5 níveis de linguagem: quando usar cada um?

Redação Blog do EAD • 13 de junho de 2024

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    Você já percebeu que nos comunicamos de forma diferente dependendo do contexto social em que estamos inseridos?

    Por exemplo: quando você está apresentando um relatório para os seus colegas de trabalho, dificilmente vai usar gírias, certo? Diferente de quando você está na mesa de bar com os amigos: nessa situação, é totalmente aceitável – e até esperado – que você use uma linguagem mais informal.

    Sabe por que isso acontece? Porque existem 5 níveis de linguagem!

    Os níveis de linguagem são as variações que fazemos no uso da língua de acordo com o sujeito, o interlocutor e o contexto da fala.

    Esse conceito costuma ser muito explorado na prova de Linguagens do Enem, então, se você está se preparando para o exame, vale a pena conhecê-lo.

    Neste artigo, apresentaremos os 5 níveis de linguagem e explicaremos como esse conteúdo pode aparecer no Enem. Fique conosco!

    Aqui você vai conferir:

     

    O que são os níveis de linguagem

    Os níveis de linguagem — também chamados de níveis de fala ou registros — são as variações no uso da língua que ocorrem em função das diferentes situações sociais em que estamos inseridos.

    Ou seja, a situação ou o local em que estamos, a escolarização que temos e as pessoas com quem estamos falando em um determinado momento são elementos que influenciam a linguagem utilizada.

    Por exemplo, um juiz não falará em tribunal tal como fala num jantar com família e amigos. Ou, uma professora que dá aula para crianças, certamente usaria uma linguagem diferente se lecionasse para adultos.

    Abaixo, falamos mais sobre cada um desses níveis de linguagem, confira:

    Nível 1: norma culta

    Toda língua possui uma estrutura, ou seja, um conjunto de regras responsável pelo funcionamento dos elementos linguísticos. Esse conjunto de regras é conhecido como gramática normativa.

    Nela, os usuários da língua encontram a norma-padrão de funcionamento da língua, a chamada língua padrão ou culta.

    Esse nível de linguagem deve, ou pelo menos deveria, ser de conhecimento e acessível a todos os falantes da mesma comunidade linguística.

    Ou seja, é ela que aprendemos na escola, utilizamos em documentos oficiais e está presente nos dicionários.

    Nível 2: linguagem coloquial

    A linguagem coloquial é aquela que utilizamos de maneira mais espontânea e corriqueira no dia a dia.

    Esse nível de linguagem não segue a rigor todas as regras da gramática normativa, pois está mais preocupado com a função da linguagem do que com a forma.

    Ao utilizar a linguagem coloquial, o falante foca mais em transmitir o conteúdo da mensagem do que em como esse conteúdo vai ser estruturado.

    De maneira geral, os falantes utilizam a linguagem coloquial nas situações comunicativas mais informais, isto é, nos diálogos entre amigos, familiares, entre outros.

    Confira alguns exemplo de linguagem coloquial:

    • foi pra aula ontem?
    • Tava indo tudo no nosso namoro.
    • Tou com dor de ouvido!

    Nível 3: regionalismo

    A linguagem regional está relacionada com as variações que ocorrem, principalmente na fala, nas mais variadas comunidades linguísticas.

    O Brasil, por exemplo, apresenta uma imensa variedade de regionalismos na fala dos nativos de cada uma de suas cinco regiões.

    Por exemplo: é bem provável que uma pessoa que more no nordeste desconheça algumas palavras comuns para quem mora no sul do país, e vice-versa.

    Veja exemplos de expressões regionais:

    • Até o tucupi – significa que algo ou algum lugar está cheio de algo (Expressão da região norte);
    • Cacetinho – Pão Francês ( Vocabulário da região sul);
    • Trem – pode ser qualquer coisa, sinônimo de coisa, refere-se a substantivo. (vocabulário da região sudeste, Minas Gerais);
    • Ficar de bubuia – ficar tranquilo, relaxado ( Expressão da região norte, Amazonas);
    • Avexado – o mesmo que apressado. ( Expressão da região nordeste);

    Nível 4: gírias

    A gíria é um estilo associado à linguagem coloquial/popular como meio de expressão cotidiana.

    Elas surgem em ambientes informais e são criadas por determinados nichos sociais. Esses fenômenos linguísticos são muito utilizados entre os jovens, principalmente.

    De maneira geral, as gírias são utilizadas durante um tempo por um certo grupo de pessoas e depois são substituídas por outras, com a mudança de gerações.

    É o caso, por exemplo, da gíria “chuchu, beleza'', bastante utilizada nas décadas de 1980 e 1990.

    Confira algumas gírias utilizadas atualmente:

    • Crush – o antigo paquera.
    • Dar PT – quando alguém exagera na bebida e passa mal “no rolê”.
    • Rolê – passeio com os amigos.
    • Cringe – referente a situações constrangedoras, tem sido muito utilizada como símbolo de um conflito geracional.

    Nível 5: linguagem vulgar

    A linguagem vulgar é exatamente oposta à linguagem culta/padrão. Nela, as estruturas gramaticais não seguem regras ou normas de funcionamento.

    Contudo, mesmo de maneira bem rudimentar, os falantes conseguem compreender a mensagem e seus efeitos de sentido nas trocas de mensagens.

    Veja exemplos de linguagem vulgar:

    • A gente vamo.
    • Vamo ir.
    • Nós fala sobre isso mais tarde.

    Como os níveis de linguagem são abordados no Enem

    Você já sabe o que são níveis de linguagem, certo? É hora de descobrir como esse conteúdo pode cair no Enem.

    Os níveis de linguagem costumam aparecer muito em questões que envolvem interpretação de texto na prova de Linguagens e suas Tecnologias , abordando especialmente a linguagem coloquial.

    Dificilmente, você verá uma pergunta questionando diretamente sobre as características de cada nível de linguagem. Esse conteúdo costuma aparecer nas questões de forma interpretativa, acompanhando quase sempre de um texto de apoio.

    Confira alguns exemplos abaixo:

    Questão 1 - Enem 2013

    Até quando?
    Não adianta olhar pro céu
    Com muita fé e pouca luta
    Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
    E muita greve, você pode, você deve, pode crer
    Não adianta olhar pro chão
    Virar a cara pra não ver
    Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
    Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!

    GABRIEL, O PENSADOR. Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo). Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento).

    As escolhas linguísticas feitas pelo autor conferem ao texto

    1. caráter atual, pelo uso de linguagem própria da internet.
    2. cunho apelativo, pela predominância de imagens metafóricas.
    3. tom de diálogo, pela recorrência de gírias.
    4. espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.
    5. originalidade, pela concisão da linguagem.

    ✅Resposta correta: alternativa “d”.

    Típica do rap, a linguagem coloquial é responsável por conferir o efeito de espontaneidade à letra da música. A linguagem coloquial está associada a um contexto informal de comunicação, portanto, a intenção da música foi reproduzir essa comunicação.

    Questão 2 - Enem 2012

    Cabeludinho

    Quando a Vó me recebeu nas férias, ela me apresentou aos amigos: Este é meu neto. Ele foi estudar no Rio e voltou de ateu. Ela disse que eu voltei de ateu. Aquela preposição deslocada me fantasiava de ateu. Como quem dissesse no Carnaval: aquele menino está fantasiado de palhaço. Minha avó entendia de regências verbais. Ela falava de sério. Mas todo-mundo riu. Porque aquela preposição deslocada podia fazer de uma informação um chiste. E fez. E mais: eu acho que buscar a beleza nas palavras é uma solenidade de amor. E pode ser instrumento de rir. De outra feita, no meio da pelada um menino gritou: Disilimina esse, Cabeludinho. Eu não disiliminei ninguém. Mas aquele verbo novo trouxe um perfume de poesia à nossa quadra. Aprendi nessas férias a brincar de palavras mais do que trabalhar com elas. Comecei a não gostar de palavra engavetada. Aquela que não pode mudar de lugar. Aprendi a gostar mais das palavras pelo que elas entoam do que pelo que elas informam. Por depois ouvi um vaqueiro a cantar com saudade: Ai morena, não me escreve / que eu não sei a ler. Aquele a preposto ao verbo ler, ao meu ouvir, ampliava a solidão do vaqueiro.

    BARROS, M. Memórias inventadas: a infância. São Paulo: Planeta, 2003.

    No texto, o autor desenvolve uma reflexão sobre diferentes possibilidades de uso da língua e sobre os sentidos que esses usos podem produzir, a exemplo das expressões “voltou de ateu”, “disilimina esse” e “eu não sei a ler”. Com essa reflexão, o autor destaca

    1. os desvios linguísticos cometidos pelos personagens do texto.
    2. a importância de certos fenômenos gramaticais para o conhecimento da língua portuguesa.
    3. a distinção clara entre a norma culta e as outras variedades linguísticas.
    4. o relato fiel de episódios vividos por Cabeludinho durante as suas férias.
    5. a valorização da dimensão lúdica e poética presente nos usos coloquiais da linguagem.

    Resposta correta: alternativa “e”.

    “Eu acho que buscar a beleza nas palavras é uma solenidade de amor” e “Aprendi a gostar mais das palavras pelo que elas entoam do que pelo que elas informam” são afirmações que legitimam a ideia de que, para o autor, há valor lúdico e poético nos usos coloquiais da linguagem. Ele não questiona se está certo ou errado, apenas reconhece a importância dos significados construídos através do uso da linguagem coloquial e também sua expressividade.

    Por Redação Blog do EAD

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