

Esse processo de uberização faz parte da cultura de trabalho da gig economy. Também é um sinal do avanço da economia informal em todo mundo, já que a crise financeira, muito acentuada pela pandemia da Covid-19, é uma realidade ao redor do globo.

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Exemplos de gig economy

Ainda está um pouco abstrato o conceito de gig economy? Vamos a alguns exemplos!

Entregadores de aplicativos de delivery, motoristas de aplicativos de transporte e trabalhadores freelancers de todas as áreas são alguns exemplos de profissionais inseridos na lógica da gig economy.

Ou seja, são profissionais que trabalham sob demanda e não possuem vínculo empregatício formal. Sua atuação é majoritariamente mediada pela tecnologia, seja dispositivos móveis, aplicativos,  algoritmos, entre outras ferramentas. 

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Os millennials e a gig economy

A geração Y , os chamados millennials, é quem mais está acostumada e inserida nessa lógica da gig economy. Afinal, são jovens que cresceram junto às novas tecnologias e dinâmicas do mundo do trabalho. 

Para esses profissionais mais jovens, que têm entre 20 e 35 anos, o trabalho convencional não é a opção mais atrativa. A flexibilidade e o trabalho remoto são aspectos que despertam a atenção desse perfil geracional. E a gig economy é a oportunidade para a geração Y. 

Contudo, por mais que essa geração seja a mais inserida nessa nova lógica do mercado de trabalho, eles não são os únicos a usufruir dela. 

Profissionais mais velhos, muitos até mesmo aposentados, têm entrado nessas novas dinâmicas de trabalho para complementar a renda ou se reinserir no mercado. 

Ou seja, por mais que seja um modelo de trabalho característico da geração Y, nada impede que outros profissionais adentrem e se adaptem a essas novas tendências. 

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Mudanças nas relações de trabalho

O trabalho é uma das atividades humanas mais antigas, presente desde os primórdios da humanidade. É por meio dele que o ser humano garante sua subsistência.

No entanto, o trabalho nem sempre foi da forma como conhecemos hoje. Essa prática acompanha as transformações da sociedade, passando, assim, por diversas mudanças ao longo do tempo. 

Anteriormente, as relações de trabalho eram fortemente agrárias e constituídas dentro do âmbito familiar. Ou seja, o ofício era passado de pai para filho, o que garantia a construção de uma forte identidade ligada ao trabalho. 

Nessa época, as pessoas eram também muito ligadas à terra, de onde tiravam seu sustento e o de sua família. A economia se baseava na troca de serviços e produtos, e não no valor de uma moeda, como nos dias atuais. 

Foi a indústria que trouxe as primeiras grandes mudanças para a lógica do trabalho, alterando a forma como os indivíduos se relacionam com ele. Com a Revolução Industrial e as grandes linhas de montagem, a impessoalidade passou a caracterizar o trabalho. Afinal, tornou-se cada vez mais comum que as pessoas não vissem o resultado de seu esforço, sendo apenas uma peça no processo de fabricação de um produto. 

No entanto, as transformações nas relações de trabalho não pararam por aí. Voltando para o tempos atuais, a globalização é um dos fenômenos mais significativos da história humana. Na mesma medida que modificou nossas relações sociais mais íntimas, ela também mudou nossas relações de trabalho. A possibilidade de estarmos interconectados a todo momento encurtou distâncias.

Além disso, com o avanço das tecnologias, novas lógicas e dinâmicas foram sendo criadas, como o trabalho remoto, flexibilidade de horários e vínculos empregatícios mais informais. O trabalho sob demanda, mediado pelas ferramentas tecnológicas, ganhou corpo e é uma das principais tendências para o futuro. 

A pandemia da Covid-19, especialmente, acelerou essas mudanças que já estavam em curso na sociedade. 

Mas isso quer dizer que os modelos de trabalho anteriores ficarão no passado? Não exatamente. Essas mudanças fazem parte da dinâmica social e, nesse leque de possibilidades, é possível que coexistem mais de uma forma de se relacionar com o trabalho. 

O que queremos trazer neste artigo é que as mudanças já estão acontecendo e, em alguma proporção, também afetarão os modelos tradicionais de trabalho. 

Por exemplo: você já observou quantas empresas, com colaboradores em regime CLT, estão adotando o home office? Isso é fruto das transformações nas relações de trabalho!

Estar atento a essas tendências é essencial para se preparar e se destacar no mercado de trabalho.

Vantagens e desvantagens da gig economy

 Agora que você já sabe o que é gig economy, vamos apresentar as vantagens e desvantagens dessa nova forma de trabalho.

Flexibilidade

Os profissionais gig têm autonomia para decidir quando e com quais projetos gostariam de trabalhar.

Eles são livres para trabalhar nos dias, horários e locais que preferirem, o que garante flexibilidade para conciliar trabalho, estudos e vida pessoal. 

Esses profissionais são seus próprios chefes, tendo total autonomia nas decisões sobre seus rumos profissionais.

Possibilidade de salários altos

Em um emprego formal, o salário é sempre o mesmo todos os meses. Dentro da lógica da gig economy, os profissionais, principalmente os freelancers, têm chance de ter rendimentos mais altos, uma vez que são eles que estipulam seu preço e carga horária. 

Isolamento

Um ponto negativo da gig economy é o isolamento. Afinal, é comum que esses profissionais trabalhem sozinhos e fiquem distantes do contato com outros trabalhadores em seu dia a dia. 

Ausência de direitos e benefícios trabalhistas

Na gig economy, os profissionais não trabalham sob o regime da CLT. Assim, não tem acesso a nenhum direito ou benefício trabalhista. Ou seja, seguro saúde, férias, 13º, vale transporte, ticket alimentação não fazem parte da rotina desses profissionais. 

Essa situação acarreta, muitas vezes, em uma precarização do trabalho, existindo muitos profissionais em situações de exploração. 

O #BrequedosApps , paralisação e protesto dos entregadores de aplicativos que aconteceu em 2021, foi um dos atos que mostrou esse outro lado da gig economy. 

Instabilidade na carreira

Na gig economy, nem sempre a rotina é estável e consistente. É comum que muitos profissionais não tenham renda fixa no mês. Assim como podem ganhar mais do que em um emprego formal, também podem ter meses de escassez.

Em determinadas épocas do ano, é possível ter mais ou menos demandas de trabalho, o que pode gerar certa instabilidade. 

Redação Blog do EAD

Por Redação Blog do EAD

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