Causador da Síndrome de Burnout, distúrbio emocional que leva à exaustão no trabalho, o estresse é um dos transtornos mentais mais comuns na atualidade.
Apesar de frequente, os motivos e os riscos do estresse são, muitas vezes, desconhecidos e negligenciados.
O descaso com o estresse pode estar associado à normalização do sofrimento como um meio para obter o sucesso profissional ou acadêmico e à desvalorização da saúde mental.
No entanto, se você está estudando para o vestibular e já sentiu ansiedade, taquicardia, dor de cabeça, angústia e cansaço durante os estudos ou no período de provas, está na hora de dar atenção a estes sintomas.
Veja abaixo o que é o estresse e como tratá-lo.
O estresse é uma resposta natural do corpo humano caracterizada por mudanças psíquicas e fisiológicas, que se desencadeiam em contextos de perigo ou aflição.
Os estímulos causadores do estresse podem ser tanto externos como internos, ou seja, de ordem física ou psíquica.
O ciclo neuroquímico do estresse ocorre em uma região do cérebro chamada de Sistema Nervoso Autônomo, responsável por preparar o corpo para reagir a situações de medo (aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial, libera adrenalina, contrai e relaxa músculos, dilata os brônquios, dilata as pupilas, aumenta a transpiração, etc).
Essa cadeia de estímulos cerebrais leva à ativação das glândulas adrenais, localizadas acima dos rins.
As adrenais liberam hormônios específicos, como o cortisol, o popular hormônio do estresse.
Vale ressaltar que o cortisol não apresenta riscos diretos e costuma desempenhar funções importantes para o organismo.
Ele é um hormônio que atua no controle do estresse, sendo responsável, neste caso, por reduzir inflamações, ativar o sistema imune e manter os níveis de açúcar no sangue constantes, assim como a pressão arterial.
O próprio estresse é uma resposta vital para os seres humanos, tendo sido definitiva para a sobrevivência de nossos antepassados.
No entanto, a elevação e a repetição deste quadro resulta em diversos prejuízos para nossa saúde física e mental, podendo levar a outros problemas como estresse crônico, depressão, distimia, obesidade, pressão alta e diabetes.
Segundo a Associação Americana de Psicologia, existem três tipos “clássicos” de estresse:
Além destes, existem ainda o estresse pós-traumático e o estresse pós-parto, que não trataremos aqui.
A base do tratamento de todos os tipos de estresse é a mesma, conforme veremos mais abaixo no artigo.
É a forma mais comum de estresse. Bastante comum em pessoas que estão passando por um momento de provação atípico, como ter que fazer uma apresentação em público, por exemplo.
Sintomas psicológicos:
Sintomas físicos:
Diz respeito aos casos em que o estresse agudo se repete com frequência.
Aqui, os sinais são os mesmos dos sintomas do estresse agudo, mas prolongados e frequentes.
Quem tem Estresse Agudo Episódico, provavelmente, já manifestou os sintomas em outras situações antes do vestibular, como em outras situações de provação ao longo da infância e da adolescência.
A ocorrência pode estar associada a uma hipersensibilidade desenvolvida na infância, geralmente associada à negligência familiar ou a episódios de estresse.
Sintomas físicos que podem aparecer, além dos já citados:
É o quadro mais grave da doença e o qual deve ser evitado por meio do tratamento precoce.
Quem tem Estresse Crônico apresenta todos os sintomas descritos acima, de forma intensa e recorrente.
Está associado ao desenvolvimento de Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), Síndrome do Pânico e Depressão.
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O estresse costuma ser classificado em três fases: fase de alerta, fase de resistência e fase de exaustão.
Surge assim que o indivíduo entra em contato com o agente estressor.
Nessa fase, os sintomas comuns são boca seca, dor no estômago, tensão muscular, aumento dos batimentos cardíacos, agitação, entre outros.
Aparece após a fase de alerta, quando o corpo tenta voltar ao seu estado de equilíbrio.
Nesse momento, o organismo pode conseguir eliminar o problema ou se adaptar ao fator estressor.
Como sintomas dessa fase, podemos destacar um mal-estar generalizado, desgaste físico, alterações de apetite, emoção aflorada, irritabilidade e diminuição da libido.
Ocorre como consequência de um fracasso na fase de resistência, havendo o comprometimento físico do indivíduo.
Apresenta-se insônia, hipertensão arterial, alteração nos batimentos cardíacos, tonturas frequentes, dificuldades sexuais, diarreias frequentes, alterações de humor, apatia, dificuldade para trabalhar, queda na produtividade, entre outros sintomas.
Há psicólogos que consideram quatro fases no processo de estresse, ao acrescentar a “quase exaustão”. Nessa fase o indivíduo não consegue resistir ao estressor, porém ainda não está tão acometido como na fase de exaustão.
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Além de trazer impactos graves para a saúde mental, podendo acelerar quadros de ansiedade e depressão, o estresse elevado também traz consequências físicas:
Confira algumas estratégias para lidar com o estresse. Você pode colocá-las em prática ao mesmo tempo ou adotar as que você sente-se mais confortável em seguir.
Nem todas as pessoas que precisam de acompanhamento psicológico têm condições financeiras para fazer terapia. Nestes casos, os estados e municípios costumam oferecer este serviço de forma gratuita, como é o caso do CAPS - Centro de Atendimento Psicossocial, mantido pelos governos estaduais.
Mas se esse não for o seu caso e se você está sofrendo com os sintomas descritos neste artigo, começar a fazer terapia é uma excelente oportunidade para se aprofundar nos motivos do seu estresse e tratá-lo com maior atenção.
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A alimentação influencia diretamente na resiliência do sistema nervoso e pode contribuir para reduzir os danos do estresse.
Algumas dicas de alimentação saudável:
Praticar exercícios físicos, especialmente os aeróbicos, gera diversas alterações a nível cerebral como aumento do fluxo sanguíneo, crescimento neuronal e redução de processos inflamatórios.
A atividade física libera endorfinas, poderosos hormônios que, entre várias funções, promovem a sensação de bem-estar e combatem o estresse.
Por isso, procure uma atividade física que traga maior satisfação para você e coloque-a na sua rotina como uma prática regular, de preferência duas vezes na semana ou mais.
Praticar exercícios com outras pessoas também pode aumentar os níveis de bem-estar, oferecendo a oportunidade de socialização e a sensação de pertencimento.
É importante manter um ciclo regular e saudável de sono. 8 horas de descanso já é o suficiente.
Dormir muito mais horas do que o recomendado vai deixar seu cérebro lento e preguiçoso, já dormir horas a menos vai te deixar cansado e com baixo rendimento para trabalhar ou estudar.
Tomar água fria ou em temperatura ambiente ao acordar é recomendável para mandar o sono embora.
Além disso, é preciso regular a alimentação para ter um sono saudável, evitando alimentos pesados e gordurosos antes de dormir.
Também é essencial tomar um café da manhã saudável, com pão, frutas e proteínas (presentes em diversos tipos de leite, por exemplo).
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Ter momentos de tédio contemplativo e lazer é importante. Priorize ter estes dois momentos.
O tédio contemplativo, ou ócio, é o momento de não fazer nada, o que não inclui entrar nas redes sociais.
Aproveite esse tempo para pensar na vida e avaliar onde você pode melhorar, sempre com compaixão e amor por você mesmo.
Já o momento de lazer é para fazer o que você mais gosta, como viajar, dançar, assistir filmes, escutar música, encontrar os amigos ou praticar o seu hobby.
Ter um animal de estimação e passar tempo com ele também ajuda a diminuir o estresse.
Respeitar seus limites significa identificar sua necessidade de descanso.
Mesmo como medida paliativa, que não é recomendada como única forma de enfrentamento ao estresse, parar ao chegar no limite é importante.
Caso não seja possível interromper a atividade ou entrar de férias, por exemplo, saia para a rua nos momentos de pico de estresse, se possível, e vá dar uma caminhada, alongue-se, tome uma água, faça alguns minutos de respiração consciente e escute uma música que você gosta.
Volte às atividades somente mais tarde, após se sentir relaxado. Priorize ir dormir cedo e acordar cedo, para regular o sono e manter a disposição durante o dia.
Tudo que é excessivo traz desgaste para o corpo e para a mente. Essa é a lógica do estresse.
Por isso, manter uma relação equilibrada com o trabalho, com uma carga horária diária bem definida, especialmente no home office, é importante.
Confira algumas dicas:
Como vimos neste artigo, o enfrentamento ao estresse envolve medidas multidisciplinares.
É importante colocar em prática todas as recomendações, pois não é apenas uma mudança que vai estabilizar o quadro de estresse.
Caso as medidas acima não funcionem, é recomendável consultar um médico endocrinologista para verificar a possibilidade de um distúrbio hormonal.
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