O que é intraempreendedorismo e como desenvolver

Postado em 10 de mar de 2021
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Você já ouviu falar de intraempreendedorismo? Esse termo tem ganhado cada vez mais destaque no mercado de trabalho.

Você possivelmente já está familiarizado com a palavra empreendedorismo. Ela está associada à ideia de inovar e criar novos negócios no mercado. 

Mas e o prefixo “intra”, o que ele muda no significado do termo?

O “intra” expressa a ideia de estar dentro. Sendo assim, o intraempreendedorismo é a disposição de identificar problemas e oportunidades e desenvolver soluções dentro da sua própria empresa. 

Ou seja, é a capacidade de inovar dentro da própria organização que você já trabalha, e não criando um novo negócio ou projeto. É aquele famoso “trabalhar com senso de dono”, sabe?

Essa habilidade vem sendo cada vez mais requisitada no mercado de trabalho, sendo uma competência essencial para crescer e se desenvolver profissionalmente. 

Quer saber mais sobre o intraempreendedorismo? Continue neste artigo que vamos explicar tudo sobre o termo e como desenvolver essa habilidade. 

Aqui você vai entender:

 

As origens do intraempreendedorismo 

Intraempreendedorismo é a habilidade de empreender dentro de uma organização. Ou seja, é quando os colaboradores utilizam seu perfil empreendedor para trazer ideias inovadoras para a empresa onde trabalham. 

Nesse sentido, um profissional intraempreendedor é aquele que não se limita a fazer somente o que lhe é delegado, mas busca dar ideias, resolver problemas e enxergar possibilidades de melhorias e de inovações dentro da empresa como um todo. 

Por mais recente que esse conceito possa parecer, sua origem remonta ao século passado. O termo é creditado ao empreendedor, autor e inventor norte-americano Gifford Pinchot III

Em 1978, ele e sua esposa, Elizabeth Pinchot, escreveram um artigo utilizando a palavra pela primeira vez. Mais tarde, em 1985, ele lançou o livro Intrapreneuring: Why You Don’t Have to Leave the Corporation to Become an Entrepreneur para aprofundar o conceito.

Desde então, o termo intraempreendedorismo ganhou cada vez mais espaço nas discussões sobre mercado de trabalho, tornando-se uma das habilidades mais esperadas dos profissionais

A diferença entre empreendedorismo e intraempreendedorismo 

Ainda está um pouco abstrata a diferença entre empreendedorismo e intraempreendedorismo? Vamos ver alguns exemplos para esclarecer essa dúvida!

Imagine um profissional de TI que trabalha em uma empresa de software “A”. 

Nessa organização, ele nota que os clientes têm uma reclamação em comum, que aparece de forma constante. Ele vê que essa dor não é atendida pela empresa em que ele trabalha.

Com essa informação, ele sai da empresa e começa seu próprio negócio, tentando oferecer uma solução para esse problema como diferencial competitivo. Esse é um exemplo clássico de empreendedorismo.

Agora, imagine se esse mesmo profissional pegasse a informação que ele coletou a partir de suas observações e levasse para o seu gestor. Com a colaboração do resto da equipe, ele poderia desenvolver um projeto para que a empresa “A” possa atender essa demanda dos clientes. Esse é um exemplo de intraempreendedorismo.

Assim, o que difere empreendedorismo e intraempreendedorismo é o que o colaborador decide fazer seu espírito inovador: usar para si mesmo ou colocar a serviço da organização em que trabalha. 

E nenhuma das duas alternativas é errada, tudo depende do momento de carreira do profissional e das suas expectativas de crescimento. 

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Tipos de intraempreendedorismo

Você sabia que existem tipos de intraempreendedorismo? Confira abaixo mais informações:

Intraempreendedorismo de valor agregado 

É o intraempreendedorismo ligado à principal atividade/missão da empresa.

Esse tipo de intraempreendedor vai agregar valor para a organização, gerando inovação e crescimento dentro da área de atuação da empresa. 

Ou seja, nessas organizações, toda ideia está ligada diretamente àquilo que a organização já desempenha.

Intraempreendedorismo spin-off 

Já o spin-off é o tipo de intraempreendedorismo em que as ideias e projetos fogem totalmente daquilo que a empresa é originalmente conhecida. 

Nesses casos, as ideias inovadoras servem para que a empresa expanda sua atuação ou inicie um projeto em uma nova área.

O termo “spin-off”, geralmente associado ao entretenimento, refere-se às propriedades intelectuais que não necessariamente estão ligadas à linha principal. No intraempreendedorismo, o raciocínio é semelhante.

As principais características do intraempreendedor 

Agora que você já sabe o que é intraempreendedorismo e quais os tipos, que tal entender quais características compõem um perfil intraempreendedor? Confira a seguir:

Proatividade 

Uma das principais características do intraempreendedor é que ele não espera por ordens para inovar e buscar soluções. Ele simplesmente toma a iniciativa, ou seja, é proativo

São profissionais que enxergam oportunidades ao redor e trazem ideias para a equipe o tempo todo. 

Pensamento “fora da caixa”

Pensar fora da caixa é essencial para o intraempreendedor, que se diferencia pelas soluções criativas

Geralmente, esses profissionais se destacam pelo talento de encontrar novas formas de solucionar problemas. Por mais complexa que pareça a situação, eles sempre têm um insight na manga. 

Coragem de assumir riscos

Empreender exige uma boa dose de coragem e ousadia, certo?

O profissional intraempreendedor é aquele que está preparado para assumir os possíveis erros durante o processo, tendo jogo de cintura para contorná-los, reter os aprendizados e encontrar o melhor caminho.

No fim das contas, os mais bem-sucedidos são aqueles que superam os obstáculos e usam as falhas para aumentar ainda mais sua performance. 

Senso de dono 

Outro traço essencial no intraempreendedor é o senso de dono do negócio. 

É ter responsabilidade sobre seus atos e sempre colocar o interesse da empresa como foco das suas decisões. 

Os colaboradores que têm essa aptidão ajudam a empresa a inovar e a encontrar a melhor saída para problemas ou impasses.

Atitude colaborativa

Por fim, o intraempreendedor sabe que é impossível alcançar seus objetivos sem a cooperação de todos da equipe.

Por isso, ele tem uma atitude colaborativa, trabalhando em equipe como ninguém e usando a colaboração como estratégia para implementar suas ideias com sucesso. 

Muitas vezes, esses profissionais utilizam métodos ágeis e abordagens inclusivas para reunir as pessoas em torno de seus projetos e tomar a frente na inovação em sua área.

Exemplos de intraempreendedorismo para se inspirar 

Diversas empresas famosas da atualidade investem em iniciativas de intraempreendedorismo entre seus colaboradores. Confira abaixo algumas inovações que surgiram a partir dessa cultura:

Botão curtir do Facebook

Sabe aquele botão de curtir que estamos habituados a usar no Facebook? Ele é um exemplo de intraempreendedorismo.

Essa funcionalidade foi criada em um programa de ideias interno da gigante de tecnologia, tendo origem em um hackathon.

Foi uma ideia simples, mas que mudou a forma como os usuários interagem com publicações na rede social, influenciando até mesmo outras plataformas.

A opção de "dar like" no Facebook tem origem no intraempreendedorismo. Tobias Dziuba/PexelsA opção de "dar like" no Facebook tem origem no intraempreendedorismo. Tobias Dziuba/Pexels

Gmail do Google

O Google é uma das empresas que mais investe na cultura intraempreendedora. Não é à toa que a empresa permite que os funcionários dediquem 20% do seu tempo para projetos pessoais. 

Foi assim que surgiu o provedor de email mais usado atualmente: o Gmail.

Muita gente não sabe, mas o email do Google começou como um projeto de intraempreendedorismo do então funcionário Paul Buchheit, sendo lançado em 2004. 

A ideia foi inovadora pois aplicou a função de busca do Google à caixa de mensagens, além de oferecer mais espaço de armazenamento. 

No início, era preciso de um convite para acessar o Gmail. Hoje, ele é essencial para usar outros produtos do Google.

O Gmail é um exemplo de intraempreendedorismo. Krsto Jevtic/UnsplashO Gmail é um exemplo de intraempreendedorismo. Krsto Jevtic/Unsplash

Post-its da 3M

Outra empresa que estimula o intraempreendedorismo é a 3M. 

Essa multinacional permite que os colaboradores reservem 15% do tempo que passam no trabalho para criarem projetos de motivação pessoal. Hoje, a chamada regra dos 15% faz parte da cultura da empresa.

Foi assim que surgiu um dos produtos mais conhecidos da 3M: o amado post-it. Ele foi criado a partir da ideia do ex-funcionário Art Fry e lançado nos anos 1970.

Dreamworks, Kung Fu Panda e o programa de ideias para novas produções

Uma das mais icônicas produtoras de Hollywood também é um ótimo exemplo de intraempreendedorismo.

Animações como Madagascar e Kung Fu Panda só saíram do papel graças à iniciativa Dreamworks de abrir espaço para que colaboradores desenvolvessem suas próprias ideias de roteiro e as apresentassem à organização.

McDonald’s e o McLanche Feliz

Você sabia que até o McLanche Feliz é uma iniciativa intraempreendedora? 

O lanche foi desenvolvido a partir da ideia de de um gerente regional de uma unidade do McDonald’s da cidade de Saint Louis, em Minnesota, nos Estados Unidos.

Muito antes da rede de fast-food se tornar uma marca global, o gerente Dick Brams sugeriu um produto apenas para crianças e começou a vendê-lo em sua unidade. Dois anos depois, em 1979, toda a rede começou a comercializar o kit.

Em 2017, foram mais de 3,2 milhões de McLanches Feliz vendidos por dia em todo o mundo, gerando uma receita superior a U$3 bilhões para o McDonald ‘s ao longo daquele ano. 

É isso que chamamos de uma boa sacada, não é mesmo?

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Como desenvolver seu lado intraempreendedor 

Ficou inspirado pelas iniciativas que mencionamos anteriormente e não sabe como desenvolver seu lado intraempreendedor? Confira nossas dicas a seguir:

Conheça sua empresa

O primeiro passo para desenvolver uma atitude intraempreendedora é conhecer a fundo a empresa em que você trabalha.

Mas o que isso significa? É conhecer suas ações, história, missão e valores, processos e estar sempre curioso a respeito das dinâmicas da organização, seus planos e perspectivas.

Afinal, para empreender dentro da empresa, é preciso se envolver profundamente com o negócio e conhecê-lo tão bem quanto o CEO — é o tal “senso de dono”.

Pense melhorias na sua área

Por onde começar? Essa é uma das perguntas que pode passar pela sua mente ao pensar em empreender dentro da sua organização. 

O melhor caminho é sempre começar pela sua área, concentrando-se na sua equipe e no seu departamento.

Para isso, você pode investigar maneiras de reduzir custos, poupar tempo, acelerar processos e qualquer medida que facilite o trabalho dos profissionais e traga resultados melhores para a empresa.

Pode ser algo tão simples quanto implementar um software que automatiza funções ou adotar um método de gestão de tarefas colaborativo, por exemplo. 

Conte com o apoio da liderança

Empreender sozinho dentro da sua empresa pode ser bem difícil. Afinal, são os supervisores e gestores que têm o real poder de colocar suas ideias em ação. 

Por isso, ao perceber uma possibilidade de melhoria nos processos, comunique seus superiores e converse com eles sobre suas ideias. Isso certamente ajudará muito a tirar suas soluções do papel.  

Saiba encarar e aprender com seus erros

A principal lição do intraempreendedorismo é que os erros são inevitáveis — o que importa é a forma como você reage a eles.

Logo, não desista na primeira falha e encare os tropeços como um aprendizado valioso.

Nas empresas focadas em inovação, a gestão saberá reconhecer sua disposição em correr riscos e vai incentivar que você supere os desafios.

🔵Leia também: Empreendedorismo digital: o que é, como funciona e exemplos

Conclusão 

Neste artigo, falamos sobre intraempreendedorismo, explicando como desenvolver essa habilidade e por que ela vem sendo tão valorizada no mercado de trabalho. 

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