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Você já ouviu falar em metalinguagem? Se você pretende fazer o Enem, esse é um assunto que não pode faltar na sua lista de estudos de Língua Portuguesa.
O Exame Nacional do Ensino Médio acontece todos os anos no mês de novembro e, para você já ficar craque no assunto, vamos te explicar o que significa metalinguagem, exemplos e como cai na prova.
Vem com a gente!
Sabe quando fazemos algo explicando essa mesma coisa? Ficou uma frase confusa?
Então calma lá: a metalinguagem é quando explicamos ou expomos algo a partir dele mesmo. Por exemplo, quando um pintor faz um autorretrato.
De maneira mais técnica, a palavra metalinguagem tem origem do prefixo “meta”, vem de “metá”, que em grego significa “no meio de”, “entre”, “com”.
Assim, estamos falando da linguagem “com” a linguagem, ou seja, da linguagem através da linguagem. Esse recurso literário é usado em textos, obras de arte, filmes, literatura e até nas falas do cotidiano.
Atenção: não confunda metalinguagem com intertextualidade.
Enquanto um é um formato que faz referência a si mesmo, o outro é uma conversa de um texto com outros, ou de um conteúdo com outros.
Veja um exemplo de intertextualidade na música “Língua”, de Caetano Veloso:
Língua
Gosto de sentir minha língua roçar
A língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior
E deixa os portugais morrerem à míngua
“Minha pátria é minha língua”
Fala Mangueira!
Fala!
[...]
Flor do Lácio Sambódromo
Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode
Esta língua
Note que a letra de Caetano Veloso fala de outros autores, como Camões, Noel Rosa e Fernando Pessoa, além de lembrar de Olavo Bilac e de suas obras.
Este é um claro exemplo de intertextualidade.
Você pode identificar a metalinguagem tendo em mente que esse estilo pode ser aplicado em diversos gêneros.
Por exemplo, não é apenas em textos escritos ou conteúdos audiovisuais que se pode encontrar o recurso.
Na nossa própria fala é possível achar metalinguagem: quando perguntamos o significado de uma palavra estamos usando a função metalinguística.
A pergunta chave para reconhecê-la é pensar: esse processo utiliza a própria linguagem na sua descrição ou no seu andamento?
Vamos mostrar alguns exemplos para esclarecer ainda mais o assunto.
A metalinguagem vai além da linguagem verbal, estando presente também na não-verbal. Além disso, é muito usada no mundo das artes.
Veja um exemplo de metalinguagem no soneto “A um poeta”, do escritor parnasiano Olavo Bilac (1865-1918), em que o autor explicita nos versos o processo de fazer um poema.
A um poeta
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima, e sofre e sua!
Mas que na força se disfarce o emprego
Do esforço: e trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego
Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E natural, o efeito agrade
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
Para ajudar, mais um exemplo, dessa vez na pintura.
Na obra “ As meninas” , do pintor espanhol Diego Velázquez (1599-1660), nota-se a presença de um pintor com seus instrumentos de trabalho. Ou seja, é uma pintura que mostra uma pintura.
Mais uma do mundo das artes: filmes que falam sobre produção cinematográfica. A obra “Cinema Paradiso” (1988), de Giuseppe Tornatore, é um exemplo.
Também podemos citar fotografias de fotografias, livros de gramática, dicionários, sinalizações e anúncios de publicidade que falam sobre propaganda.
Agora que você já aprendeu o que é a metalinguagem e como ela é manifestada, pratique o conhecimento com essas questões do Enem.
O exercício da crônica
Escrever crônica é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um cronista; não a prosa de um ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pelas personagens e situações que, azar dele, criou porque quis. Com um prosador do cotidiano, a coisa fia mais fino. Senta-se ele diante de uma máquina, olha através da janela e busca fundo em sua imaginação um assunto qualquer, de preferência colhido no noticiário matutino, ou da véspera, em que, com suas artimanhas peculiares, possa injetar um sangue novo.
Se nada houver, restar-lhe o recurso de olhar em torno e esperar que, através de um processo associativo, surja-lhe de repente a crônica, provinda dos fatos e feitos de sua vida emocionalmente despertados pela concentração. Ou então, em última instância, recorrer ao assunto da falta de assunto, já bastante gasto, mas do qual, no ato de escrever, pode surgir o inesperado.
(MORAES, V. Para viver um grande amor: crônicas e poemas. São Paulo: Cia das Letras, 1991).
Predomina nesse texto a função da linguagem que se constitui
Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É, a partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significado, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que o seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a essa leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo uma outra não prevista.
LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo . São Paulo: Ática, 1993.
Nesse texto, a autora apresenta reflexões sobre o processo de produção de sentidos, valendo-se da metalinguagem. Essa função da linguagem torna-se evidente pelo fato de o texto
Pedra sobre pedra
Algumas fazendas gaúchas ainda preservam as taipas, muros de pedra para cercar o gado. Um tipo de cerca primitiva. Não há nada que prenda uma pedra na outra, cuidadosamente empilhadas com altura de até um metro. Engenharia simples que já dura 300 anos. A mesma técnica usada no mangueirão, uma espécie de curral onde os animais ficavam confinados à noite. As taipas são atribuídas aos jesuítas. O objetivo era domar o gado xucro solto nos campos pelos colonizadores espanhóis.
FERRI, M. Revista Terra da Gente, n. 96, abr. 2012.
Um texto pode combinar diferentes funções de linguagem. Exemplo disso é Pedra sobre pedra , que se vale da função referencial e da metalinguística. A metalinguagem é estabelecida
Observe o quadro de Paul Gauguin – Van Gogh pintando girassóis:
Pode-se definir “metalinguagem” como a linguagem que comenta a própria linguagem, fenômeno presente na literatura e nas artes em geral. O quadro “Van Gogh pintando girassóis”, de Paul Gauguin, é um exemplo de metalinguagem por quê:
Além dos diferentes gêneros textuais , temos também as figuras de linguagem e demais elementos na escrita.
O tema da metalinguagem é essencial para quem deseja estudar Língua Portuguesa direcionada ao Enem.
Entendendo o conceito e criando referências para lembrar e exemplificar o assunto fica ainda mais simples arrasar na prova.
O conceito de metalinguagem pode ser aplicado até mesmo na hora da Redação, ao construir seu texto dissertativo-argumentativo .
Por isso, não dê bobeira! Estude, revise e faça mapas mentais para ter a temática na ponta do lápis. É sucesso garantido!
Por Redação Blog do EAD
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