Viagem ou viajem? Esclareça essa e outras 7 dúvidas de português!

Postado em 23 de nov de 2022
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Afinal, se escreve viagem ou viajem? Mal ou mau? Mas ou mais? Provavelmente, você já deve ter se deparado com algumas dessas dúvidas na hora de escrever.

Afinal, a língua portuguesa pode ser bem confusa muitas vezes. 

Nosso idioma é repleto de regras e palavras muito semelhantes, tanto na pronúncia quanto na escrita, o que torna um pouco difícil lembrar de todas as especificidades do português. 

Erros são comuns e super normais, mas, em certos contextos, podem trazer muitos problemas.

Já imaginou aplicar de forma errada os porquês na redação do Enem? Ou “aonde” no lugar de “onde” em uma frase no seu currículo?

Pensando nisso, esclarecemos neste artigo algumas das principais dúvidas de português, incluindo a diferença entre “viagem e viajem”.

Fique conosco e não cometa mais erros na hora de escrever!

Confira:

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1 - Viagem x viajem

Antes de explicarmos a diferença, é importante ressaltar que tanto “viajem” quanto “viagem” existem na língua portuguesa. Ou seja, as duas grafias estão corretas. 

Contudo, cada uma dessas palavras é utilizada em contextos distintos. 

“Viagem", escrito com G, é um substantivo feminino e indica a ação de viajar. 

Por exemplo:

  • A viagem que fizemos ao litoral foi ótima. 
  • Gustavo planejou uma viagem para o final de semana. 
  • Ontem fez um ano da nossa viagem ao Rio de Janeiro. 

Já “viajem”, escrito com J, se trata de conjugação verbal de "viajar"

Essa forma verbal aparece quando utilizamos a terceira pessoa do plural do presente do subjuntivo ou quando aplicamos o verbo no imperativo.

Por exemplo:

  • Viajem com segurança!
  • Estou torcendo que eles viajem amanhã. 
  • Viajem antes do anoitecer, por favor!

Ou seja, escrevemos “viagem” quando estamos nos referindo ao substantivo e “viajem” quando nos referimos ao verbo. 

🔵 Leia também: Quando usar vírgula: aprenda a empregar essa pontuação

2 - Mal x mau

Quem nunca confundiu “mal” e “mau”? As duas palavras existem na língua portuguesa e possuem sonoridades idênticas. Contudo, não são sinônimas e cada uma deve ser utilizada em um contexto diferente.  

“Mau” é um adjetivo, indicando alguém ou alguma coisa que faz maldades, não tem competência, é inconveniente ou impróprio. 

Exemplos:

  • Maria estava de mau humor. 
  • José estava sendo mau com amigos. 
  • Ana dava mau exemplo aos filhos.

Já “mal”, pode ser um advérbio, um substantivo ou uma conjunção.

Como advérbio, “mal” se refere ao modo como algo foi feito, sendo sinônimo de incorretamente, insuficientemente, dificilmente, entre outros. 

Exemplos:

  • Fumar faz mal à saúde!
  • Não foi por mal, desculpa!
  • Ele está passando mal!

Como substantivo, “mal” se refere a uma desgraça, calamidade, dano, doença, enfermidade. 

Exemplos:

  • Ele me causou um grande mal.
  • O meu mal é esta doença que não me deixa em paz.

Já como conjunção, “mal” é uma conjunção subordinativa temporal. Tem sentido de “assim que” e “logo que”. 

Exemplos:

  • Mal ele chegou, ela saiu da sala.
  • Mal você possa, venha falar comigo.

Ainda está confuso?  Temos uma dica que pode ajudar. 

Uma ótima maneira de entender a diferença entre “mal” e “mau” é pela oposição, ou seja, utilizando seus antônimos e vendo qual se encaixa na frase.

“Mau” é o contrário de “bom”, e “mal” é o contrário de “bem”. Se você estiver em dúvida entre “mal” e “mau”, utilize os antônimos para ver qual faz mais sentido. 

“Você está sendo mal”, será que essa frase está correta? Vamos substituir pelo antônimo. Ficaria “Você está sendo bem”, certo? Soa um pouco estranho, não é mesmo? 

Então, o correto seria “você está sendo mau”. Afinal, “bom” poderia ser utilizado nesse contexto. 

Confira mais exemplos:

  • Que mau humor! (contrário: bom humor)
  • Está mau tempo! (contrário: bom tempo)
  • Ele está de mal com ela. (contrário: estamos de bem)
  • Isso me faz mal. (contrário: faz bem)
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3 - Eu x mim

“Eu” e “mim” são duas palavras que também causam muita confusão. Afinal, é  “para eu” ou “para mim”? A resposta é depende. Os dois usos existem na língua portuguesa. 

Quando usar “para eu”

Devemos utilizar “para eu” quando a expressão tem função de sujeito e está acompanhada de um verbo no infinitivo que indique uma ação.

Exemplos:

  • Você trouxe os discos para eu escutar?
  • Traga os brinquedos para eu brincar. 

Quando usar “para mim”

Já o “para mim”, devemos usar quando a expressão assume a função de objeto indireto em uma oração. 

Exemplos:

  • Ele trouxe roupas e sapatos para mim.
  • Você comprou aqueles livros para mim?

4 - Mas x mais

Já ficou em dúvida se usava “mas” ou “mais” em uma frase? Saiba que essas duas palavras existem na língua portuguesa e estão corretas. 

No entanto, os seus significados são distintos e elas devem ser usadas em situações diferentes.

“Mas” é usado, principalmente, com sentido de porém, todavia, contudo. Já “mais”, indica, principalmente, o aumento da quantidade, sendo antônima de “menos”.

Exemplos de “mas”:

  • Os médicos fizeram todos os tratamentos, mas o paciente não sobreviveu.
  • Ele é bom aluno, mas conversa demais nas aulas. 

Como observamos nos exemplos, “mas” é usado principalmente como conjunção adversativa, indicando uma ideia de oposição. 

Exemplos de “mais”:

  • Maria é a menina mais legal da turma.
  • Dois mais dois são quatro.
  • Leio mais que minha irmã.

Como podemos observar nos exemplos, “mais” transmite uma noção de maior quantidade ou intensidade.

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5 - Onde x aonde?

As palavras “onde” e “aonde” pertencem à classe dos advérbios.

Ambas fazem parte da língua portuguesa e são utilizadas para se referir a um lugar, o que pode causar confusão.

O uso dessas palavras depende do contexto. Confira abaixo:

Onde

A palavra “onde” faz referência a um lugar fixo e pode ser substituída pelas expressões na “qual” e “no qual”.

Exemplos:

  • Onde você estuda?
  • A escola é um espaço onde os alunos vão para aprender.

Aonde

Já o termo “aonde”, tem o sentido de “a que lugar”, indicando movimento.

Exemplos:

  • Aonde você vai?
  • Irei aonde você for.

6 - Regra dos porquês

Na língua portuguesa, existem quatro tipos de porquês: “por que”, “porque”, “por quê” e “porquê”.

Cada um deles é utilizado em um contexto diferente, embora soem idênticos. 

“Por que”, separado e sem acento, utilizamos no começo de perguntas ou em frases interrogativas indiretas. 

Exemplos:

  • Por que eles ainda não foram embora?
  • Por que esse vestido foi tão caro?
  • Queria saber por que ele foi embora sem avisar.

Porque”, junto e sem acento, é utilizado em respostas. 

Exemplo: 

  • Não fomos à festa porque estevávamos cheios de trabalho. 
  • Acompanhe sua irmã até o ponto de ônibus porque essa rua é perigosa.

“Por quê”, separado e com acento, também é utilizado em perguntas, mas apenas quando está no final das frases. 

Exemplos:

  • Vocês não trabalharam ontem, por quê?
  • Andar a pé, por quê?

Por fim, “porquê”, junto e com acento, é utilizado quando a palavra possui o valor de substantivo e indica motivo ou razão. 

Exemplos:

  •  Gostaria de saber o porquê dele não falar mais comigo.
  • Não foi explicado o porquê de tanto barulho na noite de ontem.

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7 - De mais x demais

Já ficou em dúvida na hora de usar “de mais”  e “demais”? As duas palavras existem na língua portuguesa, mas também são utilizadas em situações diferentes. 

“De mais” é uma locução adjetiva e acompanha substantivos. Essa palavra corresponde a “a mais” e seu oposto é “de menos”.

Exemplo:

  • Ela tem problemas de mais, dinheiro de menos. 

Já “demais”, pode ser um advérbio ou pronome indefinido.

Quando é um advérbio, a palavra passa ideia de excesso. 

Exemplo:

  • O garoto perdeu seu celular e chorou demais.
  • O orador utilizou palavras demais na apresentação.

Já como pronome indefinido, o “demais” é antecedido de artigo. 

Exemplos:

  • Apenas seis pessoas fizeram a prova, os demais perderam a chance.

8 - Há x a

Uma dúvida muito frequente é quanto ao uso de “há” ou “a” em uma frase, sendo comum confundir os termos.

O primeiro passo para saber quando usar cada palavra é entender a diferença entre os termos. 

O “há” vem do verbo haver, já o “a”  funciona como preposição.

Por isso, o “há” pode ser substituído pelo verbo existir ou indicar tempo decorrido. Já o “a”,  deve ser usado quando existe uma referência à distância ou ao tempo futuro na frase.

Confira os exemplos:

  • Há trajetos complicados nessa estrada. 
  • Há dois anos, conclui meu curso de inglês.
  • Estamos a alguns metros do escritório.
  • Daqui a uma hora estou em casa.

Se mesmo assim ainda estiver difícil de entender, trazemos um macete que pode ajudar. 

Quando você estiver em dúvida, tente substituir o “há” por “faz”. Se fizer sentido, use “há”. Se não, use “a”.

Por exemplo:

  • Estou esperando a Maria faz horas. 
  • Estou esperando a Maria há dias.

Se funcionou a substituição do “há” pelo “faz”, como no exemplo acima, o correto é usar “há”.

Agora confira o segundo exemplo:

  • Ele vai embora daqui faz duas semanas. 
  • Ele vai embora daqui a duas semanas.

No exemplo acima, percebemos que o uso do “faz” não é possível, logo o correto é utilizar “a”.

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Mariana Moraes

Por Mariana Moraes

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