O governo federal suspendeu a implementação do Novo Ensino Médio e das mudanças no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por 60 dias após o término da consulta pública sobre o tema, iniciada em março deste ano. A consulta deve durar 90 dias, com possibilidade de prorrogação. Depois, o Ministério da Educação (MEC) tem mais 30 dias para elaborar um relatório. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Isso significa que o Enem não deve ter um novo formato em 2024 que contemple as regras do Novo Ensino Médio. A decisão pela suspensão foi publicada na Portaria nº 627 de 4 de abril de 2023, no Diário Oficial da União (DOU).
O Novo Ensino Médio propõe uma educação mais personalizada, possibilitando que cada estudante escolha parte das matérias que vai cursar, a partir dos itinerários formativos. As disciplinas, aliás, dão lugar às áreas do conhecimento, semelhantes à divisão feita no Enem:
A formação geral básica, prevista na Base Nacional Curricular Comum (BNCC) do Ensino Médio, deveria ocupar 60% do total das horas letivas. Já os 40% restantes seriam ocupados por matérias optativas, os chamados itinerários formativos. Assim, a carga horária total dessa fase de ensino passou de 2,4 mil para 3 mil horas.
Outra mudança proposta foi o Projeto de Vida, um componente curricular transversal que visava a auxiliar crianças e adolescentes a refletirem sobre sua condição atual e sobre o seu futuro.
O Novo Ensino Médio foi proposto em 2017 e entrou em vigor em 2022, mas a implementação do modelo foi prejudicada pela falta de infraestrutura e professores nas redes estaduais de ensino. Em 9 de março, o MEC abriu consulta pública para avaliação e reestruturação da política.
